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Quando eu era um jovem adolescente dedicado na escola e disciplinado nos treinos, não entendia a repulsa de certas pessoas por agradar os outros. Eu queria agradar. Queria ser querido. Queria ter amigos, ser aceito e fazer parte do grupo.

Pouco tempo depois, numa fase de maturidade tardia, comecei a me frustrar com as pessoas e passei a repetir o discurso de que não me importava com a opinião alheia. Desfiz amizades. Me afastei das pessoas. Assumi aquele comportamento típico de um adolescente que descobre que não é mais o centro das atenções e que nem tudo que ele fizer vai ser aplaudido como acontecia quando era criança.

Foi só quando amadureci ainda mais e entrei nessa carreira da comunicação que percebi: não tem jeito, de uma forma ou de outra, minha satisfação sempre vai estar atrelada à percepção de qualidade que os outros têm do meu trabalho. Comunicar é transmitir uma mensagem. Uma mensagem precisa ter um emissor e um receptor. E a transmissão só é bem sucedida quando o receptor entende o que o emissor quer dizer. A métrica do sucesso está toda do lado de quem recebe e não de quem emana.

Vivi os últimos anos com essa certeza, mas a cada feedback negativo quem me consolava dizia coisas do tipo "você não é responsável pelo que os outros entendem, só pelo que você diz", "o sucesso está no meio e não no final", "você não é o que você escreve". Admito que na maioria das vezes, essas mensagens entravam por um ouvido e saiam pelo outro. E foi só quando eu estava ouvindo o Evilásio falar no vídeo acima que a ficha finalmente caiu.

Talvez por ter usado o termo contentamento e não felicidade. Talvez por demonstrar tanta confiança, empolgação e clareza na sua busca pelo 'verdadeiro sucesso'. Ou talvez por simplesmente não ter a pretensão de me impactar dessa forma. Ele me atingiu em cheio.

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Depois de largar um emprego estável, um salário generoso e um ótimo plano de carreira numa grande empresa para arriscar aquilo que ele sempre quis – trabalhar com moda – Evilásio parece estar muito feliz com sua decisão. Ou eu deveria dizer contente?

"Eu acho que se eu for definir sucesso da forma como eu gostaria de olhar para ele, eu diria: não importa. Sucesso é uma coisa que disseram que é importante e que definiram de uma forma específica como um fim em si, […] mas muito mais importante do que o fim, é o caminho.

Então, eu diria que 'estou sendo' bem-sucedido no caminho, não que eu 'cheguei' ao sucesso, não que eu 'atingi 'o sucesso. […] O que pra mim é uma medida de sucesso, de felicidade é o contentamento todo dia. É encontrar contentamento na vida, nas coisas em que você mais gasta energia: no trabalho, na família. E se as coisas onde eu mais gasto energia tão me trazendo contentamento, então tá legal."

E você? Está sendo bem-sucedido hoje?

Mecenas: Natura Homem

Qual é o sua métrica de sucesso? Ela é mais sobre o fim ou sobre o caminho?

Ressignificar a noção de sucesso é uma maneira de encarar a vida com mais possibilidades e menos peso, nos permitindo encontrar contentamento ao longo das curvas que fazemos em nossos processos. Não precisa ser uma corrida, muito menos ter linha de chegada.

Seja homem? Seja você. Por inteiro.

Natura Homem celebra todas as maneiras de ser homem.

Breno França

Editor do PapodeHomem, é formado em jornalismo pela ECA-USP onde administrou a <a>Jornalismo Júnior</a>