Nem só de bons momentos vive nossa vida financeira. Mas, ainda assim, precisamos seguir com a cabeça saudável e sendo felizes.
O Amuri, amigo próximo e baita, mas baita consultor financeiro, costuma falar que o problema com grana não é ter pouco dinheiro, mas ter o descontrole e não saber de onde ele vem e pra onde ele tá indo.
Disso, é preciso organização da própria vida financeira para saber as melhores opções de avançar com ela.
No evento Homens Possíveis, que o PapodeHomem realizou agora em dezembro, nós conversamos sobre, ah vá, dinheiro!
Mas, e quando já tá tudo bem errado? Como a gente começa a olhar para a bagunça e sair do lamaçal de erros para recomeçar?
Eu conversei com o Eduardo Amuri para falar um pouco mais do tema nessa pegada do desespero, na entrevista aqui embaixo:
Eduardo Amuri:
1. A gente se organiza fácil quando tá com dinheiro na mão. Mas como começar a repensar dinheiro quando a saúde financeira tá em frangalhos?
Amuri: Independente do momento financeiro em que estamos, alguma clareza da situação é fundamental. Então, se a pessoa que investir mais do que ela investe, ou se ela quer começar a investir, ou se ela quer, então, começar a ter algum controle ou se ela quer começar a sair de um buraco de dívida, ela vai ter que passar por um processo de planejamento. Mesmo que seja um bem básico.
Então eu sempre recomento, pra começar, pra se ter visibilidade do que pode ser mudado ou não, a gente pode fazer o exercício da fotografia.
Nota do editor: o exercício da fotografia é um processo de organização financeira com propósito, que o Amuri explica todas as etapas com detalhes no artigo "Como organizar sua vida financeira, passo-a-passo":
Às vezes a gente pensa que o primeiro passo de todo o planejamento é sair listando gastos e anotando despesas, e essa é, na minha opinião, a razão pela qual a terra dos planejamentos esquecidos recebe milhares de novos habitantes todos os dias.
Quando o planejamento não tem um motivo relevante para existir, ele não se sustenta. O ato de preencher uma planilha ou um aplicativo, em si, é inútil.
2. Na crise, podemos muito bem deixar a grana sangrar mais sem perceber. Quais os primeiros buracos que precisamos tapar nessas épocas mais complicadas?
Amuri: Fazendo esse exercício da fotografia, você acaba sabendo mais ou menos pra onde o dinheiro tá indo hoje e é daqui que a gente começa. […] Historicamente, do que eu percebo na maior parte dos casos que acompanho, os gastos variáveis, que são aqueles picadinhos, costumam aparecer com muito mais frequência quando estamos meio capengas emocionalmente. Então, às vezes, um comer demais fora ou umas saídas despropositadas ou então gastos pontuais costumam aparecer quando estamos meio que em crise. Os gastos fixos a gente não tem o costume de alterar ou acrescentar de uma hora para outra. Geralmente são gastos mais pensados. Mas nos gastos variados é onde a turma acaba deixando a torneira aberta.
Então começar por aí seja uma boa.
3. Deu tudo errado com a vida financeira. Quais os primeiros olhares que a pessoa precisa ter para recomeçar?
Amuri: Muitas vezes, quando a gente faz uma bela cagada, deixa os pratos escorregarem, a gente tende a adotar uma postura de rigidez. Então a gente começa a cortar tudo, deixa todos os gastos muito encaixotados, não toma mais café, não come mais fora, nada disso. E fica faltando um olhar carinhoso pra nossa vida financeira e a maneira como organizamos os nossos gastos.
Então eu gosto de praticar os exercícios e ter muita clareza de que a coisa foi feita pra dar errada. O nosso dinheiro é finito, nós somos seres extremamente emocionais, nossa saúde emocional oscila no mesmo dia em diversos estados. Então, é natural que as coisas deem errado. Por isso é bem importante que, quando percebemos que deu tudo errado, a gente consiga olhar para a situação com calma e com carinho, tentando colocar o sentimento de culpa de lado. Remorso, frustração. Isso tudo vai surgir, mas é importante que a gente deixe isso tudo passar, para conseguir construir uma coisa gradativa, e não aquele negócio de "não, amanhã não como mais nenhum doce". Isso nunca funciona.
Então, esse olhar de raiva pra nós mesmos não costuma funcionar muito bem.
Um exercício bem legal é o de pensar "e se fosse um amigo seu pedindo ajuda?". Com certeza, com o nosso amigo, a gente agiria com calma. A gente faria passo-a-passo, a gente não mudaria tudo drasticamente. Então é muito importante que a gente consiga fazer isso com a gente também.
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