Como você olha para um menino negro? E se souber que um menino negro foi morto baleado, qual a primeira coisa que você vai imaginar: que é consequência fatal de racismo ou que ele era um criminoso?

Você deve ter visto que a Estação Primeira de Mangueira de 2020 representou Jesus, também, por um menino negro baleado em uma cruz. Muita gente disse que a Mangueira colocou um traficante morto para representar Jesus. 

​Reprodução da Agência O Globo. Foto por Guito Moreto.

Esta fala é racista, como tantas outras. Por que um menino negro morto baleado dá tanta certeza para muita gente de que se tratava de um traficante? Um corpo branco daria a mesma certeza? É como se estas mortes fossem, em tese, justificáveis, mesmo quando as vítimas são inocentes. Se forem vítimas negras, mais justificáveis ainda. 

Eu não achei exemplo melhor e mais atual para contextualizar e iniciar este texto, em que venho falar sobre masculinidades negras e o papel da Educação pública na (re)leitura desses corpos. 

Neste texto vou comentar algumas saídas que venho encontrando para construir novas maneiras de interação estudante-professor e para a elaboração do bem-estar estudantil em aula, trazendo para a conversa a estratégia que chamo de "Ciência do Afeto". Mas antes de chegar na "Ciência do Afeto", vou apresentar algumas informações sobre a vida e as expectativas escolares de garotos negros, para irmos construindo o raciocínio juntos.

Quando os olhos condenam: entendendo o problema

A cada 100 mil negros, a taxa de mortalidade por homicídio é de 43,1. A cada 100 mil não negros (brancos, amarelos e indígenas), a taxa de mortalidade é de 16, segundo Atlas da Violência de 2019. Isso significa dizer que a cada não negro morto, quase 3 negros morrem assassinados segundo os dados mais recentes. Do total de homicídios de jovens entre 15 e 29 anos em 2017, 75,5 % era de indivíduos negros. 

E de todos esses homicídios, 94,4% foram homens. Em números totais, isso é o mesmo que dizer que dentre os quase 36 mil jovens assassinados em 2017, pouco menos de 34 mil eram homens; é quase a totalidade. 

Sinceramente, eu poderia parar o texto por aqui porque esses dados são suficientes para apontar que é urgente construir novos imaginários sobre homens, sobretudo homens negros. E quem precisa tomar atitude somos nós, homens negros, porque já notamos que nossos corpos são vistos como descartáveis e não prioritários na agenda das políticas públicas. Continuamos morrendo. 

Tem gente que tenta justificar a qualquer custo essa alta taxa de homicídios e, sem dúvida, há quem pense que todos os homens negros assassinados em 2017 eram criminosos (pensamentos que eu prefiro nem acreditar que existem).

​Reprodução da série "Olhos que Condenam" da Netflix.

Ainda há quem acredite que todos esses homens negros foram mortos não porque eram negros, mas porque eram pobres, associando raça a pobreza. Apesar de haver relação entre desigualdade social (e suas várias dimensões) e violência, como apontam bons estudos sobre isso no Brasil é fundamental considerar o fator racial, independentemente do nível socioeconômico. 

Controlando variáveis socioeconômicas — como escolaridade, renda e local de moradia — um jovem negro tem 23,5% mais chances de sofrer homicídio do que um jovem não negro no Rio de Janeiro, segundo o estudo “Democracia Racial e Homicídios de Jovens Negros na Cidade Partida”, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada – IPEA (2017)

Controlar variáveis é uma ferramenta básica para qualquer pesquisa que busque entender causa e efeito. Significa tentar isolar a variável que se quer verificar de todas as outras variáveis, para observar a correlação com um fenômeno. 

