O ministro do Planejamento Paulo Bernardo apresentou ao Senado, proposta orçamentária que prevê o aumento do salário mínimo dos atuais R$ 510 para R$ 538,15 no ano que vem.
Antes de você reclamar que esse país é injusto e o aumento é pouco, vamos entender como funciona o aumento do salário mínimo e quais suas consequências para a Economia como um todo.
Primeiro, o salário mínimo é uma garantia constitucional. Ou seja, faz parte dos fundamentos legais desse país que só se ama em Copa do Mundo ou quando algum piloto de F-1 levanta a bandeira em Mônaco. Pelo texto, nenhum empregado (estagiário não é empregado!) pode ganhar menos que o salário mínimo.
O aumento de R$ 28,15 parece pouco, mas segue uma lógica. Senão vira festa do caqui. Atualmente, o governo aplica o aumento anual com base na variação da inflação oficial (que é o IPCA e não o IGP-M) do último ano mais o crescimento do PIB.
O IPCA fechou 2009 em 5,5% e o crescimento do PIB foi negativo em 0,2%. Como pela Constituição não existe redução salarial sem acordo coletivo, o governo está desconsiderando a variação do PIB. Assim, esse aumento do salário vai incorporar somente a inflação.
O que muda na sua vida?
Em primeiro lugar, o pessoal vai poder consumir mais. E consumindo mais, vai aquecendo a economia. A economia aquecida gera emprego, crescimento, progresso, prosperidade, balada, carnaval, felicidade e…inflação. Por isso, se o brasileiro abusar nas compras, o Banco Central vai subir o juros. Aí a turma segura mais o dinheiro na poupança ou no bolso mesmo.
Em segundo lugar, a folha de pagamento do governo vai inchar. Com o aumento do salário mínimo, caso não ocorra o escalonamento voluntário dos vencimentos do servidores, vamos ter greves e pressões por reajustes. Se as contas do governo ficam inchadas, o Leão pode morder mais forte. Não um pedaço maior, mas a mordida vai ser mais difícil de afrouxar. Em “econômes” isso chama rigor fiscal.
O que se faz com R$ 538,15 por mês? Nós, privilegiados, pouca coisa. No entanto, cerca de 9 milhões de famílias brasileiras vivem com menos que isso.
Fonte: Globo.com
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