No cansaço de fim de ano tem sempre um bocado de clima de renovação. A vontade de ser uma pessoa melhor no próximo ciclo vem junto da listinha de mudanças. Aqui no PapodeHomem, decidimos convidar diferentes autores pra escrever uma lista de 15 práticas pra começar 2016 com o pé direito – um texto por dia com uma sugestão de mudança pra uma vida mais plena no próximo ano.
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Às vezes, o cotidiano acaba engolindo a gente de um jeito que tudo fica ainda mais difícil.
Nesse ano, fiquei assim. Depois de passar por diversos momentos de stress na vida profissional e pessoal, o meu olhar sobre o cotidiano já estava viciado e enrijecido. Tudo se transformava em peso. Estava de saco cheio do trabalho, andava irritada e cansada. Só esperando o momento em que iria jogar tudo pro alto.
Normalmente, a primeira coisa que vem à cabeça é fazer uma viagem ou tirar férias. Eu acho que essas opções são válidas, mas não resolvem o problema. Depois quando você volta, está tudo igualzinho como antes.
A minha sorte foi que eu havia filmado, recentemente, uma entrevista com a Marcia Baja, uma das entrevistadas pro documentario da ONU, atualmente em produção pelo PapodeHomem. A fala dela foi muito inspiradora, mexeu bastante comigo.
Conversando com ela, ao final da filmagem, ela comentou que realizaria um retiro em Viamão naquele final de semana. Resolvi ir.
Parei tudo o que estava em execução naquele momento, renegociei prazos que pareciam inegociáveis, conversei com pessoas que eu receava irritar por sair assim, de repente. No final, tudo ficou bem. Não precisava de muito mais que isso pra perceber o quanto minha mente estava endurecida e como precisava colocar o meu bem-estar antes do trabalho.
Cuide de si, gerencie seu tempo: retire-se
Diferentemente sair de férias, sair em retiro significa que você não está fugindo, mas sim se colocando de frente com os problemas, de peito aberto e postura acolhedora. Por diversas horas falamos sobre como transformar nosso mundo interno para a partir disso resolver outras questões.
A experiência fez com que eu reacendesse a minha vivacidade. Me deu mais calma e estabilidade para recriar as minhas relações – inclusive com o próprio trabalho, que estava me afligindo.
Retirar-me não foi apenas uma quebra de rotina, mas uma tomada de fôlego justo quando estava cansada de nadar. Retirar-se é mudar completamente seu ambiente, encarar seus problemas amparado por pessoas abertas e que se propõem a gerar benefício para os outros.
Ir sozinha foi outro aspecto importante – ali, nada podia me segurar. Não haviam amarras. Eu podia ser quem precisasse ou quisesse ser.
É incrível! Parar por alguns dias e me isolar em um ambiente acolhedor foi a melhor decisão que tomei esse ano, e a prática que levo para 2016. Preciso de outro retiro!
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