Conquistar territórios ou o mundo todo?

Chega um momento na vida de todo homem que ele acorda e se vê cercado por mulheres.

É como se elas tivessem simplesmente surgido ao seu redor. Num dia, elas são exatamente iguais às outras crianças, brincando para lá, correndo para cá. Mas, no dia seguinte, elas mudaram. É difícil explicar como ou o que, mas é certo que elas se transformaram totalmente.

Bum! Acabou a brincadeira pra elas
Bum! Acabou a brincadeira pra elas

Não são mais garotas: se tornaram mulheres e passaram a exercer um estranho fascínio nos garotos ao seu redor, que – sejamos sinceros – ainda demorarão alguns anos até se tornarem homens. Afinal, vamos deixar uma coisa clara: garotas amadurecem e se tornam mulheres. Garotos apenas tentam acompanhar este processo da melhor forma que podem, para não ficarem para trás.

Muito deste fascínio vem da incapacidade masculina em compreender totalmente as mulheres. Seja doce ou arisca, discreta ou extrovertida, racional ou passional, cada uma delas é um enorme mistério na mente de um garoto. Talvez o primeiro passo na vida adulta de um menino seja perceber que a frase “cada pessoa é um mundo” se aplica, antes de tudo, às mulheres -- e não a ele.

Se você atravessou aquela zona de guerra chamada de puberdade, sabe do que estou falando: caso a adolescência fosse um jogo de xadrez, as mulheres jogariam com as peças brancas, ditando as regras do jogo e tomando a iniciativa; os garotos podem apenas reagir e fazer o melhor que podem a partir disso.

Mulheres são mais completas que garotos. Enquanto elas amadurecem, tudo o que os garotos conseguem fazer, como resposta, é produzir hormônios em escala industrial. Assim, passam a maior parte do tempo pensando em uma forma de se aproximar delas, para mostrar que também amadureceram e, mais importante: conseguem jogar de igual para igual.

Assim, o tempo passa e o garoto cresce. Ganha barba, aprende a dirigir, escolhe uma carreira. Mas não necessariamente se torna um homem.

Molecada que encara qualquer parada, menos a velha responsa
Molecada que encara qualquer parada, menos a velha responsa

Afinal, um homem não é formado por barba bem aparada, carro do ano ou um emprego promissor, mas sim pela forma que enxerga o mundo, e -- mais importante -- pelas atitudes que toma a partir disso.

No que diz respeito às mulheres, alguns partem do princípio que cativar as mulheres ao seu redor é mais fácil que tentar compreendê-las. Assim, se comportam feito imitações de Alexandre, o Grande ou como projetos de Cesar, com planos de conquistar todos os mundos que surgirem em sua frente.

Mas, no caso dele, são mulheres. Todas, ao mesmo tempo, e agora. Ele está de olho em todas, a todo instante, procurando por oportunidades, inconvenientemente enxergando-as até onde elas não existem.

Entretanto, quando a oportunidade é real, costuma se utilizar de frases feitas e discursos decorados sobre os mesmos assuntos, sempre evitando correr riscos. Nos casos mais extremos, até o sorriso, os gestos e o interesse no que a pessoa tem a dizer sobre o mundo – ou sobre ela mesma – são calculados e moldados somente para agradar.

Segue fórmulas de abordagem e truques de conquista que deram certo uma ou duas vezes. E, claro, acredita que irão funcionar em todos os casos, mas provavelmente sem sequer saber ao certo o motivo disso.

Na verdade, quando funcionam, creditam o sucesso ao seu charme ou carisma e ganha uma história para contar aos amigos no bar; já quando fracassam, decidem que é mais fácil dar de ombros, culpar secretamente algum problema de relacionamento que a mulher em questão possa ter.

Nos dois casos, o resultado é o mesmo: partem para a próxima conquista.

Pois eles sempre têm uma próxima conquista no bolso. Seja a amiga da irmã, a colega de trabalho, a loirinha do metrô, a amiga da faculdade, a morena do curso de inglês, a ruivinha que conheceu numa festa no final de semana. Ele sempre tem um próximo alvo, um território a ser cativado e conquistado.