Por exemplo:

Se eu quero correlacionar raça com chance de homicídio, eu preciso isolar a variável raça. (Até porque é fato que no Brasil cor/raça e nível socioeconômico são variáveis fortemente relacionadas devido ao nosso passado escravista e o processo abolicionista mal feito). Então se, controlando as variáveis socioeconômicas (comparando jovens negros de um estrato social com jovens não-negros do mesmo estrato) observa-se que o jovem negro tem 23,5% a mais de chances de ser assassinado do que um não negro, significa dizer que isso é evidência forte de que o problema não é só social, é racial também. É o racismo que mata.

Uma possível explicação para isso é:

“a perpetuação de estereótipos sobre o papel do negro na sociedade muitas vezes o associa a indivíduos perigosos ou criminosos. Trata-se de um processo de reificação, em que o indivíduo pela sua cor de pele termina sendo percebido como desprovido de sua identidade e subjetividade individual e termina sendo confundido como “algo”, com características intrínsecas ditadas pelos estereótipos de “perigoso” e “ameaçador”. 

Em última instância é um processo de desumanização que faz aumentar a probabilidade de vitimização destes indivíduos. Este processo pode acontecer por vários canais, seja via relações interpessoais, seja via racismo institucional, como, aliás, o ditado bastante popular nos meios policiais deixa sintetizado: “negro parado é suspeito, negro correndo é bandido”. (“Democracia Racial e Homicídios de Jovens Negros na Cidade Partida”, do IPEA, 2017, página 30). 

Expectativas escolares sobre meninos negros:

Eu comecei o texto escrevendo que falaria da escola pública no processo de (re)leitura sobre as masculinidades negras. Então preciso te contar algumas coisas sobre as relações entre meninos negros e Educação. 

Existem desigualdades raciais nas transições entre séries da Educação Básica (controlando variáveis socioeconômicas), a taxa de abandono da escola (evasão) é maior entre negros do que entre brancos segundo Censo Escolar entre 2008 e 2015, o atraso e abandono escolar são mais comuns entre meninos de acordo com Censo Escolar entre 2010 e 2016 e homens negros possuem as menores taxas entre os que finalizam o ensino fundamental e o ensino médio de acordo com o Programa Nacional de Amostras por Domicílio contínua (PNAD contínua) de 2018 (figura a seguir).

 Taxas de conclusão do ensino fundamental e médio por gênero e cor

​Fonte do gráfico: Instituto Unibanco e Folha de S. Paulo, 2018.

 

E há pesquisas (que você pode ler aqui e aqui) que mostram que professores tendem a ter menores expectativas sobre os resultados educacionais de seus estudantes negros do que de seus alunos brancos. Estas pesquisas apontam, ainda, que professores negros possuem maior expectativa sobre alunos negros do que professores brancos, apesar de ainda elaborarem maiores expectativas sobre alunos brancos do que sobre alunos negros. 

É possível que essas diferenças sejam, em parte, explicadas pelas percepções sobre crianças e adolescentes negros, sobretudo do gênero masculino, nas escolas, como argumentam pesquisas de autoras como Marília Carvalho, que mostra também que as percepções sobre raça dos alunos estão ligadas, inclusive, a seus desempenhos. 

É como se houvesse um imaginário que associa meninos negros a menores desempenhos, além de agressividade e violência, o que tende a orientar ações educacionais pautadas em, fundamentalmente, questões comportamentais/disciplinares.

Este contexto ajuda a explicar, por exemplo, porque na pesquisa apresentada por Antonio Gois no portal Geledés professores deram menores notas em avaliações internas (elaboradas pelas escolas) para meninos e negros mesmo quando as notas deles no Saresp (avaliação externa de São Paulo) eram idênticas às de meninas e de meninos brancos.  

Então, pensando em construir melhores condições de ensino e aprendizagem para favorecer em especial meninos negros nas escolas públicas e para elaborar novas percepções sobre todos os estudantes, buscando altas expectativas dos docentes sobre todos os jovens (indistintamente) é que criei a “Ciência do Afeto”.

