"Bom dia, PdH!

Sou um leitor "oculto" há muito tempo. Poucas vezes comentei alguma coisa ou outra. De qualquer maneira, sempre encontrei boas soluções aqui pra encarar a vida de frente. Agradeço a vocês imensamente por isso.

Bom… vamos lá.

Me chamo A., tenho 28 anos e apesar de ainda não ter conseguido ganhar dois salários mínimos na vida, consigo ser independente, com adaptações aqui ou acolá.

Tenho um relacionamento há quase 2 anos que começou conturbado por si só, ela namorava e eu era solteiro, nos conhecemos num desfile onde fui fotografar e ela dançar. 

No primeiro momento, o contato foi apenas visual, mas depois dali as coisas começaram a ser diferentes. Ela que não andava muito bem com o ex (estava naquele processo de vai e vem), se interessou por mim… aquelas coisas de "paixão a primeira vista", enfim, ela me achou na internet e de lá começamos a nos falar.

Eu me apaixonei de primeira, creio que ela também, porém, havia o relacionamento antigo no meio. (Importante: eu não sabia que ela namorava quando a vi a primeira vez.)

Num certo tempo, ela veio a mim e disse que havia terminando, saíamos normalmente, mas aí muitas vezes o ex dela aparecia de alguma maneira e sentia ela balançada (tudo bem quanto a isso, por ser mais velho que ela, entendia que era "normal").

Porém, algumas vezes ocorreram situações como ficarmos num lugar e ela ir embora com ele no final da noite. 

(Ela jurava que era pra evitar confusão pois ele era "louco" e que não haviam ficado).

Engoli essas situações no começo de tudo e tentei entender numa boa. 

Eu sempre fui um incentivador dela viver a vida, nunca a "proibi" de nada, até porque não tenho o direito.

Passado o tempo, nos assumimos pro mundo, eu havia saído da casa dos meus pais a pouco e morava no fundo da casa de um amigo, nesse meio tempo também consegui um trabalho razoável e tive uma promoção em menos de um 1 ano. 

As coisas melhoraram e tive condições de alugar uma casa boa num preço muito acessível. Feito isso a chamei pra morar comigo. Ela aceitou e estamos (ainda) dividindo o mesmo teto.

O problema é que com o tempo, com a convivência as coisas começaram a mudar, ela nunca parava em casa pois sempre trabalhou como bargirl em festas, muitas vezes em outras cidades. Além dos bicos com desfiles e outras coisas da área. E como trabalho freelance na área como fotógrafo sei como funciona os bastidores.

Eu sempre fui muito sozinho, sou introspectivo e de poucos amigos e passava geralmente os finais de semana sozinho nessas viagens e trabalhos dela. Quase não saia sozinho, sempre esperando seu retorno…

Pessoas se aproximaram e tive a infelicidade de traí-la tanto virtualmente como pessoalmente. Na hora eu não pensava muito, o problema era depois. Aquilo me corroía por dentro, me sentia um lixo e não tinha com quem expor essas situações e muito menos coragem de contar pra ela.

Isso foi me desgastando por dentro e nossa convivência foi começando a ficar complicada. Até o fatídico dia em que (obviamente) ela descobriu tudo.

Apesar de ter me perdoado, a coisa não melhorou, ela começou a fuçar no meu celular, nas minhas coisas e eu me sentia completamente perseguido. Mesmo não fazendo mais nada (já me bastava a culpa sendo carregada).

O estopim pra mim foi ela ter começado a mandar mensagem pras pessoas, muitas delas das quais eu não tinha mais contato algum. Pedi o término e, apesar de não querer isso e tentar fazer diferente, não sei o que vai ser ainda.

Nada justifica o que eu fiz, mesmo eu nunca conseguindo confiar nela 100% por conta do começo do namoro. Eu sei que não deveria ter traído, mas aconteceu, foi um erro, um desvio, ou seja lá a definição que julgarem melhor.

Reiterando que sempre fui muito liberal, um incentivador dela buscar o que deseja, mas eu sempre tive que ceder de um lado, me adaptar ao jeito dela e isso com o tempo foi pesando. Foi pesando também o fato dela trabalhar tanto e nunca ter dinheiro pra nada, pois a ideia a princípio era dividirmos alguns gastos relacionados à casa, o que teoricamente nos privaria de algumas coisas mas aliviaria também, porém, o pesado foi sempre ficando pra cima de mim.

Enfim, eu to bem perdido com tudo isso, não sei como reagir nem como me livrar dessa situação. Tudo isso também me afastou dos meus amigos e tem afetado meu desempenho no trabalho drasticamente.

Quem sabe outras experiências possam me ajudar, pois to mais perdido que tudo!

De qualquer forma, só de eu conseguir me expressar dessa maneira é um certo alívio.

Obrigado PdH, bom resto de semana!"

-A.

Leituras recomendadas:

Traição, o que fazer e como superar?, por Luciano Ribeiro

Tudo o que você queria ouvir sobre traição, Gustavo Gitti

Amo minha namorada, mas não consigo parar de trair | ID #34, por Frederico Mattos

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Leia também  "Hard Balling" | Mandando o papo mais reto quanto possível nos apps de encontro

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Guilherme Nascimento Valadares

Fundador do PDH e diretor de pesquisa no Instituo PDH.