Eu acho que ver uma coisa assim nos toca tanto porque, no fundo, entendemos Agustin perfeitamente. Entendemos, porque estamos nós mesmos fazendo a mesmíssima coisa.

A diferença é que, no lugar de um helicóptero, devotamos a vida pra construir e cuidar de cada pecinha da máquina frágil e quebradiça que é a nossa carreira, nossa imagem pessoal, o casamento, o namoro, o status, a ideologia, a casa, a crença, a convicção, a cultura, a religião, o time, o partido… E nenhum problema em fazer isso, no final das contas — alguma coisa faremos, alguma cara teremos, algum sentido, sabido ou não, se conferirá à vida.

Mas e se, depois de 50 anos, essas coisas não voarem…? “Onde mesmo estamos apostando?

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“Eu não sei o que ele está pagando pelo seu helicóptero, num sentido último. Eu acho que ele pagou muito por esse helicóptero, eu acho que ele pagou demais… E se ele não conseguir nada com isso? Eu não sei… Talvez isso o manteve vivo. Talvez isso o ajudou a superar a solidão. Talvez o ajudou a superar a pobreza. Eu não sei…”

Se você chorar por Agustin, por favor, dedique uma lágrima para cada um dos seres que já andou neste mundo.

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Nota dos editores: esse é um post despretensioso, um formato rápido com o qual pretendemos experimentar para compartilhar com vocês ideias e recomendações que valem sua atenção.

Fábio Rodrigues

<a>Artista visual</a>

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