A "Ciência do Afeto": buscando olhares que não condenam

Foto por Zach Vessels

​É uma metodologia de trabalho educacional que uso nas minhas aulas de Ciências na Rede Municipal de Educação de Maricá, município do estado do Rio de Janeiro, visando elevar e manter o clima escolar positivo em sala de aula, o que tende a favorecer especialmente estudantes mais vulneráveis como aponta esta outra pesquisa.  

A “Ciência do Afeto” é composta por muitas categorias e pode ser melhor conhecida no artigo que escrevi para a revista Periferias, resultado de pesquisa desenvolvida junto da Universidade Internacional das Periferias (UNIperiferias) em 2019. É um artigo pequeno e tranquilo de ler porque é uma versão resumida e, até aquele momento de publicação, era sobre uma pesquisa ainda em desenvolvimento. Um artigo ainda mais completo estará disponível em livro a ser produzido futuramente com a instituição.  

Como funciona a "Ciência do Afeto"?

Em resumo, incluem essa metodologia: 

Elaboração de altas expectativas docentes sobre todos os estudantes:

Digo frequentemente que confio em todos os potenciais e que todos são incríveis, potentes para alcançar seus sonhos, apesar das dificuldades maiores para nós, negros, de periferia e de escolas públicas. 

Estabelecimento de combinados de convivência:

Respeito de fala e de escuta, respeito aos momentos da aula, não são permitidos atos de discriminação/bullying, equilíbrio no uso do celular e pedir permissão quando quiser se ausentar de sala.

Meditação:

A cada aula (ou quando há maior necessidade, maior agitação da turma ou algo do tipo, por vezes até a pedido dos alunos) eu conduzo estratégias de relaxamento, orientando que os alunos fechem os olhos e se concentrarem no momento presente.

Nem todo mundo quer, a maioria das vezes não há silêncio absoluto. Mas essa estratégia busca estimular foco e concentração e redução da ansiedade e agitação, além de conhecimento das próprias reações no corpo. 

Raps didáticos (e outros estilos de músicas):

Como também sou rapper profissionalmente, elaboro raps para ensinar diferentes temas como você pode ver aqui. Uso outros estilos musicais também como o funk. 

Caderno de elogios e de pontos a melhorar:

No fim de cada trimestre busco estimular que os estudantes se elogiem para registrar em cadernos de cada turma. Por sugestão de uma aluna, passamos a incluir os pontos a melhorar também como desafios para o restante do ano. É uma alternativa ao "livro de ocorrências", comum em escolas, nos quais se registram pontos negativos, de comportamento e, geralmente, sobre os mesmos alunos: os "alunos-problema" .   

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Avaliação objetiva de categorias comportamentais para fugir às percepções subjetivas e não criteriosas sobre o “comportamento”:

Avalio quatro dos cinco combinados (só não avalio o combinado que diz sobre pedir permissão quando quiser se ausentar de sala pois esse hábito é bem estabelecido entre os alunos, todos já fazem)

Os combinados são: proatividade, cooperação/coletividade, realização das atividades, atualização do caderno e presença.

Monitoramento individual e coletivo sobre desempenhos escolares:

Uso planilhas e gráficos mostrados aos alunos, um a um, para que saibam suas variações de notas ao longo dos trimestres. Agora em 2020 os alunos têm fichas de monitoramento individuais para que eles tenham controle sobre a vida estudantil nas aulas de Ciências. Lá também pontuaremos habilidades individuais e esboços de projetos de vida.

Estratégias de aproximação das famílias:

Costumo, em provas, permitir que os alunos possam realizar uma ligação para alguém da família para ajudar a resolver uma das questões, como no filme/jogo "Quem quer ser um milionário?". 

Rodas do Afeto:

São momentos dedicados a temas não necessariamente ligados ao currículo do ensino de Ciências, abordando aspectos relacionais dos alunos, aflições, ansiedades, entre outros.

Metodologias diversificadas para ensino:

Incluindo estratégias de metodologias ativas e que usam tecnologia para aumentar a participação dos alunos e valorização de capacidades que vão além da teoria. 

