Biblioteca. Regras, silêncio, tédio. Quase uma prisão com estantes no lugar das grades. O lugar que escolhi para trabalhar.
Eu sou formado em Biblioteconomia. Biblio o quê? Sim, existe uma faculdade para quem trabalha em bibliotecas. A maioria dos que escolhem essa faculdade são ou foram os famosos ratos de biblioteca.
Não foi o meu caso. Sempre odiei o ambiente de uma biblioteca e permaneci dentro delas o menor tempo possível. E por que escolhi essa profissão? Porque, apesar de odiar as bibliotecas, eu amo os livros.
Não é segredo nenhum que o investimento com melhor retorno possível, seja para um país, uma cidade ou mesmo uma família, é a educação. Educação essa que nunca é a prioridade dos nossos governantes. Afinal, os resultados demoram a aparecer, e antes disso sempre há novas eleições. Se a situação educacional do nosso país vai de mal a pior, a falta de interesse pela leitura é um dos principais sintomas.
Partindo do básico, toda escola deveria ter uma (boa) biblioteca. Já até existe uma lei que prevê isso, mas o que provavelmente irá acontecer é a criação de uma simples salas de leitura para se adequar à legislação. E mesmo as bibliotecas escolares e públicas já existentes, em sua imensa maioria, não cumprem sua função de formar novos leitores e estimular os já existentes.
Nós, os bibliotecários, temos grande culpa nisso. Nos preocupamos com inúmeras regras, classificações, uma organização perfeita, e esquecemos do primordial: os usuários. Parece que nos sentimos donos dos livros e preparamos a biblioteca para especialistas, nunca para o público em geral.
Para imaginar como o ambiente de uma biblioteca poderia ser muito melhor, é fácil. Pense nas livrarias. Elas têm o mesmo produto para nos apresentar: os livros. A única diferença é que uma visa o lucro e a outra não.
Pois bem, qualquer pessoa é capaz de ficar horas lá dentro das grandes livrarias. Você tem acesso direto aos livros, pode experimentá-los o quanto quiser, tem poltronas confortáveis à disposição, internet e até lanchonetes e cafés. Enquanto isso, às vezes é preciso uma enorme força de vontade para permanecer mais do que alguns minutos dentro da maioria das bibliotecas.
Todos temos culpa nessa história. O governo, por não investir o necessário na educação, e ainda menos em bibliotecas e centros culturais. A população, por não cobrar como devia esses investimentos. Os pais, por não estimularem a leitura dentro de casa. E os profissionais da área, professores, bibliotecários, por também não buscarem novas formas de trabalhar o prazer pela leitura em seus estudantes e usuários. Um ciclo que gira e permite a formação escolar de pessoas sem a mínima compreensão de leitura, algo até mais grave do que o analfabetismo. Afinal, de que adianta saber quais letras estão escritas sem entender o seu real significado?
Os únicos inocentes na história são nossas crianças, nossos jovens alunos. E também as maiores vítimas. Que estão crescendo sem conhecer incríveis histórias, mundos e contos fantásticos, que contém a sabedoria das mentes mais incríveis que já passaram por esse planeta.
Por isso, faço um apelo: você não sabe como salvar o mundo? Não entre em pânico! Apresente a uma criança o maravilhoso mundo da leitura. E faça ela descobrir que o lugar mais chato do mundo contém alguns dos seus maiores tesouros.
Esse texto foi um oferecimento do livro Questionamento Pós-Modernos para Machos Convictos
Uma das melhores maneiras de estimular o hábito da leitura é presentear livros divertidos e fáceis de ler – e torcer pras vítimas pegarem o gosto pela coisa. Como dizem na boca, digo, na biblioteca, Harry Potter é uma porta de entrada pra Machado de Assis. Nesse espírito, recomendamos o livro Questionamentos Pós-Modernos Para Machos Convictos, à venda exclusivamente na loja do PapodeHomem.
Dar um selinho em um cara todo dia para o resto da vida OU dar o cu uma vez para ele e acabar logo com isso? Comer uma mulher que não é gostosa OU uma gostosa que não é mulher?
Esse é o tipo de dilema que você vai encontrar em Questionamentos Pós-Modernos Para Machos Convictos, um livro para o ogro tradicional, que não levanta a tampa da privada e prefere ter câncer a ser tocado por um médico. A obra, que já está em sua 2ª edição, é ilustrada e assinada por quatro publicitários de Porto Alegre: Fabrício Vieira, Helio Marques, Rafael Koff e Rodrigo Rocha.
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