"Olá, amigos do Papo de Homem!

Acompanho o espaço há anos, desde a época do Dr. Love e sei que muito da desconstrução do padrão de 'macho alfa' pela qual passei nos últimos dez anos se deve, em parte, a vocês.

Meu nome é R., tenho 39 anos e sou advogado. Me casei com 33 anos, depois de 04 anos de namoro. Com quase 06 anos de casado não sei bem o que sinto pela minha esposa. Mas antes vou falar um pouco de mim.

Com quase 40 anos de vida, me sinto frustrado pois advogo em um grande escritório e ganho pouco mais de dois salários mínimos, sem benefícios. Sou decepcionado com a área jurídica e com a minha carreira. Já minha esposa é dois anos mais velha, é médica, ganha mais do que eu e já tem um belo patrimônio (inclusive o apartamento em que moramos).

Acredito que não tenho problemas com este fato, dividimos todas as contas da casa, mas eu queria ter um patrimônio melhor e uma possibilidade de acompanhá-la em algumas situações.

Nos entendemos bem na cama, concordamos em não ter filhos, fazemos planos juntos, mas sinto que não sou verdadeiramente apaixonado por ela. Nunca a traí. Porém, de uns tempos pra cá (dois anos), tenho sentido uma forte atração por uma colega de trabalho que almoça comigo todos os dias.

Ela é solteira, da minha idade. É a primeira pessoa em que penso quando acordo e a última em que penso antes de dormir. Não sei bem o que ela sente por mim — porque tenho medo das conseqüências disso  mas acredito (e gosto da ideia) que ela também se sente atraída por mim. 

Apesar de brincadeiras do escritório, de que ela é 'minha amante', ela nunca me cortou, se incomodou, nem demonstrou que era apenas amizade. Mesmo quando ela está a sós comigo, conta das brincadeiras que fazem sobre a gente e diz que não está nem aí. O que penso é que se eu fosse solteiro, ela me daria uma chance.

Sinto atrações sexuais por outras mulheres também, mas igual a essa amiga de trabalho, não. A minha angústia é que gosto do meu relacionamento com minha esposa e com a família dela. A minha família também gosta demais da minha esposa.

Além disso, quase não brigamos e, quando isso ocorre, passo sempre por duas situações: no primeiro momento, não quero separar pois o casamento é ótimo, mas no segundo momento quero jogar tudo pro alto, procurar a amiga do trabalho, me declarar e arriscar uma nova vida…

Enfim, os poucos amigos com quem desabafei falam que eu devia 'transar com ela logo que vai passar', mas sei que essa é uma visão machista de que devo trair e foda-se… Não quero nem magoar minha esposa, nem começar errado com a amiga de trabalho e nem me iludir achando que com ela seria mil maravilhas… Peço uma luz pra vocês.

Abraços."

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  • comentem sempre em primeira pessoa, contando da sua experiência direta com o tema — e não só dizendo o que a pessoa tem que fazer, como um professor distante da situação
  • não ridicularizem, humilhem ou façam piada com o outro
  • sejam específicos ao contar do que funcionou ou não para vocês
  • estamos cultivando relações de parceria de acordo com a perspectiva proposta aqui, que vai além das amizades usuais (vale a leitura desse link)
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