Alguns dos Resultados da Pesquisa

A pesquisa que desenvolvi na minha escola de atuação apontou resultados qualitativos interessantes que sugerem que a “Ciência do Afeto” (e possivelmente demais estratégias baseadas em elevação do clima escolar positivo) tende a fortalecer principalmente a categoria social do clima escolar, que caracteriza a qualidade das relações interpessoais: entre alunos e entre professores e alunos, por exemplo.

Foto por Ben White

​Tenho obtido evidências de que a alta expectativa sobre os alunos, a cobrança atrelada ao monitoramento e do apoio, tem gerado maiores expectativas sobre as próprias trajetórias como sinalizam alguns estudantes.

Um dos meus alunos negros disse que, no futuro, será grato pelo que foi feito por ele nas aulas de Ciências, mantendo o desejo de "melhorar cada vez mais". E a percepção de que há esforço da minha parte tem gerado engajamento coletivo para manutenção de um clima propício a aprendizagem mesmo com as dificuldades permanentes. 

Como disse uma das minhas alunas negras (dando spoiler do que vai sair no livro que eu falei), estratégias que tem como base o afeto fazem com que ela se sinta parte da escola e do processo educacional como um todo.

Esta mesma aluna diz que é muito ruim quando um professor diz "quem quiser sai (de sala)”,  porque "ele está te dando oportunidade de deixar de fazer parte daquilo quando na verdade ele deveria te fazer entender que aquele lugar também é pra você".  

Considerando pesquisas anteriores, a "Ciência do Afeto" parece favorecer especialmente estudantes que apresentam mais risco de abandonar a escola, já que a tendência é a criação de um ambiente de acolhimento estudantil. Os próprios alunos, incluindo meninos negros, destacaram isso na pesquisa realizada (parte você encontra no artigo da Revista Periferias e mais resultados no livro a ser lançado). 

E já é sabido na literatura educacional que estudantes tendem a ter desempenhos mais altos quando eles percebem que há apoio social do professor e também há relação entre feedbacks educacionais positivos (como elogios) e sucesso escolar.

Como dito antes, a “Ciência do Afeto” tem como base inegociável a prática dos elogios e se você tiver mais interesse sobre essa prática especificamente vem ler aqui o artigo que escrevi pro Voz das Comunidades só sobre isso.

Bem, se você leu até aqui com certeza entendeu que existe vulnerabilidade de meninos negros na escola e no cenário de violência e que, possivelmente, esses dois fenômenos se relacionam, já que há evidências de que a evasão escolar está na raiz da violência extrema

Além disso, o estudo “Democracia Racial e Homicídios de Jovens Negros na Cidade Partida” já citado aqui antes menciona que, controlando todas as demais características, um indivíduo que estudou sete anos tem 70,2% mais chance de sofrer homicídio no Rio de Janeiro que alguém que estudou de 8 a 11 anos.

Em resumo: menor escolaridade, mais exposto à violência

E já notamos que há possíveis explicações parecidas para a vulnerabilidade dos meninos/homens negros na educação e no cenário de violência e elas giram em torno dos imaginários construídos sobre nós como "violentos", "agressivos" e "mais próximos ao crime" mesmo quando estamos distantes dele.

Mesmo quando há envolvimento de meninos negros com o crime, isso também parece ter relação com a evasão escolar precoce: no ensino fundamental e início do ensino médio. Eu argumento mais sobre esta relação no artigo “Política roleta-russa de Segurança Pública e educação em segundo plano…De novo”, em que uso o relatório “Novas configurações das redes criminosas após a implantação das UPPs” realizado pelo Observatório de Favelas:

“A maioria dos 261 entrevistados envolvidos com redes criminosas no estado do Rio de Janeiro (72%) se autodeclarou como preto ou pardo e o relatório destaca a presença de  jovens no crime, sendo 62,8% na faixa de 16 a 24 anos. No que se refere à idade e séries de abandono escolar é fundamental destacar que os entrevistados relataram sair da escola na faixa dos 15-16 anos (34,5%) e a partir dos 17 anos (22,6%), sendo o abandono mais frequente por volta do 6º (23%), 7 º anos do Ensino Fundamental (16,9%) e Ensino Médio (16,1%), justamente as etapas em que se localizam os maiores filtros da Educação Básica, nos quais alunos pretos e pobres são os que mais sofrem”. 

