A equipe de publicidade da Oi está de parabéns.
Aproveitando a onda do movimento Bloqueio Não, eles enviaram dois manifestantes no início desse mês para apoiar o movimento “Free iPhone“, na porta da sede da Apple, em Nova Iorque.
O resultado foi um belo buzz e também ênfase dada ao fato de que a Oi lançou sua ação *antes* dos Yankees. Ou seja, nós fomos os originais. Apoio e alfinetada ao mesmo tempo.
A operadora tinha o intuito de pressionar suas concorrentes a seguir o seu exemplo e começarem a vender aparelhos desbloqueados. Lançado pouco antes do meio desse ano, o movimento Bloqueio Não tem nesse momento 1.117.250 assinaturas. Com isso, ganhou força e já tramita como proposta de lei no Congresso.
A parte interessante é observar a dinâmica em jogo. Alguns apontaram o dedo para Oi, acusando-a de lançar uma ação incongruente com seu passado, já que ela mesma vendia seus aparelhos bloqueados e a atual ação só se estende às pessoas físicas.

O que a maioria das pessoas ignora é o ponto de vista do marketing nessa situação.
O marketing competente tem como função o seguinte:
1. Encontrar as perguntas certas
2. Responder a essas perguntas
A venda de aparelhos desbloqueados era uma questão de tempo. Cada vez mais as operadoras caminham para a venda única e exclusiva de serviços.
Sendo assim, a pergunta era: qual o melhor posicionamento possível diante dessa situação?
Se você vende um serviço, quer que a maior quantidade possível de pessoas tenha acesso a ele. Dedução lógica, vamos desbloquear essa bagaça. Está aí a resposta: vamos ser pioneiros.
Quando se é pioneiro, você está na linha de frente. Resta aos outros assumirem a posição de seguidores. A desvantagem é que caso o caminho escolhido se mostre errado, você vai ser o primeiro a tomar bolada na cara. E quem está atrás de você também vai aproveitar a deixa e meter a faca.
A Oi é uma empresa privada, com objetivos de lucro. Ela é comandada por executivos e não pelos ursinhos carinhosos.
O mérito dela foi ter pulado à frente e assumida a posição de Paladina das Telecomunicações. Hipocrisia? Nem de longe. Devem ter contratado um novo – e mais esperto – diretor de marketing, isso sim.
Quem ama Bloqueia
Manifestante do Free iPhone em NY
Nesse aqui só faltou falar “não estou aqui para roubar, o caramelo é cinquenta centavos”
Esse foi um artigo patrocinado, mas com emissão de opiniões e críticas independentes.
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