Muitos motoristas que circulam nas vias de trânsito brasileiras aprenderam a conduzir seu automóvel no treinamento de duas semanas na auto-escola. Boa parte do que aprenderam por lá estava errado.
Muito do que aprenderam posteriormente, também está. Em algumas situações o motorista comum, quando ao volante de seu carro, pode deparar-se com uma emergência cuja ação correta pode ser o fator determinante entre a vida ou a morte.
Infelizmente, é comum a ocorrência de acidentes em que os condutores dos automóveis entrem em pânico e, simplesmente, não consigam tomar decisões sob pressão. Existem casos em que o motorista petrificado não toma nenhuma atitude até que se choque contra o veículo que vinha na direção oposta.
Em outros casos, o condutor, em uma involuntária reação ao pânico, leva as mãos à boca soltando o volante. Também há a recorrente situação em que os motoristas freiam diante do caminhão parado sem conseguirem esterçar as rodas até que terminem esmagados embaixo da caçamba.
Nesse artigo serão apresentadas algumas dicas para que você esteja sempre alerta e evite, por precaução, que seu automóvel possa vir a se desgovernar. Entretanto, caso você precise conduzir seu carro no limite, também falaremos de dinâmica da máquina na pista. Com essas informações você irá poder se antecipar ao inesperado e não permitir que seu veículo lhe relegue à condição de mero expectador.
Várias das regras que um piloto internaliza quando está engolindo curvas em uma pista de corrida, também valem para as ruas. A seguir mencionarei algumas práticas saudáveis, que você pode treinar à exaustão, até que se tornem um hábito:
1. Dirija com a postura correta
A postura com que conduzimos nosso automóvel é determinante não somente para evitarmos acidentes, mas também para sofremos lesões menos sérias caso um deles aconteça.
As instruções de postura que as montadoras costumam disponibilizar nos manuais dos automóveis são corretas. Não se deixe enganar pelo seu instrutor de auto-escola.
A distância do acento em relação aos pedais deve ser suficiente para que você possa acioná-los com golpes rápidos de perna. O hábito que alguns motoristas possuem de aproximar o banco do console para conseguirem acionar os pedais com a ponta dos pés, enquanto confortavelmente repousam os calcanhares no chão, é equivocado!
Em caso de emergência a troca de pedais, ou o acionamento dos mesmos, é perigosamente lento. Em caso de colisão, a inércia do impacto pode fraturar seus tornozelos quando seus pés forem propelidos contra os pedais.
O ângulo de curvatura do encosto do banco deve ser suficiente para que seus braços alcancem o volante levemente curvados. Em caso de impacto seus braços terão recurso para trabalharem de modo a evitar a transferência total do impacto para suas articulações.
Esse ângulo de curvatura do encosto do assento deve permitir que sua cabeça fique a pouco menos de um palmo de distância do encosto de cabeça. Desse modo, em caso de acidente a transferência de impacto não vai ser totalmente aplicada a sua cabeça e, quando a inércia forçar o retorno da sua cabeça em direção ao banco, o encosto evitará que você quebre o pescoço.
2. Segure o volante corretamente
É importante segurar o volante com as duas mãos na posição “3 e 9 horas”. Uma grande quantidade de volantes possuem sulcos para as mãos de maneira que você possa confortavelmente repousá-las na posição correta.
Essa é a empunhadura que lhe garante o maior raio de movimentação para seus braços. Desse modo, você poderá rotacionar o volante por 180 graus em ambos os sentidos sem precisar soltar nenhuma mão.
Não é recomendado manter uma mão no volante e outra no câmbio por uma série de razões. Repousar a mão no pomo do câmbio causa, a longo prazo, desgaste de trambulador. Além do mais, você pode precisar segurar o volante com firmeza caso passe por um buraco grande, por “olhos-de-gato” ou caso sofra um toque por parte de outro veículo.
É importante que você não repouse a mão no pomo do câmbio nem mesmo para antecipar a troca de marcha. Retire a mão do volante somente no momento em que a troca for realmente necessária.
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