Eu tenho uma amiga cujo tesão é transar com negros. Ela é adepta fervorosa da máxima “once you go black, you never go back”. Não vale mulato, pardo, nada – tem que ser negão. É seu fetiche. Ela sai às quintas-feiras para um pagode no Capão Redondo e lá se acaba. Não a julgo pela sua tara.

Mas recentemente ela criticou uma menina da faculdade porque “Fulana namora Beltrano só porque o pai dele tem dinheiro”. Como se se envolver com um herdeiro de sobrenome tradicional fosse um pecado.

Caralho, quer coisa mais afrodisíaca que uma conta bancária polpuda? Que cabeças de gado em Mato Grosso? Que um carinha com um carrão bacana, um cangote cheirosinho e que te pague o jantar?

“Fodam-se os pobres; fodam-me os ricos”

Faz uns três anos que decidi só fazer sexo com caras ricos. Nada de contar caraminguás para pagar motel chinfrim. Nada de ouvir que “não vamos sair hoje porque ainda não caiu o salário”. Não. Hoje, quando mais grana no banco, mais molhada eu fico.

Eu nasci de bons genes. Tenho um corpo do qual me orgulho, um cabelo sempre hidratado, não tenho odores e meus dentes estão sempre brancos. E a vida me ensinou a foder bem. Por que não usar isso, essa minha sorte de ter bons genes e essa experiência sexual, da forma que eu achar melhor? Resolvi juntar isso tudo ao meu gosto por coisas caras.

É uma puta hipocrisia criticar quem escolhe pessoas ricas para se relacionar. Já ouvi muito as pessoas apontarem o dedo para as atrizes globais que namoram empresários, para as Neymarzetes, para as loiras de farmácia que ficam no pé dos pagodeiros e sertanejos. Eu adoraria perguntar para as recalcadas que criticam esse comportamento:

“Você namoraria alguém que ganhasse um salário mínimo se tivesse a oportunidade de namorar alguém que nem faz ideia de quanta grana tem?”

Ou então:

“Você prefere que seu marido te busque no trabalho com uma Mercedes ou com um Fusca?”

Ou ainda:

“Você não trocaria o picadinho da birosc onde você janta pelo Fasano?”

Você prefere rasgar uma camiseta da marca “25 de Março” ou da marca Tommy Hilfiger?

Talvez você pense que eu me sinto melhor que você, que sou metida. Eu não me sinto superior por gostar de caras ricos, mas sim porque não sou hipócrita. Porque tenho pés no chão para saber que, se eu me apaixonar por um cara pobre e a gente desenvolver um relacionamento, a vida será mais difícil. Será como antes.

A vida já foi mais difícil

Eu tive dois namoros sérios até hoje. Os dois com homens pobres.

Um foi no fim do colegial, com o cara que tirou minha virgindade. Ficamos juntos três anos, do segundo colegial ao primeiro ano de faculdade. Ele não trabalhava e sempre era um sufoco sair para um cinema ou uma festa. Passei muito fim de semana no sofá da casa da mãe dele vendo filmes da TV aberta. Isso é um inferno!

O segundo namoro sério surgiu na faculdade. Eu estava no terceiro ano de Fisioterapia e ele, no quarto. Ele trabalhava, mas na clínica do pai. Imaginem que, para a família dele, ele estava cuidando do lugar que seria seu no futuro, o que significa que não ganhava nada além do mínimo. Ele era meio escravo do pai e eu, junto dele, era arrastada à senzala: sempre sem grana para sair, para um presente mais surpreendente…

Leia também  Será o Messi eleito melhor jogador do mundo pela quarta vez?

Nos dois casos eu pensava:

“O que vale é a beleza interior. É a riqueza de espírito.”

Realmente, os dois sempre foram muito bons para mim. Não posso reclamar deles como pessoas, como homens. Mas rola uma pequena mágoa cada vez que você deseja fazer algo diferente, sair da rotina e o cara não é parceiro.

Não quero passar por isso de novo. 

Além disso, hoje em dia, eu considero a “riqueza de espírito” também, mas tento enxergá-lo nos homens ricos. Não é porque um cara tem muita grana que ele é um escroto.

“Não sou puta”

Não que todo homem deve me pagar algo. Não sou puta. Muito pelo contrário, muitos homens não me pagam jantares ou dão presentes. Mas apenas o fato de eu estar numa cama com um lençol de trocentos mil fios, num ofurô que eu sei não conter bichos na água ou mordendo uma bundinha que eu sei que foi cuidada a talco importado, já fico feliz.

Quem precisa de mojo quando tem em mãos uma moedinha da sorte?

Por isso gosto tanto de judeus. Eles fodem relativamente bem (não com muita força a ponto de me machucar, não com muita paixão a ponto de eu pegar nojo). E são circuncidados, o que deixa o pau com uma aparência bonita. É um pau aristocrático, quase. Mas não faço questão de dar apenas para judeus. Em sexo, sou ecumênica.

Anote aí: se o Tio Patinhas fosse um homem de carne, osso e pau, eu daria pra ele. Se o Riquinho esbarrasse em mim na academia, eu daria pra… Bem, seria pedofilia, mas eu daria pra ele. E daria a noite toda.

NOTA DO EDITOR [dia 26/01, às 14:07]:Alguns leitores nos alertaram para o fato de que a foto usada pela autora estava na internet, em um site gringo. Para não colocar em xeque a credibilidade do PdH, fomos atrás da autora para que ela se explicasse. Copio a resposta dela na íntegra:

2012/1/26 Ana C.

Queridooo!!!
A foto não é minha. É bem parecida comigo mas não sou eu. Eu achei na Internet. Tá louco que eu vou usar uma foto pessoal né? kkkk Por que? É problema isso?
Eu tenho clínica até18hrs. Não tenho tempo de entrar agora no site. Depois eu entro no Papo de Homem e respondo comentários tá bom???Bjs,

Ana C.

Nascida em São Paulo, mas cidadã do mundo. Fisioterapeuta, mas prefere escrever. Palmeirense, mas hoje em dia prefere MMA. Caseira, mas já esteve em 12 países e três continentes. Dorme sempre do lado direito da cama, mas não necessariamente da sua. Tem Facebook e Twitter, mas prefere não ser incomodada -- acha um charme ficar fora de alcance.