John Pierpont Morgan. O antes chamado banqueiro do mundo ficou famoso pela forma como enfrentava desafios e pela respeitada opinião, mesmo entre adversários.

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Vovô Morgan sabia das coisas

Em uma era sem uma figura tão emblemática à frente do mercado financeiro, equívocos são cometidos. É possível que a cautela de Morgan e sua tendência conservadora tivessem nos poupado de um movimento de quebras tão acentuado.

A decisão em manada – quando muitos animais correm em uma mesma direção e a maioria nem sabe ao certo para onde está indo – de aceitar ativos de risco tão elevado lastreados em uma bolha especulativa (calma que explico!) talvez pudesse ter sido evitada.

A explicação mastigada

Os ativos de risco são os chamados empréstimos NINJA – “No income, no job or asset” que em bom português seria empréstimos SRSEL – ”Sem renda, sem emprego ou lucros”.

Estes empréstimos tinham como única garantia o imóvel no qual a pessoa residia, o problema (vide artigo anterior) foi que os imóveis estavam supervalorizados, à medida que os empréstimos começaram a não serem pagos, os preços do imóveis começaram a despencar.

BUM! – os papéis que tinham lastro nestes empréstimos viraram pó e a crise se configurou. O grande problema da economia global é que ela é capaz de instantaneamente transformar problemas locais em crises globais.

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Ae, galera, vamo correr, a girafa falou que a economia mudou de lado!

Os papéis lastreados nestes empréstimos se espalharam pelo mundo e ao menor sinal de desvalorização o famoso movimento de manada mais uma vez se manifesta e pronto, de uma hora pra outra todos queriam se ver livre destes papéis.

Para piorar as coisas o 5° maior banco de investimentos dos EUA , o Bear Stearns, quebrou e em uma inédita interferência do FED – Banco Central Americano – em pleno Domingo, seus efeitos foram diminuídos com a venda ao banco JPMorgan (percebam a ironia), mostrando a profundidade da crise. O maior grupo financeiro do mundo, o City Group (representado no Brasil pelo City Bank), teve perdas na casa dos US$12 bilhões, seguido por outros como o banco inglês HSBC.

Posso dizer, entretanto, com algum grau de certeza (faço aqui um alerta – sempre desconfiem destas palavras nas mãos de economistas) que o pior já passou.

Os grandes bancos já contabilizaram os prejuízos e as intervenções do FED – diminuindo a taxa de juros – e consequentemente tornando o crédito mais barato; além da intervenção do Banco Central Europeu injetando dinheiro nos mercados estão surtindo efeito. O que estas ações tinham como objetivo era evitar a crise pela falta de dinheiro e de crédito nos mercados. Ao abaixar a taxa de juros, o FED torna os empréstimos mais baratos e estimula os bancos a aumentarem a oferta de crédito.

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Aonde quero chegar?

O lado prático deste artigo seria falar um pouco sobre a Bovespa – coqueluche entre os jovens brasileiros – e a opção de investimento de quem é mais arrojado.

O começo de 2008 não tem se mostrado positivo para a bolsa brasileira que este ano acumula queda. Mas é fato que as bases da economia estão mais sólidas do que nunca, deixando claro o potencial de crescimento para a Bovespa mesmo em momento de crise externa.

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Caraio, não tô vendo nada, quem comprou o Google?

Isso mesmo, crise externa. A crise brasileira atual, se é que existe uma, é política e não econômica. A bolsa chegou a operar no dia 28/04 acima da marca história de 66 mil pontos, com a possibilidade de chegar na casa dos 70 mil pontos ainda este ano, se tivermos um 2° semestre mais calmo.

Na prática

O conselho neste momento é diversificar aplicações, fundos multimercado que investem parte em ações parte em ativos de renda fixa são uma opção interessante, e mesmo fundos de ações que invistam preferencialmente nas blue chips (ou ações de primeira linha), que são as ações das principais companhias listadas na bovespa, as que têm maior liquidez e, consequentemente, as que se comportam melhor em momentos de alta volatilidade no mercado.

Não entendeu alguma coisa? Está confuso com os conceitos apresentados aqui e preocupado com a grana que acabou de colocar na Bovespa? Deixe sua pergunta nos comentários e vamos conversar.

Aproveite também para visitar o melhor blog sobre economia atualmente, o Dinheirama.

João Marcos

Economista por ideal; contador por praticidade, sempre inquieto, ainda acha que vai criar coragem para pular de parquedas. Ensinou a muitos clientes do Unibanco e do Itaú como investir em ações, engordando um bocado de contas bancárias.