Pergunta:“A partir dos meus sessenta anos voltei a me interessar por homens. Vivi com meu marido há muitos anos, como se fossemos irmãos. Após os sessenta fiquei mas vaidosa e senti-me atraída por um ator americano, para o qual escrevia poemas em e-mails e cartas. Após dois anos e meio passei a me interessar por um escritor, professor aposentado como eu, que participava de reuniões literárias como eu.
Só posso dizer que esses dois resultaram em dois livros de poemas. E agora escrevo poemas para o coordenador da Academia de Natação que freqüento a conselho médico. Entrego a ele os poemas que ele pede para ver.
Gostaria de saber se dará certo um relacionamento amoroso entre nós, pois ele começou a me atrair, quando dizia “melhor agora que você chegou”, quando era meu professor de natação no início. E aí começaram os beijinhos na face, abraços, etc. Parece que ele gosta de mim, mas nada está resolvido ainda.
Sou casada, pelo menos legalmente. Fisicamente e espiritualmente não, pois dormimos em quartos separados há anos e não existe amor há muitos anos. Creio que nunca existiu amor entre nós, somente respeito e estima, porém depois dos sessenta passei a agir dessa maneira que lhe falei: atraída por outros homens (um de cada vez).
Minha idéia é a seguinte, se o atual me quiser, escolho uma das opções seguintes: continuo sendo amiga de meu marido e passo a me encontrar com o outro, pois meu marido já é senil(sou onze anos mais nova do que ele) ou converso a respeito do outro com ele.
Aguardo resposta. Abraços.”
– Marlene
Minha querida,
não precisa se preocupar tanto, como se estivesse prestes a fazer algo impublicável. Seu envolvimento com outros homens já aconteceu. Aliás, de forma mais intensa e profunda do que o experimentado por uns e outros infiéis que dão umazinha e voltam pro “oficial”. Seus livros de poemas são a maior prova da imensa energia que queima dentro de você, praticamente implorando para sair.
Quanto a seu marido, está óbvio que não se vêem mais como amantes. Se existiu ou não amor entre vocês, não vem ao caso nesse momento. O fato é que essa chama se apagou. No entanto, isso não é motivo pra agir de maneira desrespeitosa e fazer o velho sofrer, ainda mais na reta final.
Ficou bem claro que você está cheia de vitalidade e decidida sobre o que fazer, então não preciso ficar aqui enumerando prós e contras. Ninguém conhece sua própria história melhor do que você mesma. Isso te deixa as duas opções que você mesma já mencionou: abrir o jogo ou se envolver com outro(s) da maneira mais discreta possível, sem nunca deixar seu marido saber.
O risco de uma relação clandestina pode até ser excitante, mas na fase da vida em que se encontra, não imagino que seja uma mulher interessada em mentir para si mesma e para outros em nome das aparências.
Sente com seu homem e tenha uma conversa franca com ele, mas evite entrar em detalhes como os livros de poemas e a descrição de seus pretendentes. Os detalhes são desnecessários e só iriam aumentar a dor nessa situação. Faça como os jornalistas, edite o texto. Apenas passe a mensagem de que precisa seguir um caminho próprio. A sinceridade conta muito.
Sobre o relacionamento com o professor de sua academia de natação, não tenho como dizer se vai dar certo ou não. Não sei o que você quer, um namorado, um novo marido, um relacionamento aberto, uma volta ao sexo… No campo da sedução, as opções, assim como os resultados, são inúmeros. E você só vai descobrir arriscando. Coloca um pouco mais de tempero em sua próxima poesia e vê no que dá.
Dr, Love, espalhando o amor pelo mundo
ps: adorei receber sua mensagem. Que beleza ver tanta disposição, belo exemplo pros vovôs e vovós leitores da Papo de Homem!
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