Como ajudar o Nepal, e os brasileiros que estão por lá, após o terremoto

E algumas dicas e boas práticas para você também ajudar em qualquer outra tragédia

No dia 25 de abril, ocorreu no Nepal um dos mais terríveis terremotos da história. 

O último boletim da ONU, divulgado na manhã do dia 28 de abril, falava de 4,3 mil mortos e 8 mil feridos. O terremoto afetou 8 milhões de pessoas – 1/4 da população do Nepal. 

O momento exato do terremoto capturado em vídeo, à partir dos 0:45

Certamente agora, neste momento em que lê o texto, esses números já são bem maiores.

Nessas horas pode bater um desespero que faz com que alguns mais disponíveis comprem uma passagem pra Katmandu pra tentar fazer alguma coisa lá, ao vivo e a cores; outros podem achar que a desgraça é tanta que não tem o que fazer. Outros querem ajudar e não sabem como.

AjudaNepal.org

Dois brasileiros  – Guilherme Samel e João Pedro Demore – que têm uma profunda conexão e bastante conhecimento sobre o Nepal, criaram um grupo do qual faço parte no Facebook, tentando inicialmente localizar os brasileiros que estavam por lá. 

É incrível o que as pessoas em rede são capazes de fazer. Hoje são mais de 1.600 no grupo, que, após poucos dias, já ajudou a localizar muita gente e colocá-las em contato com as famílias. Esse trabalho continua a ser feito.

Para organizar melhor todas as informações sobre como efetivamente auxiliar criaram também o site www.ajudanepal.org e uma conta bancária para facilitar as doações aqui no Brasil. Por meio dele as pessoas podem entender como fazer doações para organizações humanitárias reconhecidas, como Médicos Sem Fronteiras e Cruz Vermelha, além de organizações ligadas a grandes mestres budistas que já trabalham no Nepal há muitos anos, como a organização de Matthieu Ricard, de Dilgo Khyentse Rinpoche e de SS Gyalwang Drukpa, entre outras. 

Temos também um amigo – Daniel Confortin – que estava no Nepal durante o terremoto (felizmente está bem) e segue empenhadíssimo na ajuda às vítimas em Katmandu.

Desde o início entendemos que seria mais rápido e mais eficiente neste momento direcionar todos os esforços para a arrecadação de dinheiro. E isso parece estar mesmo certo. 

Algumas dicas para ajudar em tragédias como essa

Ontem o jornal The Guardian publicou uma matéria excelente sobre como agir com eficiência nessas horas.

De forma resumida, aconselha-se:

  • a não sair correndo pro Nepal. Claro que eles precisam de ajuda, mas precisa ser de forma organizada. A especialista também dá dicas para quem ignorar esse conselho e decidir ir mesmo pra lá.
  • a não enviar mantimentos, cobertores e outras coisas materiais. A logística nessa horas é muito complicada e é difícil saber do que de fato estão precisando.
  • a doar dinheiro para organizações reconhedamente idôneas.

O Nepal precisará de muita ajuda e por muito tempo.

Mais de R$12.000 em doações já foram recebidos pelo AjudaNepal, conforme balanço transparente de todo o processoE aqui há um panorama de como ajudar no Nepal, tanto se estiver com pressa como se preferir se envolver de forma mais aprofundada.

Aprendi que a inteligência coletiva é poderosa, basta acioná-la! E é isso que estamos fazendo aqui. Bora ajudar! A recompensa é uma calorosa alegria no coração.


publicado em 30 de Abril de 2015, 20:12
File

Jeanne Pilli

Jeanne Pilli é aluna do Lama Padma Samten e do Prof Alan Wallace. Como praticante e instrutora de meditação, vê a internet como uma grande fonte de distração. Ao mesmo tempo, acha incrível poder tocar e ser tocada por pessoas que só conhece virtualmente e ver a energia das pessoas sendo direcionadas para ajudar pessoas do outro lado do planeta.


Puxe uma cadeira e comente, a casa é sua. Cultivamos diálogos não-violentos, significativos e bem humorados há mais de dez anos. Para saber como fazemos, leianossa política de comentários.

Sugestões de leitura