Nota editorial: estamos em busca de Bom dias com homens e com mais diversidade de corpos e peles — aqui explicamos em mais detalhes o contexto atual da série, suas origens, obstáculos e nossa visão de futuro para ela. Se você é fotógrafo(a) ou tem um ensaio que deseja publicar, fale conosco pelo jader@papodehomem.com.br .
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Me chamo Camila Maia e 061 é onde resido. Historiadora e aspirante a professora. Durmo pouco, acho perda de tempo dormir, gosto mesmo é de estudar e sugar o melhor da vida. Gargalhar é comigo mesma, acordo leve, feliz, sorridente e nem me importo com as segundas.
Acredito que meu corpo, esse presente que o universo me deu é só meu. Faço dele o que eu quiser, vivo uma eterna relação de desconstrução comigo mesma e tirar a roupa em um ensaio nu é me desconstruir, desconstruir imaginários e reconstruir outros.
Penso no corpo, nos corpos como algo único. Ao me despir, quero mostrar para a sociedade que meu corpo não é ofensivo, que a nudez é a forma mais natural do ser. Quero que as pessoas enxerguem o corpo como arte ou, minimamente, como um simples corpo, sem agregar elementos ou concepções sujas a respeito.
E mesmo que seja pornográfico, o sexo é natural. Transgredir e questionar faz parte dos princípios da arte. Por isso exponho meu corpo e também novas formas de pensar. Para ser muito sincera, tenho pena dessa ignorância que deturpa e se nega a compreender que o nu é arte. E não dou a mínima para o que acham sobre tirar a roupa.
Espero apenas pelo impacto causado. Não é para se importar. Quero causar reações, seja elas quais forem. Tirarei sempre a roupa.
Des-reconstrua-se.
Boa semana a todos.
publicado em 29 de Junho de 2015, 09:00