Novembro teve um pouco de tudo aqui no PdH.
Foram 79 textos publicados. As pautas variaram como nunca: desde o conflito entre alunos da USP e policiais até técnica para sua namorada fazer um boquete fodão. Falamos de morte. Falamos do legado de Steve Jobs. Falamos de Sasha Grey fora do mundo pornô. Ufa! Essa variedade de temas fez com que o PdH batesse recorde de visitas, de compartilhamentos no Facebook, de comentários, da porra toda.
E aqui estão os 10 textos mais lidos em novembro.
1. 8 mentiras que você anda lendo sobre a PM na USP
Elogiado por uns e criticado por outros, o texto de Flavio Morgenstern entrou para a história do PdH como um dos artigos mais lidos de todos os tempos. Pudera! Morgestern tratou de um dos assuntos mais espinhosos do semestre – a relação conflituosa entre alunos da USP e autoridades.
A ditadura acabou há mais tempo do que ela durou. Alunos na casa dos 20 anos andam regurgitando esse clichê despudoradamente. Os pais deles não viveram a ditadura direito. A memória histórica dessa galera inclui Toddyinho, Danoninho, Cavaleiros do Zodíaco e Teletubbies.
Em contrapartida, “esquecem-se” da memória muito mais recente da violência dos próprios grupos extremistas que tentam expulsar a PM do campus.
2. O julgamento de Sasha Grey
Gosto de Sasha Grey. Para mim, mais do que a atriz pornô, vejo nela uma mulher de atitude. Largou a indústria de filmes adultos quando quis e agora se dedica a projetos no cinema “regular” e no campo da filantropia. Não deve coisa alguma a quem quer que seja. Por isso fiquei bastante mexido quando li que pais de alunos não gostaram da ideia de ter uma ex-atriz pornô lendo para seus filhos. Escrevi sobre isso.
O que nos define neste mundo? Adotamos múltiplos papéis – o mesmo homem é um pai, um filho, um aluno, um amigo, um trabalhador, um lateral esquerdo não muito talentoso na pelada de domingo. E matamos quase que cotidianamente nossos personagens: o marido de hoje pode ser o divorciado de amanhã; o profissional habilidoso pode ser um desempregado; o garoto calado na escola pode se transformar num assassino em série ou num astro de TV.
Assim como as experiências passadas têm uma grande importância na constituição do homem, elas não podem delimitar o ser. O que somos hoje é a resultado de um mosaico de ações, aprendizados, influências do meio e demais elementos que se complementam, ainda que pareçam se anular. Somos muitas coisas: putos e santos, bestas e anjos, editores do PdH e gente decente.
Ninguém foge disso.
3. [18+] Deep throat em 7 passos
Lasciva fez a felicidade dos leitores do PdH. Com a maestria de uma verdadeira Lina Lovelace, ela fez um guia ilustrado de “garganta profunda”. Esperamos que os cabrones apresentem este guia às namoradas e apimentem o sexo.
Deep throat – ou “garganta profunda” – é um boquete mais hardcore. A pessoa tenta ir bem fundo no que está fazendo e se empenha em colocar o pau todo dentro da boca. Exige treino, concentração e algumas técnicas até meio difíceis de se ensinar. Este tutorial ilustrado foi feito para instruir pessoas lascivas como eu, que curtem dar muito prazer aos seus parceiros. Rapazes, prestem um serviço à humanidade e mostrem este manual para suas namoradas e amigas.
4. Um homem que se preze não leva este adjetivo
Veronica Gunther, a rainha dos drinques esdrúxulos dos churrascos no QG, traduziu neste artigo uma percepção feminina: o que diferencia um homem de um menino? Ela falou com amigas a respeito disso e colocou no texto trechos de depoimentos com lições que podem ser bastante úteis.
Aperto de mão molenga e olhos que não conseguem fitar firmemente a pessoa cumprimentada são fatais. Essa atitude não passa confiança alguma e se eu que sou mulher já penso “Vou fechar negócio em outro canto”, imagina só outros homens quando percebem isso? Diga adeus a futuras promoções e novas oportunidades.
