Uma vez que existe uma lei como a gravidade, o Universo pode e vai criar a si mesmo a partir do nada. A criação espontânea é a razão pela qual existe alguma coisa no lugar de coisa nenhuma, a razão de nós existirmos. Não é preciso invocar Deus para que o Universo tenha um começo

Essa é uma das frases matadoras do novo livro de Stephen Hawking em parceria com o também monstro da ciência Leonard Mlodinow.

Ainda sem tradução para o português…

O título não é nada modesto e, aparentemente, Hawking resolveu mandar às favas o bom senso: “The Grand Design” aborda a possibilidade de um plano divino para a existência e o desenvolvimento das galáxias e do Cosmos.

Aquele tal de Newton não manjava de nada!

O livro chega as prateleiras na próxima semana, mas já causou reações em teólogos e religiosos. Entre eles, o rabino chefe do Reino Unido, Johnatan Sack, que mandou muito bemem sua declaração ao jornal The Times:

A ciência que se disfarça de religião é tão perniciosa quanto a religião que se disfarça de ciência

O embate entre Ciência e Religião é mais velho do que andar pra frente. No entanto, por menor que seja a faísca, é um assunto delicado que logo incendeia toda a sociedade. Duvidar de Deus ou tentar provar que ele existe parece ser a redenção, tanto dos cientistas, quanto dos religiosos.

Essa pegada mais agressiva de Hawking causou estranheza. Em seu primeiro grande sucesso “Uma Breve História sobre o Tempo” (1988), o físico-gênio usa de aforismos e metáforas que pareciam admitir a idéia de uma divindade coordenando a vida e o Cosmos como um todo. Mais tarde Hawking afirmou que tais afirmações não passavam de metáforas e que ele não era religioso porra nenhuma.

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Claro, o assunto é polêmico e vai render milhares de libras para o bolso dos autores.

No entanto, mesmo com toda aura mágica em torno do quase septuagenário cientista, uma coisa é certa: quando a idade chega, até os gênios se tornam ranzinzas.

Flaco Marques

Rapaz do interior de SP que vive suas desventuras na cidade grande. Poliglota valente, busca equilibrar o jeito cosmopolita de ser com a simplicidade caipira de viver.