O objetivo deste artigo é meramente informativo.
Muitas pessoas não têm sequer a menor idéia da existência de tais métodos, mas devido ao seu alto índice de falhas e ao fato de não prevenirem as doenças sexualmente transmissíveis, não vou entrar em muitos detalhes. Não será um tutorial minucioso de “como fazer” e “como não fazer”.
AVISO IMPORTANTE: Não explicarei detalhes nos comentários, portanto, não percam seu tempo me perguntando.
Os métodos naturais partem do princípio que se a mulher conhecer o próprio corpo e o seu período fértil, saberá quando engravidar e quando é seguro ter relação sem risco de gravidez.
São eles: A tabelinha, a temperatura basal, e o muco cervical. Aqui incluirei o coito interrompido, apesar de fugir da descrição inicial.
A Tabelinha
Como gosto de dizer, tabelinha boa para mim é aquela que acaba resultando em um gol do Mengão.
A tabelinha requer abstinência sexual durante o período mais provável de ovulação da mulher. Para saber o dia de ovulação, primeiramente deve-se determinar o ciclo menstrual, e o primeiro e trabalhoso passo, é anotar de oito a doze meses desse ciclo, e tirando a média.
A ovulação ocorre aproximadamente na metade de tal ciclo, e como um espermatozóide pode sobreviver até 3 dias no útero, a abstinência deve ser de 3 a 4 dias antes da ovulação até 3 a 4 dias depois. Praticamente uma semana de abstinência.
Na prática, a ovulação da mulher varia muito, por N fatores. Doença, tensão, viagem, irritabilidade, perda de peso, etc… Além de requerer organização extrema, tanto da mulher ao anotar seu ciclo, quanto do casal, que tem a espontaneidade da sua atividade sexual alterada.
O Método da temperatura basal
Neste método, a mulher anota a sua temperatura vaginal, oral, axilar ou anal, sempre do mesmo lugar, toda manhã, antes de se mexer ou levantar da cama, durante vários meses.
É necessário confeccionar um gráfico com a temperatura diária, e tal gráfico permanece mais ou menos estável até a ovulação, quando ocorre um aumento pequeno, que perdura durante 12-13 dias, até a menstruação, quando retorna ao nível normal.
Mas tem lá seus percalços. Dá trabalho. A mulher não pode levantar antes de tirar a temperatura, pois isso “aquece” o organismo. Qualquer doença ou febre altera a aferição e também a ovulação. É um método que falha bastante.
O Método do muco cervical (Método Billings)
Baseia-se no fato que pouco antes da ovulação, a maioria das mulheres apresenta notáveis mudanças no muco, espécie de um catarro, localizado na abertura do útero (cérvix).
Depois da menstruação, a cérvix uterina quase não produz muco, e a vagina fica seca (salvo quando a mulher se excita). Após alguns dias, a cérvix começa a produzir um muco claro e pegajoso, com consistência semelhante à clara de ovo. Este muco marca o período fértil. É seguido por um muco mais espesso e amarelado.
Normalmente, o primeiro dia que a mulher detecta o muco mais afilado significa que a ovulação ocorrerá dali a 1 ou 2 dias, e deve ocorrer a abstinência.
O coito interrompido
Consiste na retirada do pênis da vagina logo antes de o homem ejacular. Apesar de muito usado, está longe de ser eficiente, porque :
– Muitos homens, antes da ejaculação, apresentam um escape de fluido seminal, com quantidade suficiente de espermatozóides que podem fecundar uma mulher.
– Não é todo cara que tem autocontrole suficiente para realizar tal prática.
Além disso, o receio que a mulher pode ter a respeito do seu parceiro não conseguir se controlar pode diminuir o desempenho sexual destas. Pode também causar uma tensão suficiente no homem que o faça broxar.
Eficácia de métodos e uso combinado
Alguns estudos, infelizmente de baixa confiabilidade, apontaram as eficácias de tais métodos :
Tabelinha – 70%
Temperatura basal (com relação somente em uma parte do ciclo) – 98%
Muco cervical – 70 a 90%
Um parêntese aqui sobre a “eficácia” elevada da temperatura basal : Só ocorreu tal porcentagem associada a uma abstinência de metade do ciclo menstrual, ou seja, 15 dias sem sexo, em média. Impraticável.
Além da falta de confiabilidade de tais estudos, 70% de eficácia é um índice PERIGOSÍSSIMO. De cada dez vezes que se transa, em 3 delas vai ocorrer fecundação.
Uma forma de diminuir o risco é a combinação de métodos. Assim maximiza-se a proteção. E não só dos métodos naturais, pode-se combinar a camisinha com o muco cervical, tornando o evento gravidez (em caso de falha da camisinha) apenas uma possibilidade remota.
Ah, claro, o conceito de combinação de métodos também pode (e deve) ser aplicado aos chamados métodos artificiais.
Combinação de pílula com camisinha, por exemplo, aumenta demais a segurança quando a possibilidade de gravidez. Como gosto de dizer, se depois de uma combinação dessas, ainda assim engravidar, tem que batizar o filho como MacGyver.
Puxe uma cadeira e comente, a casa é sua. Cultivamos diálogos não-violentos, significativos e bem humorados há mais de dez anos. Para saber como fazemos, leianossa política de comentários.