O futebol pode ser só um esporte, se quiser. Mas pode ser bem mais que isso, se a gente souber como usá-lo.
Na última quinta, o volante Henrique precisou de aproximadamente 33 minutos para abrir o placar na vitória cruzeirense, por 2 a 1, sobre a Caldense. O tempo até o gol pode parecer uma eternidade para o torcedor, mas é suficiente para que três mulheres sofram estupro no país. De olho nesta e em outras realidades femininas, o Cruzeiro irá propor uma importante reflexão no duelo contra o Murici-AL, na noite desta quarta-feira, no Dia Internacional da Mulher.
O time mineiro vai jogar com as camisas estampando estatísticas colhidas pela ONG Azminas, que inclusive são parceiras aqui do PapodeHomem, na numeração de cada jogador. A ideia é expor dados do cotidiano violento e de luta das mulheres aqui no país.
Presidente do Cruzeiro, Gilvan de Pinho Tavares, disse: "O Cruzeiro Esporte Clube tem participado de diversas campanhas contra qualquer tipo de preconceito. Em pleno século XXI, não é tolerável ver as mulheres sofrerem atos de violência e discriminação. Com esta ação, nos juntamos a todos que combatem as desigualdades contra pessoas do sexo feminino. Esse é um dos papeis sociais que os clubes de grandes torcidas precisam sempre estar desenvolvendo".
A Letícia Bahia, diretora institucional da ONG Azmina, disse que "muita gente pensa que a luta pelos direitos das mulheres não faz mais sentido. Mas os dados que os jogadores vão exibir mostram o quanto essa questão segue sendo atual".
Golaço em Minas. Golaço do Cruzeiro.
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