A internet disponível no celular e as horas gastas diariamente no caminho casa-labuta-casa fazem de mim um cara razoavelmente a par do que acontece por aqui. E no “por aqui”, me refiro a esse mundo moderno de Twitter, Facebook, blogs e web em geral.

Não sei porque, a tal da Banda mais bonita da cidadepassou batido por mim. Não havia visto o clip, não havia visto a sátira feita pelo Rafinha Bastos e estava vivendo realmente bem com isso. Juro.

E então, meio que por acaso, assisti aos clips.

Link YouTube | Eis o vídeo. Percebam a montagem da gravação feita em uma casa centenária no Paraná

Link YouTube | Você consegue contar quantas personagens há nesse vídeo?

Não vou declarar amor eterno, não direi que mudou minha vida, nem que achei o clip um clássico da cancioneiro popular brasileiro. Realmente não achei. Mas mais interessante do que o clip é observar as reações assustadoramente enfáticas que apareceram por aí, declarando ódio, asco, repúdio, amor e paixão, embelezados por uma vasta e criativa lista de adjetivos.

Temos uma necessidade inconsciente de formar uma opinião tão segura, certa e extrema sobre tudo, a ponto de precisarmos expô-la maneira condizente. Compartilhamos nossa opinião para convencer, não para dividir.

Sofremos de uma incapacidade de comentar exclusivamente pelo prazer de expor um ponto de vista. Sem esperar um aumento na quantidade de followers no Twitter, sem a preocupação constante de transparecer uma imagem culta, descolada e consistente sobre tudo e para todos.

Eles gostaram (Foto: Sérgio Tavares Filho/G1 PR)

Gostou da música? Então ouça. Se quiser, diga aos amigos que gostou, mande o link. Não gostou? Não ouça. Diga aos amigos que não gostou, mas deixe que eles gostem, se assim quiserem.

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Não somos melhores ou piores em virtude disso. Um ponto de vista diferente é só um ponto de vista de um lugar que a gente não está. Não leve-se a sério demais.

Preciso contar uma coisa. Para vocês e para mim mesmo. Lá vai:

A sua opinião sobre a tal banda feliz não vale um cazzo. E a minha também não.




Eduardo Amuri

Autor do livro <a>Dinheiro Sem Medo</a>. Se interessa por nossa relação com o dinheiro e busca entender como a inteligência financeira pode ser utilizada para transformar nossas vidas. Além dos projetos relacionados à finanças