Brasil: finja que o ama ou deixe-o

Só os ingênuos, os burros e os iludidos são livres.

Bom, hoje vamos falar de liberdade. No último post falei da China, e os Capitães América de plantão fizerem tremular a bandeira da babaquice e, pra variar, encheram meu saco com um sem-fim de baboseiras e discursos sobre liberdade etc. Então, como eu disse, hoje vamos falar de liberdade. E nada de China. Liberdade aqui, no meu Brasil brasileiro, e nos outros paises ‘livres’ e ‘democráticos’ tão defendidos pelas bonecas em polvorosa. Até ameaçado de processo eu fui porque falei ‘bonecas’. Desculpem as bonecas, não vou mais chamar ninguém de bonecas. Nem as bonecas. Mais politicamente correto assim e o PdH não leva um processo nos cornos.

Primeiro quero mostrar uma coisa pros guardiões da liberdade que temos (?) aqui no Brasil. Há algum tempo atrás, jornalistas mineiros foram demitidos sem motivo aparente dos veículos onde trabalhavam. Eram profissionais competentes e renomados, e foram defenestrados do dia pra noite. O que eles tinham em comum? Pouco antes de mandados embora, fizeram matérias ressaltando aspectos negativos da administração Aécio Neves, ou com acusações de corrupção ou favorecimento por parte de pessoas de sua confiança. Simplesmente a irmã do nosso Kennedy brasileiro visitou algumas redações e ‘pediu’ para que matérias com esse teor não fossem ao ar. Ficou subentendido que, quando chegar a presidência, Aecinho será muito grato às redes mineiras e à Globo, que botou no olho na rua um jornalista que ousou mandar uma matéria dessas no ar.

Cale-se

Quem acha que isso é teoria da conspiração ou que eu to querendo causar polêmica,  acessem o vídeo aqui e vejam com seus próprios olhos. O vídeo foi feito como trabalho de conclusão por um universitário. Não é partidário e muito menos quer atacar o político, só mostra a verdade. E aí? Isso é liberdade? Como eu disse lá em cima, pra achar isso liberdade, só sendo burro, iludido ou ingênuo. Quem considera isso liberdade tá agindo como na velha piada do cara que pega a mulher trepando com o amante no sofá da sala. Resolve tomar uma medida enérgica pra acabar com isso: vende o sofá... Achar que o que temos aqui é liberdade, é achar que vende o sofá resolve o problema. E isso não acontece só em Minas, não.

E mais liberdade. Lá, na China, não se pode comprar um produto importado caro, pois a população é pobre e os impostos de importação são altos. Aqui pode. Então você, camarada que reclamou comigo, tem um notebook, certo?! E você usa ele fora de casa? Em uma praça, shopping ou no ônibus? Em Londres se usa. Em Madrid também. Na China também. Quem tem mais liberdade: nós que podemos ter e não podemos usar, ou eles? E aposto que a sua mochilinha do notebook é bem disfarçadinha, né não?!

Tem mais. Lá a perseguição a gays, segundo alguns comentários, é institucionalizada. Não sei se é verdade, nunca fui lá. Já aqui não, aqui você pode ser gay a vontade. Só se prepare pra se esconder a vida inteira, porque se você for assumido, camarada, ta fodido pra arrumar um emprego, fazer amigos não-gays ou ter uma vida normal. Onde não tinha liberdade mesmo?

Lá o camponês trabalha em regime de semi-escravidão, sem direitos, folga ou sem uma remuneração justa. Coisa que jamais aconteceria aqui no Brasil. Aqui não. Aqui cortador de cana ganha bem, tem equipamentos adequados e dois dias de folga na semana. Mais uma vez, vendemos o sofá. Ah, esquecemos que aqui ninguém é obrigado a servir o exército nem a votar. Muito menos temos um sistema educacional onde só quem tem dinheiro entra na faculdade, seja ela pública ou privada, e também não temos escolas que formam analfabetos funcionais nem hospitais que deixam as pessoas morrerem no corredor.

Realmente, o Brasil é um paraíso. O problema deve ser comigo...


publicado em 27 de Agosto de 2008, 15:02
34f0e9da1c49e2251874f04908fb5e96?s=130

Leonardo Luz

Fã de polêmicas, adora cutucar onça com vara curta. Também detona no blog "Eu e Meu Ego Grande".


Puxe uma cadeira e comente, a casa é sua. Cultivamos diálogos não-violentos, significativos e bem humorados há mais de dez anos. Para saber como fazemos, leianossa política de comentários.

Sugestões de leitura