[Convite] Pai: Os desafios da paternidade atual - Da importância de um pai conversar com outros pais.

Dá pra juntar pais para terem boas conversas em conversas significativas sobre paternidade. Vamos fazer um evento para 100 pais no dia 20 de agosto de 2017

Me sinto sozinha.

Foi com essa frase que minha esposa desabou comigo enquanto me abraçava e chorava.

A privação de sono, as mudanças hormonais e de rotina só contribuíram para que aquilo tudo ficar bem mais forte e emotivo.

Nossos amigos tinham se afastado, não por não gostarem mais da gente, mas é que os programas que antes fazíamos com eles agora não funcionam mais na nossa nova rotina. De repente, um programa tão simples como sair pra jantar, ou mesmo recebê-los em casa virou uma tarefa super difícil.

Eu também me sentia sozinho, não só pela falta dos amigos, mas também sentia falta dela, da esposa parceira que agora mal tem tempo pra si e muito menos pra mim (cheguei a contar esse episódio num texto aqui, o "Quando minha esposa virou uma estranha").

Mas nesse dia não quis falar nada disso pra ela. Bobeira minha de achar que por ser homem precisava aguentar o tranco sozinho.

Os dias se passaram e as coisas foram melhorando.

A Nathalia estava participando de alguns grupos de mães no WhatsApp e, segundo ela, rolava todo tipo de papo, desabafos, apoio, ajuda. Falavam de sexualidade, da educação dos filhos, rolava um troca-troca de roupinhas e brinquedos, trocavam truques e manhas para lidar com filhos, saúde e até recebiam opiniões de uma mãe médica que participava do grupo.

Diversas vezes recorríamos ao grupo de mães quando não sabíamos mais o que fazer pra Clara dormir, parar de chorar, qual a opinião delas em relação a Pepa Pig, em qual posto de saúde tinha a vacina ou em qual supermercado estava rolando a melhor promoção de fralda.

Logo aquelas mães do grupo de WhatsApp ficaram tão próximas da minha esposa como as amigas de longa data dela. Elas trocavam dores, angústias, alegrias e segredos juntas.

Minha esposa já não se sentia mais solitária como naquele dia. Ela relatou essa passagem quando escreveu sobre "Maternidade e amizades: o que mudou".

Mas eu ainda estava só.

 

Fui um dos primeiros entre meus amigos a ser pai e eu tinha dificuldade de conversar sobre paternidade com quem ainda não era pai. Dessa fagulha, surgiu minha coluna no PapodeHomem, mas ainda  sentia falta de ouvir também relatos de outros pais; O que eles estavam passando? Eles também discutiam com as esposas pelos mesmos motivos ou eu que era o chato? Como eles fazem pra colocar os filhos pra dormir? O que eles fariam na minha situação? Que livros eles lêem? Como é a vida sexual deles?

Divido isso com a minha esposa e a solução, mais uma vez, veio do tal grupo de mães.

Ela descobriu por meio de outras mães que tem um grupo de WhatsApp de pais semelhante ao grupo delas, só que de homens.

Meus olhos brilham. Pedi no mesmo dia para me adicionarem.

Assim que entrei no grupo, recebi uma baita mensagem calorosa de acolhimento. 

Jamais achei que num grupo só de homens no WhatsApp eu receberia mensagens com as palavras "solidarizar", "acolhimento", "compartilhar aflições e medos", "criação com apego" intercaladas de palavrões, piadas do mais refinado humor, ofensas ao time de futebol alheio e nenhum pingo de pornografia ou piadas machistas. 

Foi como se eu tivesse sido abraçado.

Mesmo não participando tão ativamente do grupo, ler os relatos diários de pais, presenciar que eles estão passando por situações muito parecidas com as minhas e que existe esse grupo para me dar apoio (como já deu algumas vezes) em alguma situação difícil, o peso da paternidade alivia um bocado e já não me sinto mais sozinho nessa bronca.

Obrigado por isso, amigos.

Convite para encontro| PAI: os desafios da paternidade atual

Esse meu relato serve como pequeno alerta ou alívio para outros pai. Não precisamos ficar em silêncio ou passar por todas as problemáticas da paternidade sozinhos.

