Buenas, macacada da PdH.

Por uns tempos estive meio down. Não é segredo para ninguém que meu tesão pela Medicina já se esgotou há séculos e que o processo de mudança de carreira segue firme. Olhava para meu legado aqui e notei que meus textos, ao menos os últimos, assumiram um aspecto depressivo. Provavelmente fruto dessa perda de tesão. Epa, esse não sou eu!

Ao passar pelos comentários do post avisando o retorno do Dr. Love, vi um que pedia a minha volta (créditos ao Wesley Oliveira). Tive um estalo.

Já que 2011 e 2012 são meus dois últimos anos como médico, parei e me perguntei: por que não fazer desses anos os melhores da minha carreira, ao invés de ficar choramingando pelas minhas mazelas no SUS, pelos malandros que me enchem o saco pedindo atestado, pelos malditos planos de saúde que me achacam? Ao menos aqui no PapodeHomem eu posso fazer isso, porque dando plantão sexta 24h e sendo acordado de madrugada pra atender besteira fica difícil. Conseguir milagrosamente uma folga na agenda para curtir meu primeiro carnaval em Salvador já foi uma tremenda vitória. Senti que era um prenúncio para deixar as lamentações de lado.

Então tomei uma decisão: chega de lero-lero e mimimi. Já que o estupro é inevitável, ao menos que essa transição seja a mais proveitosa possível. E o PdH é o canal perfeito para tal.

Vou parar antes de chegar nesse estado de sair quebrando ossos por aí.

Estou oficialmente de volta

Aproveitando o ensejo, em breve concluirei minha formação em Personal/Professional Coach e voltarei aqui na PdH para oferecer coaching pró-bono (leia-se 0800) para alguns leitores da PdH. Se você tem algum problema relativo ao estabelecimento de metas, dificuldades para atingir objetivos e realizar sonhos, frustrações pessoais profissionais que necessitem mudanças, dificuldades em relacionamentos interpessoais, o coaching têm as ferramentas necessárias para ajudar o cliente a atingir seus objetivos.

Oportunamente, falarei mais sobre o assunto e anunciarei as vagas para os referidos pró-bonos.

Sem mais delongas, vamos à dúvida do leitor

“É o seguinte: tenho 18 anos, leio o PapodeHomem há alguns anos já. Pra se ter ideia, quando comecei a ler nem tinha uma vida sexual bem ativa ainda. Pois bem, agora tenho e na calada da noite resolvi abrir meu notebook e escrever este email pois não conseguia dormir com essa dúvida na cabeça.
Há uns meses estou tendo relações sexuais direto, mas direto mesmo, às vezes chego a varar noites de sexo. Sem enrolação, minha dúvida é a seguinte:
Que diabos é esse barulho de peido que vem da vagina na hora do sexo? Parece que entra ar e o pênis vai comprimindo até sair e fazer o barulho. Parece muito com som de gases, mas dá pra perceber que tá saindo da vagina, é normal isso?
Procurei na Internet algumas coisas, não achei nada concreto. Uns dizem que é porque o pênis é muito grosso, outros por causa da posição (geralmente de quatro) mas nenhuma das respostas me convenceu, então vim humildemente perguntar a você.
Muito obrigado desde já, Dr. Health. Espero que consiga me explicar.”

Solução rápida para os encanados com os barulhos da natureza: transar com fone de ouvido | Fonte: @properlynaughty

Sua dúvida me trouxe uma certa dose de risos, ao lembrar de uma anedota meio sem graça, bem antiga. Diz a lenda que a esposa de um cara engravidou e na hora do parto não tinha bebê algum. Gravidez psicológica. O marido ganhou o apelido de “Piru de Vento” dos gaiatos de plantão.

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Zoações a mil, um dia o Piru de Vento meteu porrada num carinha. Ao ser perguntado pelos motivos, respondeu:

Me chamar de Piru de Vento, vá lá. Mas o cara veio e pediu meu pau emprestado pra encher o pneu da bicicleta dele, porra!

(Momento “A praça é nossa”, eu avisei que era sem graça)

A questão da flatulência vaginal não te transforma num “Piru de Vento”, não, embora o mecanismo pelo qual ela ocorre tenha algo a ver com uma bomba de encher pneu. Daí a alusão à anedota.

Vagina para dummies

Quando não preenchida por sangue ou objetos em formato fálico (o que inclui os pintos), a vagina é o que chamamos de cavidade virtual. Em Medicina, usamos o termo “colabado” para definir o que ocorre. Mais ou menos como uma bexiga de gás murcha, as paredes internas se tocam e não fica nenhum espaço livre. Nem para o ar.

Cena seguinte: o membro ereto, pulsante e pujante começa a invadir a vagina, sedenta e ávida por ser penetrada de forma intensa e passional (descrição retirada dos cânones da literatura erótica). A penetração tem o efeito primário de distender a vagina, tornando-a uma cavidade real. À medida que o vai-vém se intensifica, ocorre o mecanismo semelhante à já citada bomba de pneu: cada inserção do pênis gera uma certa entrada de ar na vagina.

Ao final do ato, a vagina, por ter elasticidade, está distendida, mas pouco a pouco voltará ao seu normal, o que gerará a expulsão do conteúdo. Se você não estava usando camisinha, já pode perceber que o seu sêmen é expulso de lá logo após a transa.

Acontece a mesma coisa com o ar que ficou. Dependendo da quantidade, a expulsão pode ser ruidosa. Isso normalmente ocorre após a transa. Há uma saída de ar natural, que só a mulher sente. Mas isso ela não vai contar para você, certo, meninas?

“Eu tenho outros sons, quer ouvir?” | Fonte: secgarden.tumblr.com

E no seu caso, o que ocorreu é que entrou uma quantidade maior de ar. Na hora daquela estocada mais forte, o ar tem que encontrar um lugar para sair. Sai para onde existe um gradiente de pressão menor, ou seja, você mete a pica, comprime o ar e ele sai por onde entrou. De forma barulhenta.

Entendido? Câmbio e desligo!

Dr. Health, cheio de gás para Salvador.

Mauricio Garcia

Flamenguista ortodoxo, toca bateria e ama cerveja e mulher (nessa ordem). Nas horas vagas, é médico e o nosso grande Dr. Health.