Quem já não parou certa vez, olhou para o céu e observou um ponto brilhante cortando a imensidão azul? Não parou para se perguntar como aquilo é possível e o que se passa lá em cima?

Ou nunca se arrepiou ouvindo o altíssimo ronco das turbinas dos jatos, por exemplo? Aposto que a maioria já.

A relação espectador/piloto é distante. Principalmente quando um está em terra e o outro mais alto do que se pode imaginar. Há quem se contente em observar, mas para alguns o desejo fala mais alto. Eu diria que isso é o nascer de um sonho. O sonho de se tornar piloto.

No entanto, não é tão fácil e simples como pode parecer para muita gente. É uma carreira de difícil começo e de alto investimento, que ainda por cima leva tempo, dependendo dos objetivos de cada um.

Os que optam por essa carreira são hoje os nossos pilotos da aviação real. E a grande parcela que, pelas dificuldades, fica de fora, para onde vai? Eles ainda têm a chance de sentirem quase tudo que sente um piloto real. São os sonhadores. Mas prefiro chamá-los pilotos virtuais.

Não é tão confuso quanto parece. Calma que vou explicar.

Isso é possível graças à Microsoft, que desenvolveu já há algum tempo, o hoje famoso Flight Simulator. O mais atual e recém lançado é o “Flight Simulator X”, que agora vem aos entusiastas com uma porção de atualizações e melhorias. O simulador – os apaixonados pela aviação virtual não o chamam de “jogo” -, consiste em um amplo leque de cenários do planeta com aeroportos do mundo inteiro e com aviões padrão. O FS conta ainda com um poderoso recurso: a mudança climática atualizada em tempo real durante o vôo. Dias de sol, nuvens no céu, chuvas, neblina, tempestades e até neve são encontradas na simulação, de acordo com a condição climática do local no mundo real.

default

Isso é apenas o começo. Quando se compra o simulador, já estão inclusos aviões e cenários . Porém há uma clara diferença entre os default e os “add-ons”, que são os upgrades pagos. Isso mesmo. Aviões e cenários virtuais pagos. A principal diferença está na qualidade entre eles e no realismo que será proporcionado ao entusiasta.

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Esses aviões extras proporcionam uma simulação praticamente idêntica aos procedimentos das aeronaves reais.

Os cenários pagos são extremamente detalhados, com prédios, casas e pontos turísticos de cada local. A vista lá de cima, sendo de dia ou até de noite, é capaz de emocionar tamanha a qualidade. Porém, se você não quer gastar uma graninha aqui ou ali com os “add-ons”, relaxe meu caro, pois existem os voluntários que produzem aviões, cenários e tudo mais de altíssima qualidade e de graça. Esses podem ser baixados em sites relacionados à aviação virtual.

Agora, porque comprar o FS e depois desembolsar mais uma grana pelos “add-ons”? Aqui é onde está o segredo pelo qual muitos são fãs desse simulador: a opção de voar online. Na verdade, pode-se voar offline ou online. Caso a opção escolhida seja a segunda, o piloto se cadastra em um servidor que abriga controladores e pilotos virtuais que vão interagir entre si, cada um com sua respectiva função, por mecanismos de voz.

Voar online oferece maior sensação de realismo. A parte de fonia até os procedimentos básicos – decolagem, cruzeiro e pouso -, e os de emergência, devem ser conhecidos e reproduzidos na íntegra pelos integrantes.

Ainda no pátio do aeroporto, o piloto preenche uma espécie de ficha, seu plano de vôo. Ele fica gravado no servidor e disponibilizada ao controlador o local onde está a aeronave. Após isso, tem início o procedimento de autorização do plano de vôo. As horas, seja como controlador ou piloto, são armazenadas e acumuladas no sistema. E o realismo é levado cada vez mais alto no Flight Simulator da Microsoft.

Não saia daqui antes de assistir esse vídeo

Amanhã, a segunda parte da matéria explicando como se tornar parte desse universo da aviação virtual e onde estão os brasileiros que já fazem parte desse mundo.

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Breno Spadotto

(Quase) publicitário e apaixonado pelo comportamento humano. Acredita que as coisas só vão para frente se a causa for abraçada: Take your risks