Com a recente crise econômica mundial, subitamente os povos mais ricos do mundo se viram com bem menos grana do que o habitual. Em vez de ir ao shopping, o povo começou a repensar com mais força a cultura consumista, e com isso apareceu o que estão chamando por aí de “consumo colaborativo“.

O termo, em sua essência, evoca uma atitude que considero muito louvável:

Por que eu devo comprar algo novo se o meu vizinho ou alguém próximo de mim pode ter aquilo para me emprestar ou alugar?

Se alguém pensasse nisso em outra época que não a atual, esbarraria em problemas de confiança e, principalmente, na dificuldade em saber quem tem o que, ou quem pode estar precisando de quê. A internet resolveu esses dois problemas – já há vários sites que facilitam a formação dessas ligações e atuam como intermediários nas transações.

O bom e velho escambo… | Imagem: Bottino, http://bottlog.blogspot.com

Se você tem uma furadeira em casa, saiba que ela vai ser usada em média por 13 minutos durante todo o tempo em que você a possuir.

Me parece óbvia a noção de que emprestá-la para outras pessoas é uma boa ideia em vários níveis. Isso pode ser feito em sites como o Zilok ou o Share Some Sugar, enquanto os livros do mundo podem trocar de donos no genial BookCrossing, as roupas que não servem mais no seu filhão podem encontrar novo dono no ThredUP e as suas habilidades em qualquer coisa (cozinhar, tocar violão, preparar drinks) podem encontrar aprendizes — e você, um professor — no TeachStreet. Até o seu precioso carro entra na brincadeira em sites como o WhipCar, onde um vizinho pode alugar o carro que ficaria parado na garagem por longos períodos para um outro, que precisa de um transporte eventual e não quer alongar os congestionamentos e ter mais despesas comprando um carro próprio.

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A pegadinha, claro, é que boa parte desses sites não faz sentido se não houver uma forte comunidade local, que quase nunca existe no Brasil. Você conhece ou é responsável por alguma iniciativa como essas no Brasil? Você é sequer a favor desse conceito, ou quer argumentar pelo consumismo? Comente aí.

Rachel Botsman, principal evangelizadora da ideia do Consumo Colaborativo e autora do livro What’s Mine Is Yours (“O Que é Seu É Meu”, a ser lançado no Brasil em breve), explica toda essa parada melhor em uma palestra do TED 2010. Assim abaixo:

Link palestra

Fabio Bracht

Toca guitarra e bateria, respira música, já mochilou pela Europa, conhece todos os memes, idolatra Jack White. Segue sendo um aprendiz de cara legal.rnrn[<a>Facebook</a> | <a href="http://www.twitter.com/FabioBracht">Twitter</a>]"