Imagine-se caminhando tranquilamente pelas ruas e conseguindo ver como as pessoas o observam quando vira as costas. Agora, some a isso o fato de que estes mesmos olhares estão carregados de preconceitos e desaprovação.

Saber que isso tudo está acontecendo ao seu redor é foda. A parte mais dolorosa é que, para muitos de nós, é exatamente desta forma que somos vistos. E, pior, é a forma como vemos.

Vi este ensaio no Hypeness e, lá, a autora explica ele surgiu.

A ideia de fazer a série Wait Watchers surgiu quando Haley estava fazendo outro projeto chamado “Something to Weight“. Nele, Haley tirou uma foto dela mesma sentada na Times Square para retratar sua solidão em meio à multidão ‘ocupada’. Quando o filme foi revelado, percebeu que atrás dela, havia um homem que fazia caras ao ser fotografado por uma amiga.

A fotógrafa também conta o que a motivou.

“Eu sempre fui consciente das pessoas fazendo caras e bocas, rindo e comentando a respeito do meu tamanho. E agora eu resolvi inverter o olhar e registrar a reação das pessoas enquanto eu executo minhas tarefas cotidianas em espaços público.”

No entanto, eu particularmente, acho um equívoco pensar que a fotógrafa não deveria se preocupar com estes olhares – conforme diz a autora do texto. E, concordo que, talvez, estes olhares não tenham a base que ela tende a expor.

Mas também acho que estas fotografias escancaram um hábito que cultivamos diariamente – muitas vezes sem sequer notar – por meio de piadinhas e comentários irônicos.

Longe de mim, levantando essa bola, querer apontar dedos. Mas, antes de tomar qualquer atitude, não pude evitar de apontar esses dedos, primeiramente, a mim mesmo.

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E, já que a reflexão de algum modo me impactou, gostaria de também deixar a bola quicando.

Quantas vezes você mesmo foi o retrato de inúmeras formas sutis de preconceito?

Luciano Ribeiro

Cantor, guitarrista, compositor e editor do PapodeHomem nas horas vagas. Você pode assistir no <a>Youtube</a>