No final de maio fui convidado pra dar uma palestra sobre Trip Hacking no Ossobuco, um evento no estilo TEDx que acontece todo mês em Brasília. Parte da palestra eu desenvolvo neste post, que tem o objetivo de ajudá-lo a viajar bem sem gastar muito.

Trip ou Travel Hacking é um termo em inglês adaptado de outro termo mais popular chamado Life Hacking, que são truques que você aplica na sua vida para aumentar sua produtividade ou obter algum outro tipo de facilidade. Na ocasião da palestra em Brasília, falei sobre como melhorar a qualidade da suas viagens de avião, tanto no conforto quanto na hora de pagar. Afinal, todo mundo quer viajar mais e gastar o menos possível.

Como se dar bem ao comprar uma passagem?

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Nesse post, eu vou focar apenas na parte de compra da passagem aérea. Com o aumento da quantidade de trechos e companhias disponíveis, principalmente para viagens internacionais, às vezes o trabalho de ir uma a uma procurando a passagem mais barata é inviável. É aí que entra na jogada os agregadores de passagem, sites que possibilitam, com poucos cliques, comparar preços e comprar passagens.

Mas fique atento: alguns sites cobram taxa de intermediação e não deixam isso explícito. A passagem de R$ 99 pode sair mais de R$ 150 com as tais taxas. Vale lembrar que os preços de passagens anunciados nunca incluem o valor das taxas de embarque. Por isso, ao ver qualquer preço on-line, procure avançar alguns passos na compra pra ver o detalhamento das taxas todas.

Outro ponto a ficar atento é justamente o contrário: promoções que acontecem especialmente em sites agregadores. O que eu faço para sempre achar o melhor preço? Olho nos sites das principais companhias aéreas e nos principais agregadores.

Os agregadores que recomendo:

Uma dica é abrir o olho. Não raro, voos que os agregadores indicam como os mais baratos não são exatamente mais em conta. Um exercício bacana é buscar nos agregadores o melhor preço e, quando tiver sua opção de voo e valor, ir ao site da companhia aérea comparar os preços. Outra opção para ficar por dentro de passagens baratas é acompanhar blogs e comunidades de viajantes e aviação em geral. Recomendo especialmente estes três:

Cartão de crédito: seu melhor amigo

Comprar no cartão de crédito e acumular milhas não é novidade, mas o que muita gente não sabe são os benefícios extras que um bom cartão de crédito pode lhe proporcionar. Quem disse que o cartão de crédito serve só pra parcelar compra?

Você acha mesmo que Carmen Sandiego confiaria suas escapadas ao redor do mundo a um cartão chinfrim?

Na hora de escolher um cartão de crédito, eu recomendo que sempre fique atento a alguns benefícios que oferecem:

  • Acúmulo de 1 milha (ou ponto) a cada dólar gasto – dependendo da operadora isso pode chegar a 4 para 1,
  • Sala VIP nos aeroportos,
  • Seguro médico e odontológico em viagens,
  • Seguro contra extravio de bagagem,
  • Seguro de automóveis alugados.

Nem preciso entrar em detalhes sobre a vantagem de cada coisa, mas vale um destaque para o seguro de aluguel de carros. Muitas locadoras oferecem o chamado CDW (Collision Damage Waiver), que é um seguro mais completo contra danos ocasionados (ou até mesmo perda total) quando a culpa do acidente é sua. Um seguro desses pode aumentar a diária de locação de carro em mais de 30%, sendo que algumas empresas nem te dão a opção de não contratá-lo! Não fazê-lo é um risco que você corre. Um cartão que te ofereça isso é, além de uma economia, uma segurança que vale a pena.

Vale ressaltar que, para ter direito a todos os benefícios de seguro e ajudas de custo que os cartões oferecem, é preciso contratar o serviço usando o cartão da respectiva bandeira. Não adiantar ser um cliente de determinada operadora e pagar o aluguel em cash, por exemplo.

E quais são as melhores opções? Depende bastante do banco, operadora e bandeira. Geralmente esses benefícios que indiquei estão disponíveis apenas nas categorias Gold e Platinum. A sugestão é ver com sua operadora o que ela pode oferecer. Obviamente, dependendo da sua escolha, o cartão terá uma anuidade mais pesada comparada a alternativas mais populares. Contudo, os benefícios ajudam a pagar o custo de manutenção. Nem preciso dizer que, quanto mais você usar seu cartão, menos anuidade vai pagar e mais milhas vai acumular. Vale dar uma conferida também no guia que o Seiiti montou sobre o assunto.

