Temos pela frente pelo menos duas reuniões com pessoas que creem ter intimidade com a gente. Família que não vimos o ano inteiro, parentes da sua mulher ou do seu namorado, comemorações da firma.
Elas estão esgotadas e com uma disposição grande de se frustrar, afinal, apertaram dezembro todo em meio mês para poder gozar de merecidos descansos que muito provavelmente não corresponderão aos respectivos anseios. Frustrados, com menos dinheiro, cansados e distraídos, fica difícil o abrir de boas conversas.
E aí o álcool desce, barriga vazia esperando dar meia-noite, quando chega a hora das viradas, a comida empanturra e o cérebro adquire maior dificuldade em processar e filtrar os papos.
É daí que vem as malfadadas piadas de final de ano.
Pudera, é um senhor combo pronto a explodir em trocadilhos e comentários preconceituosos e vexatórios. Porque, em nenhum outro momento do ano, seu tio bêbado vai querer saber da sua vida sexual, nenhum primo vai repetir as velhas máximas que ele ouvia do pai dele, seu sogro não vai te constranger na frente de todo mundo.
Sim, isso tudo pode acontecer no decorrer do ano, mas não tudo ao mesmo tempo e agora.
Para tentar minimizar ou antever o constrangimento, começamos uma lista supostamente definitiva de piadas e gracejos proibidos nas festas de final de ano. Natal, ano novo, amigo secreto, oculto, da onça. Não importa. Basta imprimir o que está documentado aqui e nos comentários e afixar em algum lugar visível.
Vamos começar com alguns, e pedimos a gentileza de que completem nos comentários, para registrarmos o maior número de infâmias e podreiras e tristezas em forma de graça. Abaixo, os clássicos e algumas pinçadas de amigos:
“Issaqui é pavê ou pácumê?”
“E as namorada?”
“E aí? Já tá machucando as menininhas?”
“Por que o Papai Noel não tem filhos? Porque ele leva o saco nas costas.”
“A tia Rosa sabe mexer no peru.”
“Vai pegar mais peru, né.”
“Já tá cheio de peru, né.”
“Passou o frango na farofa já?”
“Ah, sim, uma boa entrada de anus para você!”
“Coloca lá o disco da Rosana! Então é nataaaaal…”
“Coloca lá no especial do Roberto Carlos! Eu sei que você gosta!”
“Desculpa se a minha grossura de machucou por dentro.”
“Um abraço pra você e pra todo mundo que fô da sua família.”
Temos um começo. Por favor, insiram mais desses nos comentários para tentarmos obter o máximo de termos a serem evitados.
Puxe uma cadeira e comente, a casa é sua. Cultivamos diálogos não-violentos, significativos e bem humorados há mais de dez anos. Para saber como fazemos, leianossa política de comentários.