Considero empreender uma forma de expressão bastante humana e íntima.

Em quase toda história de startups, percebe-se que nascem sob a imagem e semelhança de seus fundadores – que vêm oportunidades através da perspectiva de suas experiências pessoais e critérios críticos com os quais analisam o mundo.

Visão, objetivos e missão tendem a refletir seus anseios e desejos pessoais. No entanto, a necessária paixão do empreendedor por seu projeto faz com que, por vezes, o surgimento da startup não esteja conectado a necessidades ou oportunidades reais do mercado.

Tal contexto também gera os temíveis “gaps“, raiz por trás de inúmeros fracassos.

“Gap” é um termo em inglês para distanciamento, afastamento, separação. O espaço vazio, o vácuo entre dois pontos, dois dados, duas realidades. Mencionarei três dos mais mortíferos:

1.

A diferença entre a visão que você tem, como idealizador apaixonado, e a realidade percebida pelo mercado. Testar essa percepção, o que chamamos de validar, é fundamental para seu negócio ter mais chances de futuro próspero.

2.

Outra lacuna reside entre o seu conjunto de conhecimentos, habilidades e contatos, e as necessidades que um projeto demanda para ser materializado. Ninguém faz nada sozinho e o valor de uma equipe está em sua capacidade de se complementar. Tal composição acertada tende a definir se o projeto vai sair do papel e se terá sucesso diante dos concorrentes.

3.

O mais básico: a diferença entre ter uma idéia e executar um negócio. Entre ser um sonhador e um empreendedor. Já ouvi de tantos, ao compartilhar o que estava executando, “Que legal, sempre pensei em fazer isso” ou “Agora não é a hora certa, mas vou construir algo um dia”.

Empreendedor é quem, diante de uma idéia, vai lá e faz. Quem transforma valor potencial em valor concreto.

Todos nós temos lacunas. Sabendo disso, existem duas coisas a serem feitas. Buscar identificá-las e resolvê-las.

O que pode complicar, além dos infinitos caminhos entre esses dois pontos, é nosso ego. A atitude que mais tende a facilitar esse processo é ser humilde e procurar ajuda. Ao se abrir para realmente pedir e receber ajuda, coisas espetaculares podem acontecer.

Qualquer empreendedor, do entusiasta no assunto ao cara fodão da startup na capa de revista, possui diversas opções de ajuda no que chamamos de “ecossistema empreendedor”: a soma de agentes como universidades, entidades de fomento, entidades de apoio e suporte, associações, aceleradoras, investidores e grupos de networking.

Leia também  A cozinha como treino pra vida

Startup Farm 10ª Edição – São Paulo 2014

Faço parte de uma aceleradora chamada Startup Farm. Aceleradoras têm como principal proposta de valor lhe ajudar a identificar e resolver seus gaps, de forma rápida e objetiva, acompanhando o seu desenvolvimento. Ajudamos a amadurecer seu modelo de negócios, validando suas premissas e posicionamentos, fortalecendo seus diferenciais e expondo você ao mercado.

Nosso programa tem 5 semanas de duração com trabalho intenso, de segunda a sábado. Cada semana segue uma metodologia com conteúdos específicos – que vão de estudar o mercado e problema, a solução e modelos de receita, estratégia e métricas, MVP (Menor Produto Viável para teste) e estratégia de Go To Market e por fim “How to Pitch”, famoso nome para rápido discurso de venda do seu negócio.

O ciclo se encerra em um evento chamado “Demo Day”, no qual 200 a 300 convidados do ecossistema empreendedor vão assistir às apresentações e buscar oportunidade de negócios.

Se você está se perguntando se esse “blá blá blá” todo realmente funciona, compartilho com felicidade cases que já passaram pelo nosso programa: EasyTaxi, O Entregador (adquirido no meio do programa pelo Peixe Urbano se tornando o Peixe Delivery e mais recentemente adquirido pelo HelloFood), NetShow.me, InfoPrice, Social MinerToNails.

Os dois primeiros são frutos dos nossos primeiros programas de aceleração. Os últimos quatro são resultados do último programa e – três meses após o término da aceleração – já receberam investimentos e seguem crescendo de maneira sólida. Todos tiveram uma postura de “mind the gap”, ou seja, se preocuparam em identificar e resolver suas lacunas, buscaram ajuda e se fortaleceram. Ainda com muito a fazer, mas bem direcionados.

A décima edição está com inscrições abertas até 13 de Abril. Para entender como funciona, assista nosso hangout:

Link YouTube

Inscreva seu projeto aqui.

Ou, ainda, envie um e-mail para hello@startupfarm.com.br e seguimos a conversa.

* * *

Para se aprofundar:

João Marinheiro

Formado pela ESPM, atua na Startup Farm.