Continuando a matéria anterior, agora que você já conhece a história do Whisky escocês, vamos direto onde interessa: ao Scotch.
Entre os Whiskeys americanos, sempre houve confusão quanto à nomenclaturas. Algumas bebidas são maltadas por lá com milho, ao invés de trigo, e eram popularmente conhecidas como Bourbons. Entretanto, o estado do Kentuck adquiriu a patente da marca Bourbon obrigando todos os fabricantes americanos de Whiskey de milho retirarem a nomenclatura de seus rótulos. Um exemplo é a mais fomosa marca de Whiskey Americano Jack Daniel’s que, por engarrafar a bebida no estado de Tennessee, passou a rotulá-la como Tenessee Whiskey. Embora se trate de um Whiskey maltado com milho, os fabricantes de Tennessee Whiskey garantem que há diferenças no processo produtivo entre seus produtos e os Bourbons. Para os que ainda não conhecem o excelente Jack Daniels, vale a pena conferir seu aroma leve e adocicado que acompanha um paladar macio e de corpo moderado.
Porém, em se tratando de Whiskies escoceses a variedade é muito grande. Não tenho a pretensão de citar todos os rótulos aqui, entretanto pretendo falar de algumas bebidas em que você poderá degustar no happy hour, logo mais, quando terminar de ler essa matéria; no restaurante hoje à noite ou no importador local mais próximo da sua casa.
A JW é uma das três destilarias do grupo United Distillers And Vintners ao lado de J&B e Bell”s.
Sem dúvida alguma é a destilaria com os processos de produção mais industrializados e eficientes. Talvez seja essa, uma das razões por seu faturamento historicamente elevado. Poucos que passam em frente a destilaria na parte baixa das montanhas Ochil podem imaginar que lá dentro há mais de 3 milhões de garrafas em processo de maturação!
Essa capacidade de produzir em larga escala associada à notável campanha de marketing, fez desse o Whisky mais comercializado e popular do mundo (e o mais falsificado também). Logo, por essa razão, criou-se o boato entre os “pseudo-conhecedores” de que o rótulo Johhnie Walker representa um singelo modismo. Isso não é verdade.
É fato que a competência administrativa do pessoal da destilaria levou uma garrafa da escócia para praticamente cada casa noturna, bar e restaurante da terra. Entretanto esse era o rótulo predileto de célebres apreciadores como Winston Churchill e James Stevenson.
O patriarca da família Walker após desenvolver o blend de maior sucesso na história do Scotch, produzido até hoje sob o rótulo de Johnnie Walker Black Label 12-year Old, resolveu criar o mais impressionante blend de todos os tempos. Com a ajuda de seus filhos, Johnnie Walker produziu artesanalmente (e ainda permanece assim) o blend que reúne maltes selecionadíssimos maturados somente em uma breve época do ano e o envelheceu por 21 anos. Estava criado o Blue Label 21-year Old que, nas palavras de John Walker era “o blend criado para nunca ser batido”. O Blue Label é sem dúvida nenhuma o rótulo mais premiado da história do Whisky escocês e, em eleição recente, a maior publicação do gênero o agraciou com o prêmio resumido em “muitos tentaram superá-lo, mas Johnnie Walker permanece como referência”.
Para os que não podem pagar um fortuna para saborear o Scotch que, na minha opinião, é a mais bela obra de arte já selada em uma garrafa, há várias excelentes opções de rótulos JW. O mais popular é o Red Label que é uma bebida de qualidade impressionante quando analisada sob o aspecto de seu baixíssimo preço. E, como minha sugestão para os que desejam apreciar uma excelente bebida sem ter de hipotecar seu automóvel, eu recomendo o Black Label que, apesar de custar relativamente muito pouco, possui uma complexidade de sabor que se aproxima de seus irmãos mais caros como Gold e Green Label.
Outros rótulos que encontramos com facilidade nos cardápios de bares nacionais são o Ballantines, Grant’s e White Horse. Esses Whiskies em suas versões de entrada também possuem um custo bastante reduzido, entretanto, nessa faixa de preço o Johnnie Walker Red Label permanece referência, na minha opinião.
O paladar menos apurado pode mal perceber a sutil diferença entre um Chivas Regal 12 anos e um JW Black Label. Todavia, a produção artesanal confere ao The Famous Grouse e Old Parr um toque simplesmente diferente. Aqueles que querem entrar de cabeça no mundo do Scotch podem vir a se tornarem puristas e se apaixonarem por rótulos que como esses, permanecem produzidos tal como eram há dois séculos atrás.
Finalmente, já que estamos falando em sair da rotina a sugestão é um Scotch que pertence há uma categoria diferente dos Blended citados acima: os Puro Malte. Na minha opinião, não é certo comparar um Puro Malte com um Blend com até 18 espécies de maltes distintas! Eles são, simplesmente, diferentes. Para entender do que estou falando sem ter de investir bastante numa cara garrafa de Johnnie Walker Green Label, a dica é o Glenfiddich 12-year Old Pure Malt, cujo valor não se afasta tanto dos Whiskies populares.
Agora, já que falamos de tantos rótulos diferentes, você já possui um ponto de partida para sair com seu carrinho no supermercado. Gostaria de lembrar que essa lista não é uma referência e sim uma sugestão subjetiva. Entretanto, após descobrir os rótulos aqui citados você, que nunca bebeu um Scotch, certamente terá formado uma opinião para elaborar a sua própria lista.
Também gostaria de lembrar que o gelo do Whisky se dissolve em água alterando as propriedades da bebida. Apesar disso, não há um concenso sobre o modo correto de beber Scotch. Os puristas acreditam que o sabor verdadeiro só pode ser identificado no estilo Cowboy(sem gelo); os defensores do on-the-rocks(com gelo) afirmam que as duas pedras liberam aromas escondidos que podem imprimir uma nova carecterística à bebida. Independente da discordância, o certo é que todos os apreciadores ficariam ofendindos em nome dos Blenders escoceses ao verem essa extraodinária bebida ser misturada com refrigerantes, sodas, energéticos e outras coisas mais.
Agora abra o jogo e compartilhe conosco suas melhores histórias e porres com o famoso Whisky…
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