Todo dia, sinto medo.
Todo dia, acordo ao lado da pessoa que (mesmo sabendo que é uma ilusão causada pelos feromônios e pela química do meu cérebro) eu sinceramente considero ser a mais incrível, fodona, inteligente, linda, talentosa, etc, que já conheci.
Todo dia, penso que estou vivendo uma das melhores fases da minha vida e que nunca fui tão feliz.
Todo dia, me bate um medo enorme, agudo, subterrâneo, pulsante de perdê-la e, junto, perder toda a felicidade da minha vida.
Todo dia, preciso repetir para mim mesmo que ela não é minha posse e, por isso, não tenho como perdê-la; que ela é um ser humano livre que caminha ao meu lado e que pode parar de caminhar a qualquer momento; que terminar um relacionamento nunca é ruim, pois nunca houve na história relacionamento bom e harmonioso que acabou; que o dono da minha felicidade sou eu e que vou sempre saber ser feliz, com ela, sem ela, com a próxima, sem ninguém.
Só então, quando estou convencido, quando o medo diminuiu, quando os batimentos desaceleraram, eu me levanto da cama, escovo os dentes e volto para acordá-la com um beijo de bom-dia.
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