A voadora de Eric Cantona no Selhurst Park, o apertão nas bolas do zagueirão metido a (ótimo) ator Vinnie Jones, a mordida do Luisito Suárez na Copa, tudo isso é aquecimento para o torneio anual de Calcio Fiorentino, uma forma de jogar bola que deixa no chinelo o futebol americano, o rugby e até o futebol australiano no quesito pancadaria.

E a coisa toda tem muita história, iniciada em 1573 pelo Rei Henrique III da França – que teria dito que a partida era ‘demasiado pequena para uma batalha e demasiado cruel para um jogo” – e poderia ser traduzido como “futebol histórico”. 

Bem simples: cada lado, em vez de 11 atletas, possui 27 caras. Quatro deles são goleiros. O objetivo é levar a bola e marcar gols no outro time, mas vale quase tudo para conseguir esse objetivo. 

Porrada, chutes, técnicas de wrestling, empurrões, agarrões, caretas, cotoveladas, cabeçadas, tirar sangue, rasgar o pouco de roupa. Os homens entram em campo normalmente sem camiseta, estampados com tatuagens e músculos de fora. Mãos sempre nuas. Algumas regras foram recentemente impostas, como não poder dar chutes na cabeça (!?) e nem socos inesperados. Mas, se o cabra estiver olhando pra você, tudo vale.

Equipamentos modernos, grandes patrocínios, nada disso existe no Calcio Fiorentino, apenas malucos que jogam pela história. O torneio acontece na Piazza Santa Croce, na renascentista Florença e leva milhares de pessoas que assistem a partidas de 50 minutos sem paradas ou tempo. O jogo s desenrola mesmo que um atleta esteja sendo atendido por médicos, com alguma fratura ou perda de consciência. 




























Calcio Storico 2014 – Azzurri-Bianchi

Calcio Storico 2013 Bianchi vs Azzurri finale

Testosterona. 

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É escritor e colunista do Papo de Homem. Escreve, a cada quinze dias, a coluna <a>Do Amor</a>. Tem dois livros publicados