Pergunta da semana:

"Boa tarde!

Primeiramente, gostaria de dizer que adoro o PdH e leio e contribuo de vez em quando para uma causa ou outra. É um prazer ler as histórias, não só da mentoria, mas todas! Adoro o trabalho de vocês, que considero de primeiríssima qualidade!

Meu nome é Pedro, tenho 41 anos e vivo no interior do Paraná. Meu "drama" é o seguinte: fiquei com uma mulher de 36 anos, independente, mora sozinha e tem transtorno de ansiedade. Isso nunca me intimidou nem um pouco, pelo contrário, só me instigou a ser mais parceiro ainda.

Nós dois temos nossos empregos/trabalhos, somos independentes, moramos sozinhos e temos uma "estrutura". Começamos a ficar a um mês e meio atrás. Eu a pedi em namoro, ela ficou receosa mas depois aceitou (ok, entendo as razões dela em não querer se machucar por causa do seu relacionamento anterior, do transtorno…) e, então, ficamos mais duas semanas como namorados, até ela me dar um "pé na bunda", o clássico "precisamos conversar".

Algumas considerações: se eu ganho líquido 3k por mês, ela ganha cerca de quatro vezes mais que eu. Nunca me pareceu uma pessoa interesseira. Pelo contrário, me interessei por ela porque não parece ser uma pessoa materialista. Ela é espírita (quanto a mim, me considero sem religião) e com uma boa cultura. Tem um gosto legal pra músicas, filmes, opiniões políticas, etc… coisa que temos em comum. Desde a primeira vez que ficamos a achei simplesmente LINDA. A mulher mais linda com quem já fiquei e com um jeito que me cativou logo de cara. Fora ser uma pessoa altruísta e inteligente.

Pois bem. Ela tem esse transtorno de ansiedade, apesar de sempre passar a impressão que está muito calma.

Nunca foi muito carinhosa, de ficar abraçando, nem ficar fazendo elogios. Houveram alguns momentos, mas nunca senti realmente "aquela vontade" da parte dela em estar junto comigo. Mas mesmo assim, acreditei, fui carinhoso, deixei claro que ela poderia contar comigo pro que der e vier. Mas enfim, não adiantou.

Ela me chamou um dia após voltar da terapia, disse que precisávamos conversar (por mensagem) e já cheguei preparado.

Em suma: me disse que a ansiedade a atrapalhava, blablabla… os remédios também, etc, etc…

Falou pouquíssimo, pois na maior parte do tempo só chorava e eu conversei, segurando sua mão, dizendo que sempre notei que ela não parecia se entregar, que o sexo não era aquelas coisas porque ela parecia sempre tensa, mas tudo com respeito e sem animosidade entre nós, de maneira civilizada.

Tenho certeza que fui companheiro, engraçado, não a pressionei (desses que ficam mandando mensagem, sufocando ou com ciúmes, cobrando satisfação) e até a encorajei algumas vezes a sair só com as amigas, o que ela agradeceu mas dizia não ser preciso. Sempre saímos pros lugares, a apresentei a amigos e fizemos coisas para ela sentir que havia "aventura" e eu não era um cara parado, sem graça (o que nem parecia ser o perfil dela). Ah! Também minhas parceiras anteriores sempre me elogiaram minha aparência e performance na cama.

Enfim, fiz tudo certo, não demonstrei carência excessiva, não a sufoquei, fui engraçado, cozinhei pra ela, fui carinhoso, fiz surpresas (indo buscá-la de Uber no aeroporto).

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E, mesmo assim, levei um pé na bunda, pois ela me disse que "não se sentia à vontade", que devia "ser a tal da química" e que "estava tensa às vezes" e que não era culpa minha, mas "dos remédios".

Me parece óbvio que o transtorno de ansiedade, os remédios, a terapia, parecem mais uma desculpa (apesar de terem um peso grande) do que uma razão única. Gostaria que me ajudassem: o que sabem sobre o T.A.? Cheguei a pensar que talvez ela tenha me dispensado por não estar no mesmo "nível" que ela, mas não acho que seja isso. Enfim, não sei… gostaria de entender mais essa "doença" e entender se é normal a falta de sentimento dessas pessoas, pois ela não me procurou mais desde então (respondeu minhas mensagens pedindo mais esclarecimentos, mas não demonstrou interesse nenhum em saber como eu estava, etc…).

Fiquei muito mal, ainda estou tentando saber o que passou 'por cima de mim'.

Me ajudam com a experiência de vocês?

— Pedro"

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Então, quem tiver questões nessa linha, envie pra nós. Assim vamos construindo um mosaico mais amplo de assuntos com a Mentoria.

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Nosso presente para o Pedro:

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Guilherme Nascimento Valadares

Fundador do PDH e diretor de pesquisa no Instituo PDH.