De verdade.

Podemos juntar pessoas, colocar pais em um mesmo ambiente, e trocar. Passar informações e conhecimentos, receber conhecimentos novos, apoiar uns aos outros como fazem os amigos, como fazem as pessoas que sabem como é passar pelo que você está passando.

O coletivo. Ele fortalece a gente demais.

Estamos organizando um encontro presencial para pais e futuros pais aqui em São Paulo!

Percebemos que há uma enorme carência de informação sobre paternidade, de homens falando para homens e trocando informações da mesma maneira com que as mães trocam. Foi aí que surgiu a ideia do evento.

O objetivo é contribuir para a criação de uma rede benéfica de pais, algo que vai beneficiar não só os próprios pais, como as mães, os filhos e as famílias como um todo. Queremos colocar em pauta discussões que às vezes ficam esquecidas sobre os obstáculos logísticos, afetivos, financeiros, emocionais que os homens também enfrentam.

O evento acontecerá no dia 20 de agosto, domingo, das 8h30 às 18h30, na Aldeia 445, para aproximadamente 100 pessoas, com falas sobre paternidade e dinâmicas ao longo de um dia inteiro.

Eu estarei lá, presencialmente, junto com uma porrada de outros convidados. Vamos falar de parto, educação, saúde, grana e claro, vamos ter conversas abertas para mais pais se conhecerem, trocarem idéia sobre paternidade, marcarem churrascos e formarem grupos de WhatsApp.

PAI: os desafios da paternidade atual

Dia: 20 de agosto de 2017, domingo
Horário: 8h30 às 18h30
Local: Aldeia 445 - Rua Lisboa, 445 - Pinheiros (1km do metrô Fradique Coutinho)

As falas serão compostas por palestras e conversas, em diálogo direto com os presentes.

Programação:

8h30 - 9h30: recepção e café da manhã

9h30 - 10h: abertura e dinâmica

10h - 10h50: Da gravidez aos primeiros anos: passo-a-passo, com Dr. Carlos Eduardo Corrêa (Cacá)

11h - 11h50: Como planejar sua vida financeira durante a paternidade, com Eduardo Amuri

12h - 12h50: Criação com apego e paternidade, com Thiago Queiroz (Paizinho Vírgula)

13h - 14h30: Almoço

14h30 - 15h: Dinâmica 2

15h00 - 16h20: Paternidade reais: indo além do romantismo, com Marcos Bauch, Marco DiPreto e outros convidados

16h30 - 17h20: Leonardo Piamonte - Como lidar com os dramas dos filhos a cada idade?

17h20 - 17h30: encerramento e agradecimentos

17h30 às 18h30: confraternização!

Serão disponibilizados 80 ingressos para o evento, que estarão divididos em dois lotes. O primeiro, a R$100,00. O valor passa para R$150,00 no segundo lote, quando o primeiro se esgotar. Então, vale ficar esperto para fechar tudo logo no primeiro lote e garantir aí uma economia logo de cara.

Esse valor já inclui um brunch e um lanche da tarde reforçados.

Obs: É um evento longo que vai durar o dia todo e pode ser cansativo para as crianças. Recomendamos ir sem os filhos para que você possa aproveitar bem o dia, mas caso você não tenha com quem deixá-los para ir ao evento fale com a gente pelo email bia@papodehomem.com.br que estamos preparando uma solução.

Vamos trocar uma ideia com outros pai? Comecemos aqui pelos comentários. Você acha interessante, sendo pai ou não, que haja essa interação de pessoas sobre a paternidade? Curte a ideia de ver pais mais juntos conversando sobre o tema, descobrindo vivências de outros pais?

Escreve aqui. Vamos trocar umas ideias.


publicado em 28 de Julho de 2017, 11:40
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Rodrigo Cambiaghi

é especialista em mídia programática, monetização de sites e BI. Reveza o tempo entre filha, esposa, cão, trabalho, banda, moto, games, horta de casa, cozinha e a louça que não acaba nunca.


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