Quando pedem pra nos apresentarmos, é raríssimo ver alguém que abre a boca para dizer algo diferente do nome e profissão.
É preciso alguém com uma grande convicção, uma herança bilionária ou, sei lá, um ser completamente isolado do mundo para fugir dessa regra.
O motivo é óbvio, passamos uma parcela enorme da nossa vida fazendo o que chamamos de trabalho. São pelo menos oito horas diárias nas quais você é essa pessoa.
Não dá pra simplesmente mudar a chave quando termina o expediente. Não é como se, de uma hora pra outra, você pudesse desligar os vícios e hábitos que vai adquirindo ao se expor continuamente aos mesmos estímulos de raiva, medo ou de tentar parecer alguém que não se sente confortável sendo.
Mas, ainda que seja realmente difícil e o trabalho nos deixe sequelas difíceis de serem superadas, é importante assumir as rédeas e perceber que, afinal, somos muito mais do que pessoas que atingem metas e cumprem tarefas. Somos pais, filhos, tios, sobrinhos de alguém. Gostamos de videogame e sorvete de baunilha. E muitas vezes somos artesãos, cozinheiros, pescadores, ciclistas, nas horas vagas. Mas, acima de tudo, somos seres humanos multifacetados. Não nos definimos por uma só coisa, mas somos o conjunto dessas coisas que não nos definem.
Pedrinho Fonseca faz questão de deixar claro que o seu mundo é mais amplo que o trabalho. Antes de qualquer coisa, ele se considera pai do João, Irene e Teresa. Só depois, se apresenta como escritor e fotógrafo.
Antes dos cliques ou da escrita, vem as transformações que acontecem no cotidiano. Observando, ouvindo, ele absorve as histórias com as quais entra em contato, por meio dos seus projetos, como o do livro Do Seu Pai, que acabou de ser financiado pelo Catarse, ou da Loja de Histórias, um projeto no qual ele escrevia histórias fictícias em cima de fotografias que as pessoas enviavam, ou o Me Convida, no qual ele se propõe a participar de algo importante para a pessoa que convidou.
Todos esses projetos possuem em comum a curiosidade pelas pequenas coisas, pela vida de cada um e a manutenção da riqueza de olhar, coisa que sabemos ser tão difícil de se sustentar.
É por isso que chamamos o Pedrinho Fonseca para ser o nosso próximo convidado do O Papo.
Pedrinho Fonseca: paternidade, cotidiano e trabalho como movimentos inspiradores
Esse é um evento fechado, mas reservamos 10 vagas para a participação de leitores do PapodeHomem.
O evento vai ser 04/05, quarta-feira, em São Paulo, às 18hrs. Vamos selecionar as pessoas que se inscreverem por meio do formulário aqui embaixo.
Vamos te ligar pra confirmar sua presença e dar mais detalhes sobre o evento.
E aí, vamos?
Puxe uma cadeira e comente, a casa é sua. Cultivamos diálogos não-violentos, significativos e bem humorados há mais de dez anos. Para saber como fazemos, leianossa política de comentários.