Ainda precisamos de mais pesquisas que relacionem educação e violência, com recorte racial e de gênero para compreender melhor as relações entre fenômenos educacionais e produção de fenômenos ligados à violência (e exposição à ela). Mas os estudos aqui apresentados nos fazem entender que a escola, apesar de não ser a única instância que pode combater estereótipos de raça e gênero, é fundamental para criar novas leituras sobre meninos negros, por meio de elaboração de altas expectativas que não fortaleçam o que parece um círculo vicioso de fracasso.

As percepções negativas sobre meninos/homens negros parecem ter influência nas vulnerabilidades educacionais e no cenário da violência e essa maior exposição à violência (com auxílio de imaginários produzidos inclusive pelas mídias) parece re-alimentar as percepções negativas sobre os meninos negros, que continuam repetindo, evadindo e estando mais expostos à violência. 

Alguém tem que romper esse ciclo de percepções negativas e de reprodução das desigualdades porque já existem outras variáveis que afetam, por exemplo, resultados educacionais. Muitas destas são variáveis sobre as quais nós, que trabalhamos com Educação, não temos controle (a origem social, por exemplo), logo, cabe estimular mudanças em tudo que temos alguma potência de transformação. 

Não é fácil, ainda mais em um país que, por anos e anos, faz questão de desvalorizar o trabalho de nós, professores. É difícil estar motivado para qualquer coisa quando você não é valorizado (e, muitas vezes, nem sequer bem pago). 

Apesar de todas as enormes dificuldades, o que nós estamos fazendo para disputar as vidas de jovens negros do gênero masculino nas escolas?

​Foto por João Rafael

Estamos elogiando seus talentos, valorizando suas habilidades e avaliando comportamento de maneira justa e objetiva? Estamos oferecendo múltiplas oportunidades educacionais, recursos afetivos e de apoio social a esses estudantes? Estamos buscando aproximação com as famílias para relações efetivas de parceria e trabalho de continuidade?

Estamos abraçando esses alunos e nos permitindo a aprender com eles as suas demandas e tudo que eles querem falar e fazer para, quando for o caso, ampliar campos de possibilidades e criar e/ou estimular a criação de projetos de vida lado a lado deles?  Estamos elogiando seus sonhos e reforçando suas capacidades? Nossos alunos estão felizes em nossas salas de aula? 

Jamais diria que esse trabalho é simples. Sou contra a romantização do trabalho educacional e ocasionalmente vamos falhar. Mas o ponto é: a elaboração de uma Educação antirracista que tenha compromisso inegociável de elaborar estratégias para acesso e permanência (ensino e avaliação) na escola pública que sejam justas e reduzam as desigualdades de oportunidades educacionais também é compromisso nosso na escola.

As escolhas educacionais que fazemos são percebidas pelos alunos, que passam a entender que ali, todas as semanas/dias, tem alguém que acredita neles, tem alguém que não permite que eles se sintam incapazes e que vai fazer de tudo para mantê-los na escola e com boa aprendizagem até a última gota de suor.

É sobre conquistar o brilho nos olhos dos alunos a partir dos nossos próprios brilhos nos olhos. É sobre criar um clima escolar positivo e, enfim, sobre disputar as vidas negras juvenis masculinas. Apesar das evidências científicas, não há receita. O desafio está posto. 

É urgente que os olhos não mais condenem. 

William Corrêa

William Corrêa, de Vila Isabel, é Doutorando em Educação pela UFRJ em Políticas e Instituições Educacionais". Também é pesquisador da Universidade Internacional das Periferias e seus estudos giram em torno das desigualdades de oportunidades educacionais