Quando me convidaram pra ser um enviado do PdH para o Skol Summer On, quase não acreditei. O convite vinha em um momento formidável: havia acabado de pedir demissão e a data aconteceria justamente entre a saída do atual emprego para um novo. Minha missão era curtir ao máximo e escrever este texto aqui pro portal. Pouco mais de uma semana depois, confesso: ainda não me recuperei.

Festival passa por cinco praias no verão brasileiro e traz nomes internacionais de peso / Divulgação

Sou um grande fã de música eletrônica desde a adolescência. Como no ano passado a Skol promoveu noitadas sensacionais na saudosa Factory – uma balada que trouxe nomes como Hercules & The Love Affair e o Zedd – já imaginava que esse primeiro fim de semana do ano era mesmo promissor. O cenário seria paradisíaco, cerveja à vontade e o som era do Hardwell, melhor DJ do mundo. Não dava pra pedir um início de 2015 melhor.

O festival Summer On acontece nos primeiros finais de semana de 2015 em cinco praias diferentes do Brasil: Porto de Galinhas (PE), Arraial D’Ajuda (BA), Píer Mauá (RJ), Maresias (SP) e Jurerê (SC). Sempre com um headliner internacional foda e nomes brasileiros que completam lineups realmente consistentes – sem puxação de saco, dá uma olhada aqui.

Enfim. Passei a virada do ano no interior de Minas e, naquela sexta 2 de janeiro, o único trajeto possível me obrigava a voltar de ônibus para São Paulo e pegar um voo para Pernambuco na manhã seguinte. Quase 10 horas de estrada depois, cheguei ao aeroporto de Guarulhos às 5 da manhã como um zumbi: a ansiedade era grande, e por isso não dormi. Apesar da maratona acordado e de uma leve turbulência, a viagem foi até bem tranquila.

Olha… Já tinham me avisado que Recife era realmente quente, mas não fazia ideia de quanto. Alta umidade do ar, vento relativamente fraco e muito filtro solar pra cuidar da careca: preparado?! Que nada. Eu sou baiano, prefiro o calor ao frio, mas como nunca havia pisado no estado vizinho antes, ainda não havia comprovado como o apelido faz jus a fama da cidade que cozinha à vapor, sem distinção, locais e seus visitantes – é Hellcife, porra!

Estrutura incrível: palco, banheiros e bares estavam bem posicionados. O sol também (rs) / Thiago Araújo

Era quase uma da tarde quando olhei para a tela do celular ao chegar no hotel, pertinho da famosa praia de Boa Viagem. Entrei no banho às 13h03 e, quando sai eram 12h09. Olhei errado?! Esqueci que não havia horário de verão no estado, e ganhei uma hora. Comemorei o fato cochilando (finalmente), e acordei poucas horas depois para pegar a van. Mais um banho, almoço rápido e estrada! O evento foi na Praia de Maracaípe, em Porto de Galinhas, a mais ou menos uma hora de onde estava. 

Conversei com uma galera da imprensa local super simpática, animada e antenada no lineup: todo mundo bem a fim de ouvir o Hardwell, o principal DJ da tarde/noite.

Pra quem não o conhece, o holandês Robbert Van de Corput a.k.a Hardwell foi eleito nos últimos dois anos como o melhor DJ do mundo pela DJ Mag – é um dos principais nomes do EDM atual. A sigla é um acrônimo para eletronic dance music, o estilo mais popular da cena eletrônica mundial atualmente e que estourou no fim da década passada graças a artistas consagrados como David Guetta e caras novas como Avicii, Afrojack e Alesso.

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Quando chegamos a Maracaípe, a música ainda começava no estilo lounge. Era um fim de tarde ainda com sol, e o som foi ficando cada vez mais pesado até culminar com muita martelada, nome que a gente dá pros drops e batidas do EDM. O set do Hardwell durou pouco mais de uma hora e vinte minutos. Ele não economizou nos hits e tocou, além de muitas músicas próprias, também sucessos de outros DJs.

Sem dúvida alguma, ele é mesmo o melhor DJ do mundo. E explico o porquê.

Em fevereiro do ano passado, tive a oportunidade de conversar com ele em um show solo em Sampa. Naquela dia, ele me contou que por ter nascido e crescido na Holanda, conhece toda a carreira de Tiësto e Armin Van Buuren, DJs holandeses que são pedras fundamentais na sonoridade da música eletrônica atual. Além disso, diferente de DJs que fazem sets fechados, Robbert vai criando as apresentações ao vivo. Lembro que, quando perguntei sobre o que fazia um sujeito sair de mediano para ótimo, na escala dele, o cara foi enfático: “Tem que tocar pra pista, não pra você mesmo. Tem caras que tocam de forma egoísta, a chave é sentir o público e improvisar”.

Sobre o a estrutura do evento: in-sa-na. O palco era gigantesco, com um telão enorme de alta definição. O som era bem potente (dava pra ouvir de qualquer lugar do evento), daqueles que não chiam, nem estouram seus ouvidos mesmo de muito perto. Dali também voava água, saia fogo, estouraram confetes e mais um bocado de efeitos especiais com luzes e tal, que surpreenderam todo mundo ao meu redor.

Ainda não sei se a cara do sujeito foi uma photobomb ou reação ao som do caralho! hahaha #selfie / Thiago Araújo

Dicas para aproveitar a festa 

Para um evento desse tipo, listei abaixo algumas dicas que me ajudaram a curtir na moral o evento do início ao fim:

  • Quando chegamos na praia não deu tempo de entrar no mar, mas ainda fazia bastante sol. Use protetor solar em abundância! (Na cabeça também, se for careca como eu – rs)
  • Hidratação é fundamental. Parece óbvio, mas a gente esquece de tomar água. Não vale cerveja: á-g-u-a m-i-n-e-r-a-l.
  • Ainda sobre bebida, que tal ir com calma?! Siga o ritmo da música: começe em um estilo lounge, e conforme crescem as batidas por minuto, aumente o ritmo. Bole uma proporção de álcool e H2O: para cada três copos de cerveja, eu bebi um de água e sai de lá feliz.
  • A festa em Porto de Galinhas era na areia da praia, mas, mesmo assim, sugiro que vá calçado se você ainda for em alguns dos eventos (três estão para acontecer!). Não vi muitas latas e não havia bebida sendo vendida em vidro, mas você não vai querer ver seu pé pisoteado, como aconteceu com algumas pessoas ao meu redor.

Thiago Araújo

Thiago Araújo, conhecido como Tode, estreou baiano animado, aprendeu com mineiros a curtir um cadim de cada vez e vive agora no ritmo dos paulistas. Entre uma balada e outra, ele é jornalista e cuida da presença digital das revistas Trip e Tpm.