O dilema ainda persiste: qual faculdade cursar, que carreira seguir?

Hoje a gente encontra de tudo. Muitos engenheiros atuando em departamentos de Marketing, bacharéis em Direito atuando como programadores de computadores, físicos trabalhando com RH, e assim por diante. Qual o fator que determinou sua carreira?

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Brincar de ganhar dinheiro. Ou ganhar dinheiro brincando?

Formação ou talento?

Muitos de meus alunos me procuram, principalmente de primeiro ano, em busca de conselhos sobre orientação profissional, mercado de trabalho e que carreira seguir.

Nessas horas eu gosto de soltar: “depende…o que você gosta de fazer?”. Daí a pessoa fica louca da vida! Se eu deixar ela ir embora sem explicação parece que nunca mais vai olhar pra minha cara.

O sujeito não quer ouvir isso, que a melhor coisa é fazer o que gosta, a pessoa quer saber o que tem que fazer pra ganhar uma boa grana e se ele está fazendo o curso certo pra isso.

Os exemplos que citei acima provavelmente foram pessoas que mesmo cursando e concluindo sua graduação, chegaram em um determinado momento e optaram por seguir uma coisa além de sua capacitação. Seguiram seu talento.

Talento é natural, não se aprende, no máximo de aprimora. Eu, na minha vida estudantil nunca pensei em ser professor, e hoje tenho em torno de 200 alunos que param pra me escutar.

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Seu talento pode ser único e não necessariamente pré-listado numa lista de cursos da faculdade

O erro é pensar que um curso universitário, que dura alguns poucos anos, será determinante pra sua carreira. Esse é um ponto na sua vida onde você tem a possibilidade de criar e aprender habilidades novas, mas não te impede de se entregar a algum talento que você tenha e que pode ser sua ferramenta principal. A escolha por um curso é um começo, não um fim.

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Nessa fase de escolha existe muito stress e um pouco de receio, mas não se preocupe, você não é o primeiro e nem será o último. Aquele lance manjado de que “a vida é feita de escolhas” é verdade.

Trabalho com um professor que fez Engenharia Civil e Psicologia, tendo escolhido o primeiro curso para agradar o pai e o segundo por ter a facilidade de tratar com pessoas, e hoje dá aula de cálculo e tem uma clínica. Pronto, soube conciliar tudo.

Um outro ponto importante é a frustração, ou melhor, não se frustar. Se sua motivação é um salário alto, mesmo não sendo muito fã do que faz, mas convive com isso muito bem, manda ver!

Se você sabe que tem um talento, faz o que gosta, então tem muita chance de ganhar dinheiro, só tem que se administrar bem sua carreira e estar pronto para as oportunidades.

Escolha um curso que lhe agrade, que você acredite que talento e motivação serão aliados. Se não der certo amigo, parta pra outra, sem crise. Como eu disse, diploma não é rótulo, não define seu conteúdo.

E aí vai o último exemplo:

Quando criança só tirava 10 em História e Biologia, sou formado em Informática, tenho pós-graduação na área de Administração, trabalho com Educação e quero fazer mestrado em Ciências Sociais.

Qual é o problema?

Humberto Zanetti

Humberto Zanetti é professor universitário e também autor do blog <a>Olhar Geek</a>. Vai lá conhecer!"