"Olá, sou Edu Sky*, tenho 41 anos de idade, e tenho (sempre tive) muita dificuldade com família, relações sociais, afetividade e estar em um grupo.

Sempre fui referido pelos próximos a mim como desligado, lento, calado, "faísca atrasada", arrogante, "fechado no meu mundinho" e outros.

Na infância e adolescência, tive pouco amor/afeto, mas muita cobrança muita rigidez (sou o mais velho de dois filhos homens). Não me dou bem com meu único irmão desde criança e até hoje. Sempre que tenho contato com meus pais — seja pessoal, por telefone, etc — é com muita contrariedade da minha parte.

Muita revolta, mágoa, rigidez, "surdez" e "não ditos": isso resume a minha experiência na família. Desde a infância, tive preferência por atividades individuais e, a partir da adolescência, intelectuais. Nunca fui chegado a atividade física. Não tenho prática e não gosto de serviços domésticos, de cuidar de alguém, nem de sair, baladas, etc.

Sou do tipo: "desajeitado", nerd e caseiro. De levantar e deitar tarde, de ler, me informar… Gosto muito de ciências exatas (minha faculdade foi isso), ficção científica, ciência, e também de esoterismo e conhecimentos "alternativos" do gênero. Bom de teoria e nem tanto de prática.

Na escola, na faculdade e em grupos em geral, sempre foi difícil me "enturmar". Sempre fui de poucos amigos/colegas, alvo recorrente de bullying. Sempre que tentei fazer as coisas tipicas da minha fase de vida, me atrapalhei, feio!

Sempre preferi me virar sozinho, falar o mínimo, não incomodar nem ser incomodado. Meu aprendizado e experiências emocionais, sociais —namorar, beijar, sexo — foram bem tardios em relação à média.

Foto por: Paolo Nicolello

Consegui morar independente (fora da casa dos pais) apenas aos 29 anos, num casamento que deu muito errado. Acabou em separação após 1 ano e meio de casados, e foram 7 de namoro (única namorada na ocasião).

Passei, desde os 18 anos, por inúmeras leituras e abordagens e grupos terapêuticos, alternativos ou convencionais (psicólogos e psiquiatras inclusive).

Atualmente estou junto, há algum tempo, de uma mulher 25 anos mais velha que eu — aposentada, com filhos adultos e netos — por na época achar que era a melhor escolha, mas que hoje me pergunto se vale a pena continuar.Ela é muito diferente de mim no dia-a-dia, fora a diferença de geração.

Na questão profissional, devido à indecisão pós-faculdade, não consegui me dar muito bem também — passei por várias empresas, até me firmar por mais tempo apenas no serviço público, em cargo de nível médio, nada a ver com meu curso universitário.

Apesar do que tenho hoje, que não é pouca coisa, me pergunto: sendo individualista, preferindo viver sozinho e fazer coisas sozinho (não tenho filhos, não quero ter e nunca quis), serei útil à sociedade a minha volta?

Serei feliz se não consigo me aproximar de verdade de outros sem um esforço hercúleo? Será que sou mal, que tenho algum distúrbio ou algo assim? Tudo o que tento fazer diferente dá errado e acabo no mesmo ponto de insatisfação.

E a cobrança em volta, em todo lugar — de velocidade a mil, captar rápido as coisas, prestar atenção nos outros, chegar a perfeição, não errar uma virgula que seja — é simplesmente s-u-f-o-c-a-n-t-e !!!

Enfim… como eu posso, nessa situação, alcançar a felicidade, satisfação pessoal e estar bem encaixado, inserido, contribuindo com a sociedade, com meus semelhantes, minha espécie?"

Como responder e ajudar no Mentoria PdH

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  • comentem sempre em primeira pessoa, contando da sua experiência direta com o tema — e não só dizendo o que a pessoa tem que fazer, como um professor distante da situação
  • não ridicularizem, humilhem ou façam piada com o outro
  • sejam específicos ao contar do que funcionou ou não para vocês
  • estamos cultivando relações de parceria de acordo com a perspectiva proposta aqui, que vai além das amizades usuais (vale a leitura desse link)
  • comentários grosseiros, rudes, agressivos ou que fujam do foco, serão deletados
Leia também  Por que as amizades masculinas podem ser tão vazias

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