Como se sente um pai nos primeiros dias de vida de um bebê | Vida de pai #12

Dias turbulentos que encheram minha cabeça de pensamentos aleatórios, inseguranças e muitas frustrações.

Dizem que quando nasce o primeiro filho, acontece algo maravilhoso e mágico, a gente se sente completo por dentro, a vida começa a fazer sentido e a gente passa a amar aquele ser como nunca amamos nenhum outro.

O que nunca te contaram é que isso não acontece imediatamente. É um processo que leva meses e até você e o bebê “se entenderem” e criarem algum tipo de vínculo é um processo que chega a ser até um pouco frustrante.

Muita coisa passa na cabeça de um pai de primeira viagem.

Eu registrei pedaços das muitas que passaram na minha, e o Felipe Franco ilustrou algumas delas magistralmente.

Eu até tento, mas ela só para de chorar no colo da mãe

Minha mulher fica muito irritada quando ela chora, meu deus, que drama, a menina não vai morrer.

Ainda sou meio desajeitado para pegar no colo, trocar a fralda, dar banho e trocar de roupa. Aliás, é só isso que eu consigo fazer.

Me sinto meio coadjuvante, eu queria me envolver de outras formas, mas parece que não tem muito que eu possa ajudar.

Se eu sair e ficar uns 5 dias fora ela não vai sentir a menor falta de mim, mas é só a Nathalia ir pro banheiro que ela chora.

Será que a gente vai virar um daqueles casais desgastados que só não separam por causa dos filhos?

Caralho esse choro arde hein?

Ela já sabe quem é a mãe, mas não me reconhece, aliás, alguém me disse algo como “o bebê acha que ela e a mãe são a mesma pessoa até uns 5 meses de idade”.

E se minha filha tiver alguma doença ou condição especial? Até que idade eles conseguem diagnosticar isso? Será que já tem tratamento?

Não sei se eu quero ter outro.

Acho que se eu pudesse amamentar, talvez eu conseguisse me conectar mais a minha filha e ajudar minha esposa

Será que vai dar certo esse lance de ser pai?

Minha mulher tá surtando, será que é depressão pós parto?

Acho que do jeito que tão andando as coisas, a gente vai acabar se divorciando em breve.

Eu não acho certo esse negócio que a Nathalia tá fazendo, mas eu não vou nem discutir pra não estressar. 

Caralho, será que vai ser assim pro resto da vida?

Eu não me sinto pai, sério. Puta balela essas histórias que os caras contam sobre “ser pai mudou minha vida”.  Só se for pra pior.

Queria poder brincar com ela, mas ela não interage, só quer saber de mamar e dormir

***

Se você for pai e estiver passando pela turbulência dos primeiros meses, aguenta firme, é uma fase e vai passar.

Depois melhora, eu prometo.

Um convite especial: venha para o PAI, nosso evento anual sobre paternidade

Já estão abertas as vendas de ingressos pro nosso evento anual, o PAI. Estamos super empolgados de ter a chance de fazer o evento mais uma vez e queremos transformá-lo em uma tradição do Papo de Homem. Como foi um pedido da própria comunidade, esse ano vamos focar em aspectos práticos da paternidade. Tudo o que você precisa saber pra não quebrar cabeça com a rotina da paternidade.

O corpo de palestrantes está lindo. Temos desde algumas mulheres importantes, como a Rita Monte, contando sobre o que os pais podem aprender sobre companheirismo entre pais com os grupos de mães, até o Tiago Korch falando sobre como fica o sexo após a chegada dos filhos, passando pelo Ismael dos Anjos contando sobre como a forma como somos criados afeta a forma como criamos nossos filhos. Vai ser bem bonito!

Você pode ver mais detalhes no Sympla e já garantir o seu.


publicado em 24 de Janeiro de 2017, 01:00
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Rodrigo Cambiaghi

é especialista em mídia programática, monetização de sites e BI. Reveza o tempo entre filha, esposa, cão, trabalho, banda, moto, games, horta de casa, cozinha e a louça que não acaba nunca.


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