Tenho sérios problemas com o Facebook.
A plataforma foi pensada e otimizada ao máximo por algumas das mentes mais brilhantes de nosso tempo – hoje a serviço de algoritmos publicitários – para cultivar uma relação de dependência dos seus um bilhão de usuários (essa antiga pesquisa aponta 33% deles como viciados) e, assim, cumprir sua razão de existência como empresa de capital aberto: satisfazer os sacrossantos acionistas.
O face, me permitam a intimidade, é adubo pra todas as neuroses do ego – além de contribuir para nos infantilizar e reduzir nossa capacidade de atenção.
Lá é como se fôssemos candidato, jurado e produtor num desses reality shows em busca de talentos. Você se promove e julga sem dó – em público ou bem escondidinho. Em tempos de tédio, o entretenimento permanente é nossa chupeta lambuzada de nutella – com Huxley rolando em sua cova: “eu avisei!“.
Sim, sim, já escutamos que “a plataforma é neutra, o que importa é o uso que as pessoas fazem dela”.
Mas não, nada é neutro por completo. Não dá pra ignorar a influência das origens, parâmetros e visões por trás. Ou nunca se perguntou por que o botão “não curti” está fora do jogo?
Críticas severas à parte, e em virtude da comemoração dos dez anos do Facebook, ofereço trégua.
A história abaixo, contada junto a outras nove, me fez engasgar e chorar como um bezerro longe de casa, sozinho escornado na cama do quarto sábado de manhã:
Assista em tela cheia, pode confiar
O mendigo na “ilha”, suas poesias e nós.
Raimundo e Shalla.
Raimundo Arruda Sobrinho e sua família, separados há 57 anos.
O Facebook conecta mundos impossíveis. Isso transforma realidades. E por tamanho feito Mark merece nosso mais sincero aplauso. Acima do marketing e dos executivos, está o poder da conexão humana.
Ainda bem.
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Outros causos:
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ps.: sigo com fé no surgimento de uma plataforma que não dependa de viciar seus usuários para pagar as contas e encher o bolso de investidores fantasmagóricos.
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