Oi, sou o ex-namorado da sua namorada.

— Prazer, cara. Não ligo pra títulos. Senta aí e me conta da sua vida, seus planos, seus sonhos.

— Oi, sou o futuro namorado da sua namorada.

— Prazer, cara. Não ligo pra títulos. Senta aí e me conta da sua vida, seus planos, seus sonhos.

* * *

— Preciso te dizer que vou embora, quero ser feliz com outra pessoa.

— O que me importa é que você seja feliz. Mesmo que sem mim. Sinto um medo enorme. E isso é ruim.

* * *

— Não te dói vê-la levando todas as coisas dela embora?

— Dói. Bastante. Mas sei que é apenas a dor da minha zona de conforto quebrando. E é bom.

* * *

— Ficou sabendo que ela terminou o namoro? Você ainda pensa muito nela?

— Penso, mas sei que é apenas a minha carência latejando. E é ruim.

Carência

* * *

— Oi. Lembra de mim? Posso entrar? Tá chovendo.

— Meu orgulho diz que não. Minha solidão diz que sim. E é ruim.

* * *

— Oi. Eu de novo. É que não te esqueci. Podemos ser amigos?

— Podemos ser mais que amigos. Não sinto mais nada por você.

— Você mudou, parece outra pessoa.

— Ser feliz com outra pessoa pode acontecer com a mesma pessoa. E é bom.

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Ilustradora, engenheira civil e mestranda em sustentabilidade do ambiente construído, atualmente pesquisa a mudança de paradigma necessária na indústria da construção civil rumo à regeneração e é co-fundadora do Futuro possível.

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