Em 1994 foi lançado um álbum chamado Dookie. Esta não é uma palavra muito conhecida da língua inglesa, então te perdoo por não saber o significado, mas é uma gíria para “cocô”. O motivo da escolha desse nome é que naquela época de fama inicial, os membros da banda viajavam muito e comiam porcarias na estrada, o que causava diarreias frequentes.

O primeiro disco deles em uma gravadora grande, e esse foi o nome que escolheram.

Em 1994, o Green Day definitivamente não se levava a sério.

Cocô

O próprio nome da banda, cara, é Green Day porque eles gostavam daquele verdinho, sabe? Aquele que se enrola e fuma? Maconha. É.

Mas aí eles lançaram mais alguns álbuns, até que veio o Warning. Apesar de ser o melhor álbum deles na minha opinião, e na de muita gente, ele não vendeu tão bem, e talvez por isso a banda tenha resolvido se reinventar.

O resultado, depois de 4 anos de hiato (tempo no qual eles chegaram a gravar outro álbum, que foi roubado antes de ser prensado, e isso não deve ter deixado eles menos putos), foi o completamente diferente e absurdamente bem-sucedido American Idiot.

Junto do álbum, veio também uma profunda transformação na banda. Eles passaram mais ou menos disso…

…para isso:

A transformação visual só reflete uma mudança de atitude geral: eles passaram a se levar a sério.

O vocalista Billi Joe disse, sobre o processo de gravação do álbum:

“Pela primeira vez, nós nos separamos dos nossos passados, de de como a gente deveria se comportar como o Green Day. Pela primeira vez, nós aceitamos completamente o fato de que somos rock stars.”

Não estou aqui pra dizer que American Idiot e 21st Century Breakdown, os dois álbuns que eles fizeram com essa atitude, são ruins. Pelo contrário, eles são muito, muito bons. E fizeram muito bem para a carreira deles, conquistando um monte de novos fãs.

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Mas nem todos os fãs antigos gostaram. Eu, por exemplo, passei a encarar como outra banda. Uma banda bacana, mas diferente do “meu” Green Day, o Green Day que eu conhecia, o Green Day moleque, de várzea, o Green Day arte.

Até que eles mudaram. De novo.

UNO, DOS, TRÉ… e já!

Este ano eles entraram no estúdio e, sei lá, a impressão que me deu é de que resolveram não ficar se cobrando tanto.

Gravaram o que saía, do jeito que saía, pra depois escolher as melhores e fazer um novo álbum. Gosto de pensar que essa liberdade toda, e esse clima solto, foi justamente o que rendeu tantas músicas bacanas o suficiente para entrarem num novo álbum… então eles resolveram lançar três.

Neste segundo semestre, o Green Day lançou três álbuns completos: Uno!, Dos! e Tré! Cada um deles é equivalente a um Nimrod da vida. É o Green Day voltando ao estilo antigo de fazer música, ainda que aparentemente continuem se vestindo e se portando como grandes coisas.

Músicas como Fuck Time e Stray Heart me lembram muito o Green Day mais irônico e descompromissado pré-American Idiot. Pra mim, é como se eles tivessem sentido a mesma saudade que eu daquele tipo de música e resolvido voltar às origens. Só que hoje são tão mais prolíficos que acabaram fazendo músicas demais.

Exemplos:

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Link YouTube | Até o clipe ficou divertidão

Link YouTube | Esse clipe dava um Bom Dia aqui no PdH, hein?

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E aí? O que achou do novo velho Green Day?

Fabio Bracht

Toca guitarra e bateria, respira música, já mochilou pela Europa, conhece todos os memes, idolatra Jack White. Segue sendo um aprendiz de cara legal.rnrn[<a>Facebook</a> | <a href="http://www.twitter.com/FabioBracht">Twitter</a>]"