5. Vídeos para matar a preguiça | Listas descaralhantes #3
Alberto Brandão, o homem das 3800 flexões na Twitcam, relacionou alguns vídeos muito bons que vão despertar no leitor o desejo de pular do sofá e se mexer. Artigo muito bom para inspirar qualquer um.
Não existe nada tão motivador quanto ver alguém seguindo seus sonhos, buscando o que quer e alcançando isso. Toda vez que vejo esse vídeo e lembro que tenho as melhores condições do mundo, treino em ótimos lugares, mas mesmo assim às vezes sinto preguiça. Cara, eu me sinto um lixo.
Esse é o motivo de indicar este vídeo, para fazer você ter vergonha de sentir preguiça.
Quem quer faz, quem não quer arruma desculpa.
6. “Você é a média das cinco pessoas com quem passa mais tempo”
Alberto Brandão emplaca mais um artigo no top10 de novembro. Agora para falar sobre como as pessoas que nos cercam têm uma influência grande na constituição do nosso comportamento e, por conseguinte, na nossa vida.
Pessoas tendem a acreditar que grande parte das suas ações é ditada simplesmente por sua própria vontade, mas ao longo da história podemos ver centenas de casos de sucesso onde amigos foram bem sucedidos juntos, um empurrando o outro pra frente, fazendo com que o sucesso de ambos fosse inevitável.
7. Ter um milhão de amigos é ter nenhum
Neste artigo, busquei falar sobre o contraste que vivemos atualmente: muita gente no mundo e uma solidão sem fim. Para complicar ainda mais a equação, nos afundamos em redes sociais e passamos a acreditar que aquelas relações ali estabelecidas são o suprassumo da amizade.
O mundo é uma ilha. Uma ilha que recentemente chegou a 7 bilhões de habitantes. E todos eles estão ligados entre si por apenas seis graus de separação, conforme o experimento do psicólogo Stanley Milgram, nos anos 1960. Assim, podemos imaginar que estamos todos unidos. Então por que tanta gente se sente só?
Eu tenho uma teoria: porque o sujeito abdicou de ser quem ele é para ser alguém mais “palatável” ao mundo que quer conquistar. Ele se desfragmentou para, nos pedaços de carne e personalidade, encontrar algo que os outros vão julgar como uma qualidade positiva. Até mesmo o próprio homem se esquece de quem é.
Realidade comum: alguém com milhares de conexões no Facebook e ninguém com quem sair no fim de semana. Alguém tido como influência no Twitter porque só fala coisa interessante mas que não sabe conversar nem com o próprio vizinho.
8. Fumar maconha é seu direito
Felipe Andrade recebeu muito elogio e muita crítica com este artigo. Afinal, tratar da descriminalização da maconha é sempre pano pra manga. É um excelente artigo para repensar a forma como lidamos com a cannabis.
Se fumar um delicioso baseado, posso prejudicar minha saúde. Mas seria só minha saúde. Entretanto, se fumar e dirigir, posso colocar em risco toda a sociedade. Portanto, fumar deveria ser permitido; fumar e dirigir, proibido. É só aí que a lei teria legitimidade de fato.
Outros dirão que fumar maconha prejudica a sociedade pois abastece um mercado paralelo cada vez mais armado e violento.
Ora, quem fuma exerce um direito básico; quem proíbe é que cria um mercado paralelo. Eu compraria um baseado em qualquer loja de conveniência, mas sou impedido por você que defende a proibição. Em Sampa, só posso comprar do PCC, eles têm exclusividade. Então, meu caro, cada corpo produzido pelo tráfico entra na sua conta e não na minha.
9. A nova temporada de seriados 2011-2012
Alex Castro, homem que deu a letra para J. J. Abrams fazer Lost, relacionou os seriados mais interessantes atualmente. Comentou um a um, e ainda disse em que pé estão as novas temporadas e as novas séries. Perfeito para fãs de seriados como eu.
