Assim que ela aceitar o convite.
Amigo Robert Pattinson, não fique assim, deitado em posição fetal, com febre de amor, se perguntando como quem consulta um oráculo “por que eu? Por que as pessoas traem?”. Vá com o nosso grande guru Xico Sá, leitor assíduo de plaquinhas de boteco:
“Chifre é coisa para homem. Boi usa de enxerido”
Pequena Kristen, você tem lugar garantido no time de conteúdo do PdH. Não por ter traído o pobre rapaz, não por ter mostrado ao menino o seu devido lugar de corno. Mas por ter invertido todo o papel da coisa toda.
Normalmente, é o homem que trai, que engana, que faz maracutaia. Não que mulher não faça, mas é essa a impressão que querem dar. E você, com apenas 22 aninhos, fez, do jeito errado, tudo certo. O relacionamento de vocês era mágico aos olhos dos fãs. Um casal lindo, um casal eternizado pela saga Crepúsculo, um casal que saiu da ficção e se tornou real, como num conto de fadas chinfrim, e todos amaram isso. Vocês tinham o relacionamento perfeito, lindo e romântico. Você mostrou para as pessoas que isso não existe.
Com alguns anos de namoro, prestes, segundo as línguas marrons, a tornarem-se noivos, você se deixou fotografar atracada a outro homem, a um diretor mequetrefe de um filmeco igualmente bobo, enquanto o galhudo sentimental estava em casa, pensando em ti, vivendo pra ti. Você se deixou fotografar tomando conta da situação, não se deixando ser enrabadinha, mas envergando propositalmente na direção da pélvis do “outro”. Você estava no controle da situação.
Ao deixar todo o universo saber que estava dando para outro que não o tal Pattinson, você fez o que não conseguiu fazer o Tiger Woods, o Hugh Grant, o Bill Clinton, o Luciano Huck! Para todo mundo ouvir, para todo mundo ler, você bravamente assumiu a porra toda (ui) e pediu desculpas ao namorado, sentiu muito pela esposa do diretor com quem estavas a foder. Uma salva de palmas incrivelmente orgulhosas.
Aconteceu.
E ninguém quis te jogar na fogueira, menina! Você foi à caça, pegou outro homem, assumiu, saiu de cabeça erguida, tentou reatar o namoro, pediu, malandramente, pro namorado não sair da casa em que vocês moram juntos, pediu desculpas pra ele, aquele que ficou em silêncio, ouvindo “More Than Words” e “Love of My Life” no repeat, andando nu e se sentindo sujo pela mansão enorme e vazia.
A mídia inteira te tratou como malandrinha, gatuna, sacaninha, enquanto o delicado outro lado da relação foi tratado como pobre coitadinho enganado sensível demais para dar o troco. Enquanto você superava, em bravura (e não em dignidade), o melhor golfista do mundo, o ex-presidente mais descolado do mundo e o coxinha mais coxinha do mundo, ele – a vítima – se igualava as coitadinhas que encontramos em todo grupo de pessoas, aquelas menininhas que acreditam no amor eterno e na vida eterna, aquelas que são sempre olhadas de rabo-de-olho com pena e desdém.
A coisa toda mudou. O plano todo se inverteu. E isso é ótimo.
De volta ao rapaz. Não se apoquente, Robert, meninão. Não ache que a vida acabou, que o romance não existe mais, que a mulher ideal é apenas fantasia. Tudo vai acabar bem. Eu prometo.
Puxe uma cadeira e comente, a casa é sua. Cultivamos diálogos não-violentos, significativos e bem humorados há mais de dez anos. Para saber como fazemos, leianossa política de comentários.