"Como dar a volta por cima?" | Mentoria PdH #29

"Me casei e consegui um novo emprego, porém hoje não tenho aquela mesma coragem (e muito menos condições) de buscar outro rumo. O que faço?"

Pergunta da semana:

"Olá, pessoal, tudo bom?

Acompanho a coluna Mentoria e tenho percebido que muitas das perguntas/histórias estão relacionadas a educação/vida financeira/sucesso, talvez esses sejam os pilares de muitos dos problemas emocionais que as pessoas sofrem nos dias atuais.

Gostaria de compartilhar um pouco da minha história e se possível, publiquem ela no site, gostaria de ver as opiniões a respeito.

Bom, vamos lá:

Tenho 28 anos e em 2012 iniciei a faculdade de engenharia química, pois nos meus planos, este era o caminho para uma vida financeira mais tranquila e segura.

"Caminhando aí pelas pirambeiras da vida, em busca de segurança e tudo mais..." | Foto por Jenny Hill

Devido a minha condição financeira, optei pelo financiamento do curso. Durante este trajeto, cursei metade da faculdade até que vim a ficar desempregado, acumulando contas e outras dificuldades que me impossibilitaram de continuar a graduação, tendo que trancar a matrícula por duas vezes, o que me fez perder o financiamento, não dando continuidade ao curso.

De lá pra cá, me casei e consegui um novo emprego, porém hoje não tenho aquela mesma coragem (e muito menos condições) de voltar a faculdade.

Por vezes me pego pensando que poderia ser algum tipo de depressão sobre isso, pois não vejo uma maneira de voltar e obter sucesso, pois investir tempo e em média de R$ 1.800,00/mês em algo que hoje não garante nem o dobro de retorno acaba sendo muito complicado. Sem contar que em breve começo o pagamento do financiamento, o que dificulta mais ainda.

Também há o fato de que minha esposa vem de uma família de condições financeiras muito superiores à minha, e por isso me coloco uma pressão maior pelo sucesso, pois não sou aquele que espera ser sustentado pelo sogro.

Até porque neste período de namoro e casamento, muitos acharam que entrei pra família devido as suas condições, o que passa longe daquilo que sempre busquei pra mim.

Entre nós o relacionamento é muito bom, nos entendemos bem, nos apoiamos e ela é uma grande parceira.

Porém, não sei como dar a volta por cima, de um lado a opção de investir novamente aquilo que não tenho em busca de um diploma e uma possível alavancada na carreira e por outro a opção de não voltar à graduação e buscar um novo rumo que nem eu sei qual poderia ser, estou estagnado no meio das duas opções e chego a ter medo de desenvolver algum quadro depressivo, pois ultimamente ando com um alto nível de estresse.

Profissionalmente estou em um cargo um pouco melhor do que o anterior (antes de ser demitido e trancar a faculdade) mas a renda não me permite bancar os estudos, pois só eu trabalho atualmente em casa. 

A empresa em que estou hoje exige graduação em engenharia, mas sei que as coisas não fluem como na teoria, pois todos que assumem o próximo cargo acima do meu possuem vivências no exterior e um currículo gigantesco e o plano de carreira é teórico e necessita de politicagem, coisas que impedem meu crescimento. 

Quanto a procurar outro emprego, isso é algo que faço continuamente, mas o mercado está cada vez mais fechado e exigente.

Há dias em que chego em casa do trabalho e minha única vontade é sentar e chorar pois não vejo saída, mas tento não desmoronar pra não preocupar minha esposa. Mas ela percebe que há algo de errado e comento uma coisa ou outra.

Este foi um pedaço da minha história até aqui, vou dar uma parada senão o texto ficará muito grande.

Resumindo, a pergunta é: não sei como dar a volta por cima, de um lado a opção de investir novamente aquilo que não tenho em busca de um diploma e uma possível alavancada na carreira e por outro a opção de não voltar à graduação e buscar um novo rumo que nem eu sei qual poderia ser.

O que fazer quando tudo que buscou não deu certo?

Abraços."

— T.

Complemento especial sobre resiliência e guinadas de vida:

Recomendo dois artigos, de coração:

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  • comentem sempre em primeira pessoa, contando da sua experiência direta com o tema — e não só dizendo o que a pessoa tem que fazer, como um professor distante da situação
  • não ridicularizem, humilhem ou façam piada com o outro
  • sejam específicos ao contar do que funcionou ou não para vocês
  • estamos cultivando relações de parceria de acordo com a perspectiva proposta aqui, que vai além das amizades usuais (vale a leitura desse link)
  • comentários grosseiros, rudes, agressivos ou que fujam do foco, serão deletados

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Então, quem tiver questões nessa linha, envie pra nós. Assim vamos construindo um mosaico mais amplo de assuntos com a Mentoria.

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publicado em 17 de Dezembro de 2018, 11:46
File

Guilherme Nascimento Valadares

Editor-chefe do PapodeHomem, co-fundador d'o lugar. Membro do Comitê #ElesporElas, da ONU Mulheres. Professor do programa CEB (Cultivating Emotional Balance). Oferece cursos de equilíbrio emocional.


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