Sim, a televisão está mais inovadora e dinâmica que o cinema, mas ela também vive de fórmulas. Algumas séries são geniais justamente por serem tão consistentemente previsíveis: são aquele feijão-com-arroz sempre confiável, ao qual podemos voltar repetidas vezes com confiança que, se não vai ser um manjar dos deuses, também não vai ser ruim.
The Mentalist terminou a temporada anterior com Jane cometendo um assassinato em público, sugerindo que a série poderia estar a beira de grandes e dramáticas mudanças, mas tudo acabou sendo resolvido muito rápido já no primeiro episódio da nova temporada. Custava termos mais alguns episódios de Jane preso, ou fugitivo, ou simplesmente fora de sua zona de conforto? Mas tudo bem. The Mentalist logo voltou ao seu feijão-com-arroz gostoso e habitual.
Big Bang Theory continua igual. Nunca me mata de rir, nunca é ruim. Mais e mais, quem dá o show são as atrizes.
10. “O que eu aprendi com Steve Jobs”
Quando se fala da Apple, é impossível tratar de seus “evangelistas” sem mencionar Guy Kawasaki. Ele foi um dos funcionários da Apple responsáveis pelo marketing do Macintosh, em 1984. Neste texto, ele conta as lições que aprendeu com Steve Jobs.
“Pesquisa de mercado da Apple” é um paradoxo. Na Apple, discussão de grupo era o hemisfério direito do cérebro de Steve conversando com o esquerdo. Se você perguntar aos consumidores o que eles querem, eles dirão “melhor, mais rápido e mais barato” – ou seja, melhor do mesmo, e não mudanças revolucionárias. Eles apenas conseguem descrever seus desejos utilizando termos que eles já estão usando. Na época da apresentação do Macintosh, todas as pessoas diziam desejar que ele fosse uma máquina com um sistema operacional MS-DOS melhor, mais rápido e mais barato. A maior riqueza para um empreendedor iniciante no mercado de tecnologia é criar o produto que ele próprio queira usar. É o que Steve e Woz [Steve Wozniak, cofundador da Apple] faziam.
A ESCOLHA DO EDITOR: Para uma vida plena, lembre-se da morte
Logo nas primeiras linhas do texto de Stela Santin, percebi que suas palavras não traziam o gosto da tristeza plena. Não eram palavras de quem estava completamente fragilizada com a perda do pai. Ela conseguia falar sobre o assunto de maneira racional, sem sentimentalismos, dialogando com o leitor – no caso, apenas eu – sobre um fato corriqueiro, e não de uma catástrofe. Os parágrafos denunciavam que eu estava diante de uma mulher forte. Uma mulher forte conversando sobre a morte. Poucas vezes pude ler um texto tão certeiro sobre a morte – sem as vestes da melancolia, com a parcimônia de um espírito inabalável. Foi o artigo que mais gostei neste mês.
Eis que, num dia desses qualquer, meu pai morre. De repente. Exatamente como eu vinha contemplando! No news! O fato desta realidade imaginada não ser algo completamente novo me ajudou muito. O fato de eu ter me ocupado dessas questões antes foi e tem sido muito útil. É óbvio que a morte dele foi uma experiência muito intensa e que me entreguei às lágrimas em muitos momentos. Entretanto, pude manter alguma estabilidade de mente, corpo e energia, e ajudar os que estavam ao meu redor. Lembre-se: estabilidade nada tem a ver com frieza e falta de amor; aliás, muito pelo contrário.
Quando alguém tão próximo morre, fica intensamente escancarado que as pessoas morrem! A frase não é tão redundante assim, pois vivemos como se a morte literalmente não existisse. É como se precisássemos ver para crer, o que é extremamente limitado. Ainda que a morte seja tão óbvia, a ignoramos o tempo todo.
E você, leitor? Qual dos 11 artigos listados acima foi o seu preferido? Comoveu-se com algum? Deu risada com outro? Coloque nos comentários como você se relacionou com o que publicamos em novembro e vamos continuar esta conversa.
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