Ah…O verão!! Cenário de todas as histórias que queremos contar para os nossos futuros filhos, e se os estragos acumulados durante a vida conseguirem ser amenizados, também para os nossos netos.

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Pronto pra praia?

Estação que testa a confiança de homens e mulheres trabalhadores, que passaram bons dos 365 dias no ano sentados com a bunda na cadeira, de frente pro computador que trava a cada 1 hora e engolindo sapo e qualquer porcaria na hora do almoço.

E depois do trampo? O que você foi fazer? Foi aliviar a tensão brigando pelo aparelho “extensor de vai lá se saber que músculo” na academia ou simplesmente tomar aquela esperada cerveja de garrafa com os amigos? Contando as velhas e novas histórias que se desenrolam nessa aventura diária que chamamos de vida?

Pois eu digo que se você faz parte da segunda leva, eu quero te incluir no hall de possíveis futuros namorados (afinal, como disse um leitor “eu levei um pé na bunda e agora quero zuar”. Será?!).

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Minha academia é outra

Sempre me achei diferente – eufemismo pra estranhinha mesmo -  em relação às minhas amigas sobre o nível de atratividade masculino. Ou simplesmente, se aquele cara do bar, da balada ou da Bienal é bonito e comível ou não.

Cena típica:

Amigas: pára tudo e olha o cara que acabou de entrar!
Ju: hã?! Quem? Onde? Daquele outro lado, é?
Amigas: Ai Juliana!! Caralho! A miopia aumentou? Aquele moreno de olho verde, 1.80m e gostosão. Meu Deus! Olha só aquele braço preenchendo a manda da camisa branca? (Parênteses mesmo: elas conseguem dar uma descrição melhor do que o Guimarães Rosa pra “quase” tudo)
Ju: Ai mêu! Cala a boca!! O cara deve ser daqueles que ficam na rodinha de amigos na academia olhando pra todas as bundas – femininas e masculinas – que passam, conversando sobre o ultimo suplemento alimentar da “Power something” e passando olho no corpo no final disso tudo (em casa, né? No banheiro da academia já é dar muita bandeira). “Ai como eu queria me comer!!”

Agora você deve estar achando que eu sou uma baranga e eu não te culpo por isso. Mas…bom, há muito tempo deixei de ser modesta e o bom senso e histórico dizem que eu sou linda, gostosinha e até que inteligente. Podem até me chamar de cínica porque fui na porra da academia a vida toda (hoje sou da turma da yôga e conhecimento interior).

Mas é que pra mim, de verdade…HOMEM TEM QUE TER BARRIGA!! Claro que não estou falando daquela barriga de 30 anos de casado ou de simples e descarado descuido. Mas é que a barriga é indicativo de um monte de coisas. Por exemplo, o cara é frequentador de bar. O bar é centro de troca de conhecimentos úteis e inúteis; é onde levamos amigos pra falar mal de inimigos; reduto pra bebemorar e bebechorar.

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Resumo: lugar não de gente bêbada, eu acho, mas de gente interessante. De gente com história pra contar não só na estação mais hedonista possível, mas no ano inteiro. E de quebra, o cara ainda ganha aquela barriguinha discreta, mas charmosíssima, cultivada a cevada e religiosamente malhada nas tardes de sábado de futebol.

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Sexxxxyyyyyyyyyyy

Agora “realiza” a cena 1: o cara com o abdômen rasgado, com a camisa 2 números menor, te chamando pra ir tomar um suco de clorofila – que é a maior mentira, igual o cara aliás – num “barzinho” natureba da moda.

Ai! Fiquei com preguiça só de pensar. É chato e ponto final. Aí, você fica escutando papo babaca, com amigos iguais. Depois, ok…dependendo do desfecho, você vai pra cama com o cara. Aí, rola a neura, sempre ela, que te faz ficar preocupada com a presença do deus grego de provável olho clínico. Provavelmente a fofa não consegue gozar porque fica encanada com a sua bunda, que apesar de linda, está um pouquinho caída e com uma celulite que esse tipo de homem percebe, sim (e que homem “homem” iria falar “o quê?! Você tá louca, é?”)

Bacana, né?

Agora “realiza” a cena 2: aquele cara normal, que sabe se vestir, mas que fica longe da Vogue Homem e da GQ pra ter bom senso sobre o que fica bom ou não, te chama pra sair. E te chama pro bar que você conhece o nome do garçom. Pede uma cervejinha importada com ar de mestre cervejeiro, só pra impressionar.

Eu já acho a situação engraçada e fofa de um jeito que só a cabeça feminina entende. Vocês conversam sobre o paredão do BBB e sobre o ultimo filme do David Lynch. De TV Fama a Baudelaire. A coisa rola e assim quem sabe, você se atraca com o cara. A coisa termina ou comeca na cama.

Ele tira aquela camiseta novinha da “Banca de Camisetas”, cheia de atitude igual a ele e tchãrãn!! Lá está ela, a própria…a barriginha malhada de chopp. Linda, real…praticamente igual a minha. Aquela que encosta no seu corpo gostoso, que dá vontade de morder e não aquela que machuca, dando a impressão de que você encostou no tanque de lavar roupa. E a garota goza.

Que fique registrado aqui que não sou a favor do colesterol ruim, da pressão alta e da falta de vergonha na cara de dar um “foda-se pra saúde”. Muito pelo contrário. Mas acho que a saúde começa na cabeça mesmo e na maneira de levar a vida. E é o que eu acho absurdamente excitante.

Um brinde à todas estações do ano levadas sem encanações (e de preferência no bar) e ao cultivo da barriguinha masculina, sinônimo de saúde psicológica, bom papo e delírio de alguma parte da torcida feminina.

Juliana Precaro Siqueira

<b>Ju Siqueira</b> é ela, <a>aquela</a>