E quando comprar a passagem?

Verão costuma ser alta temporada na maioria dos destinos com praia e na Europa em geral. Meio do inverno nos destinos de neve. Feriados e algumas datas comemorativas específicas também entram como alta temporada. Portanto, vale ficar atento no calendário pra não pagar o dobro numa passagem e cair num pega-turista que vai pesar no seu bolso.

Seguindo essas dicas de quando comprar sua passagem, Ibiza se aproxima de você

A época para adquirir seu bilhete aéreo é um tema controverso. O blog Melhores Destinos tem um post excelente sobre o assunto que afirma:

  • Voos nacionais: de 25 a 30 dias na baixa temporada; de 60 a 90 dias na alta temporada.
  • Voos internacionais: de 30 a 60 dias na baixa temporada; de 60 a 120 dias na alta temporada.

Pela minha própria experiência, a coisa funciona de maneira diferente. Independente dessas melhores épocas de compra, as companhias aéreas sempre fazem promoções. Falta “adivinhar” quando. E, seguindo a lei de mercado, quando uma empresa engata promoções agressivas de fim de semana, a concorrência também segue o fluxo, jogando os preços lá para baixo também. Vale ficar atento a essas promoções, especialmente no fim de semana quando a maioria das pessoas aproveita pra ficar longe da internet.

Entretanto, ficar esperando promoções ou passagens de última hora pode ser uma péssima pedida para quem está planejando férias ou tem dia certo para sair e voltar. Já sabe que dia ir e que dia voltar? Pois compre logo a passagem e não arrisque ficar em casa chupando dedo. Viajar barato é bom, mas perder as férias pensando só em pagar o menor preço possível não vale a pena.

Para quem é mais aventureiro, as passagens de último minuto não deixam de ser uma opção. Chegar com a mochila nas costas e tentar achar um voo de última hora às vezes  funciona. Melhor ainda: pode até sair num preço bem em conta. O problema é este: se não houver disponibilidade de assento, você vai ficar no terminal esperando. No Brasil não é muito comum essa prática, mas as passagens de last call fazem muito sucesso na América do Norte. Algumas companhias inclusive têm telões mostrando a lista de espera para aqueles que aguardam até o último minuto na sala de embarque. Também deixo a dica do site Last Minute Travel, que tem alguns preços bons de passagens de última hora.

No embarque

Ninguém gosta de brincar de dança das cadeiras em aviões

Check-in: Graças a internet e celulares, hoje dá pra fazer check-in e fugir completamente das filas de espera nos aeroportos. O que pode não ser uma boa opção, especialmente para um voo lotado. Use o overbooking ao seu favor. Você vai provavelmente embarcar no próximo voo, mas pode facilmente negociar algo como um assento na classe executiva ou bônus de milhagens. E se o voo é apenas no dia seguinte, a companhia aérea deve te fornecer hospedagem e alimentação. Lembre-se: tudo nas companhias aéreas é negociável.

Assentos com tomada e mais espaçosos: Sobre onde se sentar, eu particularmente sempre escolho assentos na parte da frente da aeronave para evitar aquele empurra-empurra de entrada e saída. Mais do que isso: tente sentar na primeira fileira. Na maioria das aeronaves você vai encontrar uma tomada comum por conta de emergências, caso a tripulação precise usar um desfibrilador. Essa tomada será útil se você pegar um voo de 10 horas para a Europa e quiser, por exemplo, botar seus textos em dia ou zerar aquele joguinho viciante no seu notebook. Em voos de algumas companhias europeias e norte-americanas, busque levar adaptadores de tomadas em formato de plug de isqueiro de carro. Neles, todos os assentos têm uma tomada que pode ser usada desde que você possua tal apetrecho.

Coma melhor: Ao comprar uma passagem internacional, já marque o assento. Na mesma tela costuma aparecer uma opção de restrições alimentares ou dietas especiais. Assinale algumas opções. Geralmente os almoços e jantares para dietas especiais costumam ser mais gostosos e mais caprichados.

Bem, isso aborta praticamente tudo que falei no vídeo. Alguma dúvida, dicas ou algum caso curioso? Compartilhe abaixo nos comentários.

Gus Fune

Hacker de viagens, se tem wi-fi pode ter certeza que ele ainda chega lá se já não foi. Trabalha de qualquer canto cuidando da <a> Epic Awesome</a> e fazendo suas próprias regras."

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