Afinal, nenhuma mulher basta para ele. Na sua incapacidade de compreender as mulheres, ele precisa cativar a todas.

Cuidado, molecada! Todo jovem deixa, em algum momento, escapar seu mundo em uma viagem de mochila nas costas, mas são bem poucos os que conseguem reencontrar o caminho e fazer tudo como deve ser feito
Cuidado, molecada! Todo jovem deixa, em algum momento, escapar seu mundo em uma viagem de mochila nas costas, mas são bem poucos os que conseguem reencontrar o caminho e fazer tudo como deve ser feito

Ganhar um beijo aqui ou um sorriso ali, do maior número possível de mulheres, é a forma que ele encontrou de dizer para si mesmo que conseguiu se aproximar direito daquelas garotas que amadureceram mais e melhor que ele. É a forma que este garoto descobriu de mostrar que também amadureceu.

É a forma que ele encontrou de mostrar para si mesmo que é um homem.

Mas claro que há aqueles que, ao descobrir que mulheres são mundos infinitamente mais ricos que os homens, pensam – e, principalmente, agem – de outra forma. Sabem que a magia está em desbravar um mundo, e não somente em conquistá-lo.

Estes tiveram a percepção de entender que uma mulher jamais será somente “uma mulher”. Sabem que o verbete “mulher” é, na verdade, um coletivo que reúne palavras como amante, companheira, amiga, dama, parceira, namorada, esposa, cúmplice... E tantas outras. E sabe que é justamente daí que vem a riqueza delas.

Este é o homem que sabe que cada mulher é diferente, e que olhar para todas ao mesmo tempo mostraria não que ele é um homem, mas sim míope. Assim, ele escolhe uma única mulher, e dedica-se a desvendá-la completamente.

Homens sabem que desvendar uma mulher não é resultado de uma fórmula decorada. Sorrisos ensaiados e frases feitas conseguirão, apenas, arranhar a superfície de tudo o que a mulher esconde. Na verdade, o homem sabe que existe somente uma regra: a troca. É preciso deixar a mulher decifrá-lo ao mesmo tempo em que ele a desvenda, descobrindo seus segredos – que normalmente começam a serem revelados poucos instantes depois dos olhos dela brilharem.

Diferente do garoto, o homem sabe que o brilho dos olhos não é o objetivo; é apenas o primeiro passo. E também – ainda diferente dos garotos – não precisam de todas as mulheres do mundo. Homens sabem que cada mulher, por si só, é um mundo completo.

E que para conhecer neste mundo é preciso ter a coragem de mergulhar nele.

O homem não tem receio de mergulhar em uma mulher – abrindo mão de todas as outras – e conhecer segredos que jamais serão revelados a um garoto. Já o garoto não molha mais que o pé e, no momento que uma pequena onda bate em seus joelhos, se assusta e corre de volta para a segurança da areia, onde passa a procurar a próxima aventura.

E continuará garoto. Preso eternamente dentro de uma adolescência infinita, admirando as mulheres de longe, sem entender direito porque elas o fascinam tanto.

E brincando de ser homem.

Mecenas: Schweppes 230 anos

Schweppes comemora 230 anos, e por ser o primeiro refrigerante do mundo, carrega um nome cheio de histórias e legados.

Seu toque amargo e sabor discreto, fez com que Schweppes caísse no gosto nada popular dos maiores mixologistas se tornando ingrediente indispensável para os mais variados drinques. Schweppes é a prova de que o clássico realmente nunca sai de moda.

E para comemorar mais de dois séculos de história, lançou novas latas em edições comemorativas.

papo-de-homem

Enquanto meninos correm atrás de modas, homens entendem as tradições. A Schweppes tem dito boas coisas a respeito do amadurecimento de um homem, vá até eles dar uma olhada. Recomendamos.


publicado em 07 de Junho de 2013, 21:00
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Rob Gordon

Rob Gordon é publicitário por formação, jornalista por vocação e escritor por teimosia. Criador dos blogs Championship Vinyl e Championship Chronicles.


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