Como sabem, sou pai de uma menina de 14 anos e já dei algumas dicas para pais de primeira viagem com os textos “Uma caixa de cerveja custa um pacote de fraldas” e “14 dicas de um pai há 14 anos” e desta vez tenho um caso de verdade fresquinho.
Como pai, mas acima de tudo ser humano de bom senso, não me conformo com nenhuma atividade pedófila praticadas por verdadeiros animais.
Aliás, nem isso são, porque não imagino que no reino animal, um leão corra atrás de uma leoazinha.
A Pastelaria
No último feriado, deixei minha filha e mais 2 amigas em uma lanchonete, mais precisamente numa pastelaria. Fui para casa tranquilo, pois logo depois elas iriam embora e moram perto.
Mas uns 30 minutos depois meu celular toca e minha filha diz:
“Pai, estamos sendo assediadas pelos pasteleiros, mandaram um bilhetinho…”
Pulei do sofá, abri a camisa fazendo os botões saltarem e surgiu o uniforme do Super Pai!!! Tirando a parte no estilo comics book, o sangue começou a ferver e não pensei outra coisa a não ser ir até a tal lanchonete.
Cheguei calmamente e fui até a mesa delas que me contaram que a atendente – a mocinha que fica entre as mesas recolhendo os pedidos – trouxe um bilhetinho assim: “Oi sou o pasteleiro e vocês querem ganhar beijinhos?” e em seguida os rapazes do balcão e da pastelaria, bem como a tal mocinha, ficavam falando entre eles e rindo, olhando para a mesa das meninas. Em um momento inclusive, a tal atendente havia pedido o número do celular delas…
Chamei a atendente e perguntei quem era o tal pasteleiro que havia mandado ela entregar o bilhete. Quando ela percebeu que tinha feito cagada, pediu choramingando que eu não fizesse nada, pois foi ela quem escreveu o bilhete, pois “queria fazer amizade”…blá blá blá.
Como as meninas já haviam pago a conta, as levei embora. Mas não ficou barato assim não.
A Volta na Pastelaria
Retornei até a lanchonete, mas agora travestido de Capitão Nascimento dentro do Caveirão. Por acaso, estava usando uma camisa preta…
Quando os rapazes do balcão, da pastelaria e a tal atendente me viram entrando novamente na lanchonete, agora com cara de Nascimento, todos pararam de trabalhar. Olhei lá para dentro e vi um japonês. Como é uma pastelaria (até conhecida na cidade, uma franquia) imaginei que ele fosse o patrão.
Encostei no balcão e chamei o japa. Quando ele chegou já assustado porque eu o chamei em voz alta, mostrei o tal bilhetinho escrito sobre uma nota fiscal da lanchonete e disse em tom “bopiniano”: “Olha, todos vocês cometeram um crime e inafiançavel, mas antes de trazer a polícia aqui para prender todos quero olhar para cada um e ver como são covardes, a ponto de assustar crianças…”.
O japa rapidamente virou ocidental, pois seus olhos apertadinhos cresceram e arregalaram! O pasteleiro deixou queimar o pastéis no óleo, a atendente começou a chorar, o caixa errou o troco, os outros rapazes quase colocaram as mãos na parede para uma revista…
Para encurtar, o gerente disse que não sabia o que estava acontecendo e que iria tomar providências. Eu disse que ele é culpado também, mesmo dizendo que não sabia o que estava acontecendo, pois como dono da birosca tinha que saber contratar.
Aquele bando de “coitados” não podia estar trabalhando em um lugar que tem trato com o público, muito menos num lugar altamente frequentado por adolescentes. A tal lanchonete é rodeada por escolas e já havia passado por lá no horário de almoço e fica cheio….
E eu falava bem alto, para o resto dos clientes – inclusive pais com seus filhos – ouvirem o que havia acontecido, resultado, virei o centro da atenção. Algumas pessoas levantaram e foram embora e o japa entrou em desespero. Afirmei que iria fechar a bodega, estava realmente muito puto!!
Não deixem barato. Nunca.
Para os pais e mães: em qualquer situação de perigo que envolvam seus filhos, nunca “deixem prá lá”, pois mesmo que não aconteça nada de mais grave, vocês podem evitar que aconteça com alguma outra criança. Não tenham medo, pois os covardes que atentam contra crianças são mais medrosos e se assustam com a reação de pais revoltados.
Sabemos que na rua não tem lei e que infelizmente em nosso pais a sensação (e realidade) de impunidade faz com que estas pessoas não tenham limite. É por isso que nós pais, temos sempre que agir de forma imediata e dura, quando vemos alguma possível situação de perigo. E se for o caso, levar a ação até o fim.
Vou retornar na lanchonete, a noite, para ver quem deles ainda está trabalhando lá. Olhei bem para cada um e sei como são. E é claro, minha filha e suas amigas nunca mais irão passar perto da tal lanchonete…
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