Antes do domínio dos armadores que assobiam-e-chupam-cana ao mesmo tempo, houve uma era onde o melhor basquete do mundo era dominado por jogadores grandes, lentos e péssimos em lances-livre.
Esse tempo foi povoado por seres como David Robinson, Hakeem Olajuwon e, claro, Patrick Ewing. Pois bem, essa era acabou. Nessa última semana, Shaquille O’neal, último remanescente da Era dos Pivôs, anunciou sua aposentadoria aos 39 anos. Via Twitter.
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Shaq é uma espécie de Viola da NBA. Não chega a ser excêntrico com Dennis Rodman, mas sua irreverência é marcante. Segundo a crônica esportiva americana, Shaq representou o contraponto à seriedade competitiva de Michael Jordan, durante os anos 1990.
O pivô de 147 kilos e 2,16 metros de altura começou sua carreira no desprestigiado Orlando Magic em 1992. Formou uma dupla competente ao lado de Anfernee Hardaway e levou o modesto time da Flórida aos playoffs em 1995.
Na ocasião, Shaq travou duelo épico com Hakeem Olajuwon. Apesar do Magic ter perdido para os Rockets, a atuação de O’Neal foi memorável. Seu estilo marcou uma geração que buscava jogar com mais agressividade e insolência. Tanto que foi o primeiro jogador em toda história do basquete a quebrar uma tabela em jogo. Fato que se repetiria na mesma temporada. Aqui está a primeira delas.
Link YouTube | Aqui está a primeira delas
Mas Shaq não parou por aí. Em sua segunda temporada, resolveu gravar um disco de rap. Shaq Diesel vendeu um milhão de cópias, que lhe renderam um disco de platina. Frequentou posições modestas nas paradas da Billboard e nada mais.
Alguns anos depois, nosso grande pivô virou personagem de jogo de Super Nintendo. Tratava-se de um joguinho de luta, fazendo jus a Kareem Abdul-Jabah e sua estreita amizade com Bruce Lee.
Com toda essa atividade extracurricular, parece que Shaq foi mais estrela fora das quadras do que dentro. No entanto, desafio os caros céticos a manter uma média de 20 pontos e 10 rebotes por diversas temporadas. Sem falar na exclusividade de ser um dos poucos hall-of-famers da NBA a ter quatro anéis de campeonato. Três pelo Los Angeles Lakers e um pelo Miami Heat.
A aposentadoria de Shaq deixa uma grande lacuna no esporte mundial. Tanto por suas habilidade atléticas, como também pela forma que encarava o esporte. Reconhecendo que o basquete era só mais um jogo, por que não se divertir e entreter com ele? Por que não mostrar que realmente se ama o que faz com criatividade e alegria?
Numa época de máquinas vaidosas do esporte, a irreverência de Shaq realmente está fora de época.
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