Willie Dixon, Blind Willie McTell, Robert Johnson, Blind Boy Fuller, Sonny Boy Williamson, Muddy Waters, Lightnin’ Hopkins, Big Bill Broonzy, Merle Travis, Howlin’ Wolf, John Lee Hooker, Buddy Guy.
Apenas alguns dos nomes que fundamentaram as bases do blues e, consequentemente, de muita coisa derivada do estilo. Nomes que marcaram uma forma de ver, ouvir e viver a estética musical como a conhecemos hoje.
Alguns podem simplesmente não significar nada, pois já estão separados de nós por pelo menos cinco décadas de história e são de um tempo no qual ainda não havia tantas possibilidades de documentação quanto agora. Mas, ainda assim, despertam o interesse de pesquisadores, músicos e público do mundo inteiro.
Link Youtube | “East St. Louis Blues”, de Blind Willie McTell
Para esta edição do PdH Sessions, trouxemos estes dois caras, músicos muito experientes. Celso Salim tem três outros discos gravados, tocou nos Estados Unidos com uma banda de blues de lá, onde pôde aperfeiçoar a própria linguagem musical. E Rodrigo Mantovani é músico de estúdio e toca em outros projetos, já gravou com Flávio Guimarães, Sérgio Duarte, Igor Prado, Nuno Mindelis, entre outros.
Link Youtube | “Trucking My Blues Away”, de Blind Boy Fuller
Juntos, formaram Celso Salim & Rodrigo Mantovani, um duo que resgata a obra de artistas que remontam às origens distantes do blues. São caras que dedicaram suas vidas a este trabalho de pesquisa e imersão em composições clássicas e outras mais ou menos obscuras, garimpando e rearranjando o que encontram.
O primeiro disco, chamado Diggin’ The Blues, é fruto do esforço de adaptar estas músicas à formação do duo – contrabaixo e dobro – um tanto inusitada para o estilo – o contrabaixo foi introduzido no blues já quase simultaneamente à guitarra elétrica, em meados dos anos sessenta, e logo em seguida caiu em desuso pela necessidade de amplificação e praticidade do baixo elétrico.
A junção dos dois instrumentos, nas mãos do Celso e do Rodrigo, resultou numa mistura muito agradável que soa ao mesmo tempo clássica, fiel ao momento histórico que eles buscam resgatar, como também traz alguma coisa nova, remetendo sutilmente ao Jazz de New Orleans dos anos 20.
Isso e as folhas farfalhando em meio à gravação deram a esta edição um ar ainda mais aconchegante, íntimo e presente do que estamos habituados. Agradecimentos especiais por esta atmosfera à Casa Beta, a loja de artigos decorativos que dispõe deste belíssimo e inusitado espaço em sua área dos fundos.
Se você, como eu, é um amante do blues, pode dar o play. Você está em boas mãos.
Link Youtube | “To The End Of Time”, composição de Celso Salim e Douro Moura
Puxe uma cadeira e comente, a casa é sua. Cultivamos diálogos não-violentos, significativos e bem humorados há mais de dez anos. Para saber como fazemos, leianossa política de comentários.