Pergunta: “Prezado Dr. Love,

Há alguns meses, viajei para São Paulo visitar uma prima, bem gatinha por sinal. Enquanto saiamos para comprar alguns souvenirs, o namorado dela me apresentou um estilo de jogo diferente: Dating Sims.

O estilo de jogo consiste em conhecer, conquistar e dar um trato na menina. Ele me apresentou uns títulos bem baratos e não muito pesados pro meu pczinho.

O grande problema: é muito viciante. Logo depois de perder uma semana inteira das minhas férias debrulhando o jogo e papando todas, comprei lotes e lotes de cds.

A grande questão é que me apaixonei por uma personagem de um dos jogos: ela é linda, cabelos ruivos e muito, MUITO gostosa. Cheguei ao ponto de romper meu namoro por isso.  Pedi até pra minha namorada comprar uma roupinha de colegial japonesa, mas ela disse que tava demais, que aquilo já tava passando do normal, não liguei e depois terminei.

Já não saio mais com os amigos, já não tenho mais vida social (antes eu saía para as baladas quase todas as noites) e mesmo todos se preocupando com meu estado, não consigo esquecer esta personagem, e até mesmo sonho com ela.

Dr., venho pensando muito ultimamente e não entendo muito o porque da minha ex-namorada ter ciúmes da personagem…

E além disso, não sai da minha cabeça que devo mudar de vida, tem como conciliar uma vida social e esse hábito? Não posso esquecer dela!!!

Obrigado!”

– Lôro

Caro Lôro,

relaxa, solta esse modess, que você tá usando um muito justinho hoje. Esse é o clássico paciente desesperado, adentra o consultório correndo, com um caso pavoroso, toda a família já preocupada com sua condição psicológica. Filhote, já cansei de ver esse filme. Literalmente.

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O Nó

Sua bananice ao lidar com seu tesão de priminha é uma das pontas.

Descrever suas conquistas virtuais com a frase “(…)passei as férias debulhando o game e papando todas!”, é outra.

Clamar ter se apaixonado pela Lindsay Lohan de 500 pixels é a terceira e mais problemática das pontas.

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Sua namorada não querer usar uma fantasia de japonesa colegial é um problema light. Mas de compatibilidade, com o qual não deve se preocupar muito. Tarado só é feliz com mulher minimamente disposta à putaria. Não era o caso dela, então descarta.

Seguindo em frente, o cerne do seu nó é a substituição da vida real por um ambiente recluso, fechado, no qual pode efetivar todos seus desejos privados e tem total controle da situação.

Hmmm… pensou no Second Life, The Sims? Eu pensei numa escrava sul-africana de um rei Egípcio. Numa negrinha favorita do coronel do café. Ou ainda na empregadinha do jovem imberbe, cujos pais saíram pra viajar.

A evolução do fetiche em 3 atos

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“Isso, faz o que eu mando.” – Slogan mundial da putaria desde 1868 A.C.

O problema não é fantasiar ou ser tarado, é submergir na tara.

Veja bem, gostar de fazer sexo fantasiado de pônei gritando “me cavalga, me cavalga! cowboy matador de índios do papai!” é normal. Deixar essa prática interferir na sua vida profissional, causar sua demissão e afundar seu cartão de crédito no vermelho não é.

Sabe qual a definição de ser humano no meu dicionário particular? Puto. Somos todos uns putos, no mais amplo e irrestrito sentido da palavra, todas as interpretações inclusas. Estudos chancelados por catedráticos yankees subitamente têm mais relevância do que o puro bom-senso. Psicólogos afirmam que o leque de parafilias se torna cada vez mais extenso, complexo, preocupante. Nada… Bando de recalcados punheteiros. Sonham em comer suas pacientes de 15 aninhos.

Neurose de cú é rola.

A receita pra você é primária. Enfia o Dating Sims ABC num triturador de lixo, apaga seus arquivos, deleta a porra completa. Siga deletando todos os games do seu computador, Doom, Quake, Lemmings, As Aventuras de Barbie. Tudo. Agora.

Nó desfeito.

Na sequência, liga pra sua prima gatinha e fala que quer jogar uma brincadeira nova: hot family sex. Compra a fantasia de colegial japinha e vai viajar. Cura completa.

Dr. Love, consultor amoroso e cachorrão nas horas vagas

Dr. Love

Consultor amoroso e cachorrão nas horas vagas.